Política/Silvestre Alves discorda com os motivos invocados pelo Presidente da República para dissolver o parlamento
Bissau, 18 Mai 22 (ANG) – O jurista e líder do partido Movimento Democráticio Guineense(MDG), Silvestre Alves, manifestou hoje a sua discordância com os motivos invocados pelo Presidente da República (PR) Umaro Sissoco Embaló, para dissolver o Parlamento.
Em entrevista à Agência de
Notícias da Guiné (ANG), Silvestre Alves disse que os fundamentos que o Presidente
da República invocou, dentre os quais a grave crise institucional para dissolver
o parlamento, no seu ponto de vista, não tem enquadramento.
Para Alves, está mais que
provado que o papel do Presidente da República perante esta situação, não deveria
ser o de derrubar o Parlamento, mas sim
fazer uma refundação do Estado.
“O Presidente da República,
se tivesse a noção de Estado, ao saber que a Assembleia Nacional Popular (ANP),
recusou prestar contas ao Tribunal de Contas (TC), o seu papel seria de tomar
medidas sérias que obriguem a ANP a prestar contas à essa entidade”, disse.
E no que diz respeito as
acusações de a ANP estar a proteger potenciais
criminosos, o Jurista e líder político Silvestre Alves considera que não
constitui, fortes motivos para o Chefe de Estado tomar a decisão de dissolver o parlamento.
“Caso a sua decisão era de proibir
alguém a exercer o seu direito de particicação política, aí digamos que sim
entedemos, mas, só pelo facto de, três vezes, a ANP reconfirmar a imunidade
parlamentar à essa pessoa, não vimos o pretexto do Presidente da República
dizer que existe um desentendimento na ANP com outras entidades competentes do
Estado”,disse Alves.
De acordo com o Jurista, a
lei que assiste ao Presidente da República para dissolver o parlamento tembém lhe aconselha que
antes de tomar essa decisão, em primeiro
lugar, deve escutar o Governo e assim como o Conselho de Estado.
Alvez diz que o Chefe de Estado não respeitou a lei magna do
país, porque segundo declarações do
Presidente da ANP, Cipriano Cassamá, “Umaro Sissoco Embaló convocou o Conselho
de Estado, para informar que vai derrubar
o parlamento e não se dignou em escutar ninguém”.
“Quer dizer, em vez de o Presidente escutar os seus conselheiros,
fez o contrário, de obrigá-los a lhe escutar. Este acto viola a Constituição da
República”, disse Alves.
Quanto a data escolhida pelo
Presidente da República para a realização das próximas legislativas,18 de Dezembro,
Silvestre Alves disse que espera que isso aconteça na data prevista.
O Presidente da República,
Umaro Sissoco Embalo dissolveu na segunda-feira o parlamento, tendo marcado eleições legislativas antecipadas para o dia
18 de Dezembro, do ano em curso.
No decreto de dissolução o Chefe de Estado invocou que o parlamento se transformou no espaço de “guerrilha política”, e que muitos deputados têm conjugado os seus esforços para fragilizar as instituições da República em vez de fortalecé-las.
ANG/LLA/ÂC//SG
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