Acra/Praia, Bissau e São Tomé querem recorrer a plano alimentar de emergência do BAD
Bissau, 30 Mai 22(ANG) – Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe tencionam recorrer ao mecanismo de 1,5 mil milhões de dólares anunciado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para aumentar a produção agrícola de África e combater a crise alimentar.
“Já
estamos a trabalhar com a nossa equipa cabo-verdiana, mas também do BAD e vamos
rapidamente apresentar um projeto para podermos aumentar a capacidade de
produção alimentar em Cabo Verde”, disse o ministro das Finanças cabo-verdiano,
Olavo Correia, em declarações à Lusa em Acra, à margem dos encontros anuais do
banco africano.
O
homólogo são-tomense, Engrácio Graça, disse que também São Tomé e Príncipe já
está a trabalhar no sentido de aproveitar a iniciativa do BAD e o ministro
guineense, João Fadiá, manifestou a intenção de fazer o mesmo.
“Temos
neste momento projetos na área da agricultura, para produção do arroz, com o
BAD que não chegam. Neste momento, as avaliações que temos é que não é
suficiente, queremos ampliá-lo. Portanto, vamos tentar obter mais fundos sobre
esse projeto para podemos ampliar a produção do arroz”, afirmou Fadiá.
Anunciado
na semana passada, o Plano Africano de Produção Alimentar de Emergência,
promovido pelo BAD e pela Comissão da União Africana, no valor de 1,5 mil
milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) irá beneficiar 20 milhões de
agricultores com sementes e fertilizantes, bem como outros insumos agrícolas
para produzir 38 milhões de toneladas de alimentos, no valor de 12 mil milhões
de dólares (11,2 mil milhões de euros).
Isto
incluirá 11 milhões de toneladas de trigo, 18 milhões de toneladas de milho,
seis milhões de toneladas de arroz e 2,5 milhões de toneladas de soja.
Em
entrevista à Lusa durante os encontros, a vice-presidente do BAD para a
agricultura e o desenvolvimento humano e social, Beth Dunford, disse que todos
os países africanos são elegíveis para recorrer ao mecanismo, e o BAD está já a
aceitar pedidos de Governos.
“O
mecanismo acaba de ser lançado e estamos a trabalhar nele neste momento (…).
Estamos a lançá-lo muito, muito rapidamente, usando métodos de desembolso muito
rápidos para levar essa assistência aos governos que realmente precisam dele
agora”, afirmou.
Num
encontro com jornalistas durante os encontros anuais, o presidente do BAD,
Akinwumi Adesina, mostrou-se confiante de que este mecanismo permitirá evitar
uma crise alimentar e defendeu que África deve apostar numa agricultura moderna
e tecnológica.
No
mesmo sentido, o ministro das Finanças cabo-verdiano defendeu para Cabo Verde
“uma agricultura empresarial, que aposte no rendimento e não uma economia de subsistência,
que continue nas malhas da pobreza”.
“Nós
temos de reformar a agricultura introduzir novas tecnologias e uma nova visão
empresarial para que a agricultura seja um sector produtivo e rentável e
garanta melhores confições para aqueles que vivem no campo e do campo”, afirmou
ANG/Inforpress/Lusa
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