Cultura/"Músicos guineenses são abandonados pelo Estado" diz Presidente da Associação de músicos profissionais da Guiné-Bissau
Bissau,
27 Mai 22 (ANG) – O Presidente da Associação de Músicos Profissionais da
Guiné-Bissau afirmou que os músicos da Guiné-Bissau são abandonados pelo
Estado, principalmente no que toca com o financiamento.
A Associação,
segundo um programa, vai celebrar a data com a deposição de corôa de flores na
campa de José Carlos Schwartz, pioneiro da música moderna guineense, em Bissau
e ainda com realização de palestras para recordar a data da sua morte.
"Única
diferença que temos com músicos de outros países da África é ao nível
financeiro.Nossos colegas de profissão de outros países têm a atenção dos seus
Estados, digo isso,porque andei por vários países e conheço as suas realidades.
Os comerciantes recebem empréstimos para fazer campanha de caju e os únicos que não
têm apoio neste sentido são os artistas, disse."
Aquele
músico afirmou que o setor “cultura e desporto” é o que mais evoluiu no país ,
quer em termos de música quer em termos de desporto. “Na hora de divisão dos bolos, a arte e música ficam para
trás, uma grande injustiça”, considerou.
Juju
como é conhecido no mundo da música realçou que, em termos de música não há
nenhuma diferença entre artistas da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e outros, diz
que a diferença está no ser valorizado pelo seu país e ter meios financeiros para
fazer o seu trabalho.
O
presidente da associação dos músicos considerou “um desprezo à cultura”,
o fato de o país não dispor de
nenhum anfiteatro para espetáculos, o que faz com que são utilizados estádios
de futebol para concertos musicais.
Justino
Delgado disse que o desprezo é total ao nível da cultura, ao ponto de haver um
ministério de cultura mas sem infra-estruturas de cultura, a não ser um instituto
de cinema.
Para
Edson Gomes Ferreira, director de centro cultural José Carlos Schwartz e também membro da
associação dos escritores, este dia deve servir não só para dipositar flores na
campa daquele que é considerado o pioneiro da música moderna guineense, mais
também para reflexão e debates sobre
quais caminhos a cultura guineense deve seguir.
"Realmente
o legado que José Carlos Schwartz deixou ao nível da sua composição musical,
que continua atual, merece uma reflexão”, disse.
Edson
Ferreira referiu que a cultura guineense
teve um periodio de auge, ao nível da música, nas décadas de 70 e 80 até nos
primeiros anos da década de 90.
Disse
que houve rotura nos últimos anos com esses períodos, pelo que é necessário que
os músicos voltassem para o caminho de José Carlos.
Para Edson Gomes Ferreira cabe ao governo fazer com que o palácio da cultura seja uma realidade no país, com pelo menos dois ou três salas de espetáculos, não só ao nivel de qualidade, mais também com a capcidade de acolher “o grande público”.
ANG/MI//SG
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