Nigéria/Eleições/ Oposição escolhe ex-vice-presidente como candidato às presidenciais
Bissau, 30 Mai 22 (ANG)
- A oposição nigeriana indicou o ex-vice-presidente nigeriano Atiku Abubakar
como candidato às eleições presidenciais marcadas para Fevereiro de 2023, com o
partido no poder a adiar as suas primárias por uma semana.
"Hoje estamos a
fazer história, uma história que acreditamos trará mudanças fundamentais",
disse Abubakar aos seus apoiantes reunidos na capital, Abuja, onde a votação
foi realizada.
Abubakar, de 75 anos, um
muçulmano do norte do país, foi escolhido nas primárias do Partido Democrático
do Povo (PDP) e tentará pela sexta vez ser eleito presidente do país mais
populoso de África.
O Congresso dos
Progressistas (APC), partido no poder, vai realizar as suas primárias entre 6 e
8 de Junho, para escolher um candidato a suceder ao presidente Muhammadu
Buhari, que anunciou que não concorrerá novamente, após completar dois
mandatos.
A Nigéria, com 215
milhões de habitantes e dividido quase em partes iguais entre o norte,
predominantemente muçulmano, e o sul, maioritariamente cristão, é um dos países
mais religiosos do mundo.
Na tentativa de
conciliar um país onde vivem cerca de 250 grupos étnicos, uma regra tácita
prevê a rotação da presidência, a cada dois mandatos, entre candidatos do norte
e do sul.
No entanto, Abubakar,
ex-chefe das alfândegas e vice-presidente entre 1999 e 2007, é do norte, assim
como o presidente Buhari, ao contrário da maioria dos principais candidatos do
APC, partido no poder, que são do sul.
No APC, o ex-governador
de Lagos Bola Tinubu e o actual vice-presidente Yemi Osinbajo são os dois
principais candidatos, enfrentando ainda Rotimi Amaechi, que renunciou
recentemente ao cargo de ministro dos Transportes no governo de Buhari.
Buhari não apoiou até ao
momento nenhum candidato e alguns analistas acreditam que o actual presidente
esteja à procura de um candidato de consenso para manter as facções do APC
unidas antes das eleições gerais de Fevereiro de 2023.
A segurança será uma
questão importante, pois há mais de 10 anos que o nordeste da Nigéria tem sido
afectado por uma insurreição extremista. Bandos armados têm também levado a
cabo frequentes ataques e raptos no noroeste do país.
Desde que regressou ao
governo civil em 1999, a Nigéria realizou seis eleições nacionais.
A maior economia da
África, enfraquecida pelo impacto da pandemia de covid-19, está a sofrer as
consequências da guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos combustíveis e
alimentos em todo o continente.
Pelo menos 31 pessoas
morreram no sábado durante um evento de distribuição de ajuda alimentar numa
igreja na cidade de Port Harcourt, no sul da Nigéria. ANG/Angop
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