Dissolução do parlamento/Líder da bancada do PAIGC diz que decisão presidencial só vai aprofundar ainda mais a crise política
Bissau,20 mai 22(ANG) - O terceiro vice-presidente do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seide, advertiu esta
quinta-feira, que a dissolução da Assembleia Nacional Popular só vai aprofundar
mais a crise política na Guiné-Bissau.
Em
reação à decisão do Presidente Sissoco
Embaló, Califa Seide apontou a caducidade da Comissão Nacional de Eleições que
deverá organizar o escrutínio como um dos factores para esse aprofundamento da
Crise, tendo apelado aos atores políticos a analisar e encontrar uma saída, uma
vez que os membros do órgão gestor do processo eleitoral são eleitos por dois
terços dos deputados.
“O
parlamento foi dissolvido. Essa matéria não é da competência da Comissão
Permanente, portanto todos temos que procurar e encontrar soluções através de
um entendimento político”, aconselhou.
Outro
elemento invocado pelo líder da bancada parlamentar dos libertadores é o art.º
7º da lei do recenseamento eleitoral que diz: “as eleições que decorram durante
o período do recenseamento eleitoral acontecem com os dados de último
recenseamento, não do recenseamento em curso”.
Califa
Seide lembrou que o último recenseamento aconteceu em 2018 e a partir deste ano
até dezembro do ano em curso passarão quatro anos e meio, o que poderá deixar
de fora do processo um número significativo ( 200 a 300) mil pessoas com a
capacidade eleitoral.
“
Essas pessoas já completaram 18 anos de idade, de acordo com os cálculos da
taxa do crescimento demográficos, mas não vão poder votar e o PAIGC não
permitirá que isso aconteça”, disse Seidi que assegurou que o seu partido vai propor
soluções juntamente com as outras formações políticas para permitir que essa
parte seja incluída no processo.
Califa
Seide defende a atualização
dos cadernos eleitorais, o que não acontece desde 2018 e houve um acumulado de
200 a 300 mil pessoas que devem ser inscritas nos cadernos eleitorais.
Para
o dirigente do PAIGC, é fundamental que se encontre uma saída, antes das
eleições marcadas para 18 de dezembro deste ano.
“A
ANP está dissolvida concordando ou não, é da competência exclusiva do
Presidente, embora tenhamos reservas em relação aos argumentos e fundamentos
apresentados para dissolução do parlamento, já é uma decisão. Quando se fala da
auditoria das contas da ANP e do levantamento da imunidade parlamentar aos
deputados, isso não são argumentos de peso para dissolver a assembleia”,
criticou.
Califa
Seide afirmou que o PAIGC está preparado para as eleições legislativas
antecipadas marcadas para 18 de dezembro, tendo assegurado que o partido vai
realizar o seu congresso.
"Estamos
a trabalhar em vários sentidos e em várias vertentes, tanto política como
judicial”, indicou, para de seguida esclarecer que uma eventual integração ou
não do PAIGC no governo da iniciativa presidencial será decidida pelos órgãos
do partido. ANG/O democrata
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