Ensino Superior/ Estudantes da
UAC exigem professores mais qualificados
Bissau, 26 mai 22 (ANG) - O Presidente da Associação Académica da
Universidade Amílcar Cabral (UAC) , Juviecson Correia, defendeu quarta-feira
que a instituição não pode continuar a ter professores "menos qualificados" do
país e exigiu medidas ao Governo .
O líder estudantil lançou o repto ao discursar numa palestra
organizada pela UAC para evocar o Dia de África, que se assinalou esta quarta
feira, em que aproveitou para falar da "situação muito difícil" da
única universidade pública da Guiné-Bissau.
"Nós não vamos aceitar ter os professores menos qualificados
para continuar a dar aulas na universidade. Estamos a exigir a qualidade",
vincou Juniecson Correia. Imagem Ilustrativo
O líder estudantil afirmou que a UAC deve estar à altura para
preparar quadros que no futuro possam enfrentar "os desafios da
globalização", o que só é possível "com um corpo sólido de
docentes".
Dirigindo-se aos membros do Governo (cessante) presentes na palestra,
Correia disse que os alunos da UAC pretendem ver a instituição dotada de
autonomia administrativa e financeira.
Atualmente, a UAC responde diretamente do Ministério da Educação e
Ensino Superior.
Juniecson Correia observou ainda que devem acabar as situações em que
uma direção colocada na universidade, mesmo estando a executar "bons
projetos" é substituída logo que um dirigente de um partido é nomeado
ministro no Governo.
A UAC, que é a primeira instituição de ensino superior da
Guiné-Bissau, tem tido dificuldades para se afirmar desde a sua criação pelo
Governo guineense em 1999.
A universidade só entrou em funcionamento em 2004, mas desde aquela
data por várias vezes teve o ano letivo suspenso ou interrompido ora devido a
greves dos professores, ora por dificuldades técnicas.
Falando sobre o Dia de África, o líder estudantil guineense destacou
o trabalho dos "pais fundadores", mas considerou que não se pode
falar de África como um continente independente.
"Como podemos falar de um continente independente se até para
comermos uma bolacha temos de importá-la de outro continente?", sublinhou
Juniecson Correia.
O guineense defendeu que, enquanto estudantes, não vão continuar a
alimentar aquele tipo de pensamento para África, que vão promover um pensamento
crítico, a cultura da educação, de desafios, da solidariedade e da paz. ANG/Lusa
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