Ucrânia/Amnistia Internacional com “sérias preocupações” sobre soldados retirados de Azovstal
Bissau, 18 Mai 22 (ANG)- A organização Amnistia Internacional (AI) manifestou terça-feira “sérias preocupações” sobre o destino dos militares ucranianos que foram retirados do complexo siderúrgico Azovstal, na cidade ucraniana de Mariupol, após um cerco prolongado.
“Os soldados do batalhão Azov foram desumanizados pelos meios de
comunicação russos e retratados na propaganda do [Presidente russo, Vladimir]
Putin como ‘neo-nazis’ durante a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia.
Esta caracterização levanta sérias preocupações sobre o seu destino como
prisioneiros de guerra”, disse a Amnistia, numa declaração hoje divulgada.
A AI salienta que documentou “execuções sumárias” de
prisioneiros pelas milícias pró-russas no Donbass, bem como “execuções
extrajudiciais” de civis ucranianos pelas forças russas nas últimas semanas.
“Os soldados do batalhão Azov que hoje se renderam não devem
sofrer o mesmo destino”, acrescentou a organização de defesa dos direitos
humanos.
A Amnistia ressalvou que “os prisioneiros de guerra não devem
ser sujeitos a qualquer forma de tortura ou maus-tratos e devem ter acesso
imediato ao Comité Internacional da Cruz Vermelha”.
“As autoridades competentes devem respeitar plenamente os
direitos dos prisioneiros de guerra, em conformidade com as convenções de
Genebra”, sublinhou.
A Rússia colocou em 265 o número de soldados ucranianos
retirados na segunda-feira de Azovstal, incluindo 51 gravemente feridos que,
depois de “deporem as armas e se renderem”, são agora “prisioneiros” de guerra,
de acordo com o Ministério da Defesa.
O Kremlin assegurou hoje que vai tratar de acordo com as normas
do “direito internacional” os combatentes ucranianos.
A vice-primeira-ministra e ministra da Reintegração dos
Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, afirmou hoje
que, uma vez estabilizado o estado dos feridos, “serão trocados por
prisioneiros de guerra russos”.
Em contraste, o orador da Duma russa, Vyacheslav Volodin,
chamou-lhes hoje “criminosos de guerra”, enquanto o deputado ultranacionalista
russo Leonid Slutski propôs fazer uma exceção para os nacionalistas ucranianos
na moratória sobre a aplicação da pena de morte.
A Ucrânia considerou a “missão de combate” dos defensores Azovstal cumprida, mas nem todos os combatentes barricados na fábrica saíram do local.
ANG/Inforpress/Lusa
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