sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

 

Caso 01 de Dezembro/"Tudo isto foi montado e está a ser executado pelo Presidente Umaro Sissoco Embalo", acusa Domingos Simões Pereira

Bissau,08 Dez 23(ANG) – O Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP), Domingos Simões Pereira, desmentiu qualquer envolvimento nos acontecimentos de 01 de Dezembro e acusa o Umaro Sissoco Embalo de ter forjado uma crise política para poder dissolver o parlamento.

Em declarações prestadas nesta quarta-feira ao canal televisivo France 24, o Presidente guineense evocou o momento de crise política atravessado pelo seu país na sequência dos acontecimentos de 1 de Dezembro que ele qualificou de "tentativa de Golpe de Estado" e acusou muito claramente o Presidente da Assembleia Nacional Popular e líder do PAIGC de estar por detrás do sucedido.

Domingos Simões Pereira desmente qualquer envolvimento nestes acontecimentos e acusa Umaro Sissoco Embalo de ter forjado uma crise política para poder dissolver o Parlamento.

 Questionado sobre uma informação dando conta da sua convocação hoje, sexta-feira pelo Ministério Público, Domingos Simões Pereira refere não ter conhecimento de uma qualquer notificação.

 RFI: Consta que é convocado hoje para prestar depoimento no Ministério Público. Confirma essa informação?

 Domingos Simões Pereira: Até este momento em que falamos, eu não tenho conhecimento de nenhuma notificação e se os dados de quem me acompanha nestas questões estiverem certos, precisariam de pelo menos cinco dias para me notificarem e, portanto, já se está a divulgar lá fora que eu serei ouvido hoje e até este momento, não recebi nenhuma notificação.

 RFI: Na sua entrevista à France 24, o Presidente Umaro Sissoco Embalo acusa-o pessoalmente de estar por detrás dos acontecimentos da semana passada.

 Domingos Simões Pereira: é muito triste quando um Presidente da República decide se envolver da forma como Umaro Sissoco Embalo o faz, porque fá-lo de forma irresponsável. Faz afirmações que não prova, diz estar na posse de dados que não divulga e escolhe o caminho do silenciamento das instituições chamando a si todas as instituições para ser ele a arbitrar em causa própria. O Presidente estava fora do país quando tudo isto se produziu e, de acordo com a nossa Constituição, quem deve substituí-lo nas suas ausências, deve ser o Presidente da Assembleia Nacional Popular. Havendo alguma situação de anormalidade, porque é que as instâncias que tiveram essa informação não se reportaram ao Presidente da Assembleia? Reportaram-se directamente ao Presidente que estava fora e terá sido o Presidente da República a ordenar que as forças instaladas no Palácio da República usassem da força para irem resgatar os dois membros do governo. O Presidente Sissoco precisou de produzir essa situação de confronto militar para hoje estar a dizer que estamos em presença de uma grave crise que então justifica a dissolução do Parlamento. Tudo isto foi montado, foi orquestrado e está a ser executado pelo Presidente Umaro Sissoco Embalo.

 RFI: O Presidente Sissoco Embalo afirma nessa entrevista ter em sua posse escutas telefónicas entre Domingos Simões Pereira e o comandante Vítor Tchongo.

 Domingos Simões Pereira: Eu espero que sejam conversas onde se fala de alguma coisa que ponha em causa a soberania do país e a montagem de uma tentativa de golpe de Estado. Quem me conhece, sabe que esse não é o meu caminho. Eu não tenho qualquer ligação a esse tipo de expedientes. O Presidente diz isso e, portanto, toda a Nação guineense, penso que tanto no país como no estrangeiro, estão ávidos de ouvir essa prova de que o Presidente diz estar na posse. Agora, o que não é aceitável é que o Presidente já tenha feito o seu julgamento, já tenha feito a sua sentença, e agora transfere para uma entidade que é o Ministério Público, que é nomeado por ele, para ir executar as ordens de acordo com aquilo que é a sua conveniência política. Essa é a parte que configura a nossa tal fragilidade institucional.

 RFI: Nessa entrevista, o Presidente também justifica a decisão de ter dissolvido o Parlamento de acordo com artigos na Constituição que lhe dariam essa possibilidade em nome da 'Segurança do Estado'. A que artigos se refere?

 Domingos Simões Pereira: Aí está. O problema é que ele não cita artigos, precisamente que esses artigos não existem. Em contrapartida, eu vou citar dois artigos: vou citar o artigo 8° que diz claramente que os actos do Presidente da República e de qualquer instância do poder do Estado só são válidos se eles se conformarem à Constituição da República. Depois, vou mencionar o artigo 94° que diz claramente que nos primeiros 12 meses depois da realização das eleições, a Assembleia Nacional Popular não pode ser dissolvida. Mas eu penso que é preciso compreender o que está na verdade a acontecer. Desde as eleições de 4 de Junho deste ano e com a proclamação dos resultados que ditaram a maioria absoluta ao PAI Terra Ranka, o Presidente tem prometido aos seus apoiantes, sobretudo do partido Madem-G15, que iria encontrar alguma forma de poder devolver-lhes o poder. Quem acompanhou o debate na Assembleia Nacional Popular na semana em que tudo aconteceu, na quinta-feira antes de fechar os debates, dois deputados fizeram referência a isso. Fizeram referência ao facto de assim que o Presidente voltasse ao país, iria convocar o Conselho de Estado e iria dissolver o Parlamento. A única questão que nós não percebíamos era qual seria o expediente que ele iria utilizar para esse efeito. Portanto, tanto a retirada dos membros do governo das celas onde se encontravam até ao braço-de-ferro para os recuperar configurou realmente uma montagem para oferecer ao Presidente da República um justificativo que servisse para invocar a tal anormalidade e pretender a dissolução que só não tem efeito porque, de facto, a Constituição não lhe permite.

 RFI: Em que situação se encontram actualmente o Ministro da Economia e o Secretário de Estado para o Tesouro? Eles foram novamente presos e têm estado detidos desde a semana passada.

 Domingos Simões Pereira: Sim, devem continuar detidos. Não tenho nenhuma informação contrária a isso. O que é algo que todos nós, todos os cidadãos, devemos de facto lamentar porque, não é por serem do meu partido, não é por serem responsáveis, mas estamos a falar de gente que, por exemplo no caso do Secretário de Estado, ele encontrava-se fora do país. Assim que teve conhecimento desse processo, viajou para o país para colaborar com a justiça e foi lá disponível para prestar toda a informação que é necessária para ajudar a trazer a verdade a esse processo. É silenciado, é violentamente arrancado dum sítio para outro e, neste momento, está a sofrer sem provavelmente perceber do que é que se trata. Eu penso que não é disso que a Nação guineense precisa. O que a Nação guineense precisa é que houvesse a investigação do Ministério Público, que houvesse uma comissão de inquérito parlamentar, que houvesse um debate na Assembleia Nacional Popular aonde todos esses dados são colocados na mesa e que todos os cidadãos guineenses possam realmente aceder à verdade e fazerem as suas conclusões. Não é silenciar os ministros, silenciar a Assembleia Nacional Popular, acusar um conjunto de pessoas, chamar a si um conjunto de competências que a Constituição não lhe dá e pretender dissolver o Parlamento para também silenciar o Parlamento. Não, isso não é democracia, isso não é Estado de Direito.

 RFI: Sabe-se do que é que o Ministro da Economia e o Secretário de Estado do Tesouro são acusados concretamente?

 Domingos Simões Pereira: Eu sei porque foi essa acusação que motivou a sua convocação para a Assembleia Nacional Popular. Houve uma carta do Ministro da Economia e Finanças a um banco da nossa capital na qual o Ministro reconhece a dívida de um conjunto de operadores privados. Isso foi entendido como uma utilização indevida de recursos públicos e é isso que estava sob investigação. 

 O interessante é que neste caso, o Ministro explicou-nos a razão de ter feito essa operação, dizendo que há um acordo com o FMI que estabelece a data de 31 de Dezembro deste ano como data-limite para o Estado alienar a sua participação nesse banco e que, portanto, decorre dessa disposição o Estado estar a eliminar o conjunto de dívidas que tem com privados que têm dívidas com o banco. Essa é a explicação. Não estou a dizer que está certa, não estou a dizer que é conclusivamente neste sentido. Agora, o que é estranho é que essa mesma operação já tinha sido feita ainda em 2023 pelo governo anterior, em 2022, em 2020 e em 2019, utilizando os mesmos procedimentos, as mesmas leis, os mesmos mecanismos. Porque é que isso não é investigado e não é objecto de um processo judicial?

 RFI: O Presidente da República disse na entrevista à France 24 que daqui a uns dias vai nomear um novo governo interino que lhe vai propor uma nova data para eleições legislativas antecipadas. O que é que vai fazer no caso de efectivamente ser marcada uma nova eleição legislativa?

 Domingos Simões Pereira: O Presidente não quer eleições. Não é eleições que o Presidente quer. Nós estamos a sair de eleições há poucos meses. Saímos de eleições em Junho. O povo se pronunciou e, portanto, não há dúvidas sobre aquilo que é o pronunciamento do povo. O problema do Presidente não é realizar eleições. O problema do Presidente é governar tal como o fez desde 2019, com um governo da sua iniciativa e que a Constituição não lhe dá. Já em Junho de 2023, o Presidente dizia e prometia aos seus correligionários que iria encontrar alguma forma de eliminar a governação do PAI Terra Ranka para incluir na sua governação elementos do seu partido, o Madem-G15, e é o que eles têm reivindicado. Portanto, ele criou a tal situação de anormalidade para chamar a si a competência de dissolver o parlamento. Dissolvido o parlamento, eles não precisam apresentar o programa e, portanto, vai apresentar um governo de iniciativa presidencial que vai governar por tempo indeterminado, enquanto puder 'forçar a barra', fazer fuga para a frente e não respeitar as instituições da República.

 RFI: Há dias, disse que a decisão do Presidente de dissolver o parlamento era contrária à Constituição. Nestas circunstâncias, o que é que pretende fazer enquanto Presidente da Assembleia Nacional Popular?

 Domingos Simões Pereira: A Assembleia Nacional Popular tem que continuar o seu funcionamento porque já citei duas normas, o artigo 8° e o artigo 94°. É tão evidente e tão clara a interpretação que se deve dar que a única implicação disso é que esse decreto é inexistente. Inexistente o decreto, significa que a Assembleia Nacional Popular deve continuar a trabalhar. Só não o está a fazer porque há forças lá colocadas que estão a impedir o acesso dos deputados e mesmo dos funcionários, o que é outra aberração porque mesmo que admitíssemos a possibilidade de o parlamento estar dissolvido, as comissões deviam continuar a trabalhar. A mesa, a comissão dos líderes e a comissão permanente. O estacionamento de forças que não estão sob a jurisdição do Presidente da Assembleia é mais do que uma evidência do golpe de força, do Golpe de Estado, que se pretende dar a nível dessa instituição.

 RFI: Dentro de alguns meses, termina oficialmente o mandato do Presidente da República. Deveriam ser organizadas eleições presidenciais. Como antevê estes próximos meses na Guiné-Bissau?

 Domingos Simões Pereira: Todo este debate, todo este quadro que se está a desenhar tem a ver com a questão das eleições presidenciais. O Presidente tem consciência da sua falta de popularidade, tem consciência de que tem poucas probabilidades de sair vencedor das próximas eleições presidenciais e aposta no único expediente que ainda está à sua mercê que é eliminar toda a concorrência, não permitir que Domingos possa ser seu concorrente nas próximas eleições. Já havia afirmado num primeiro momento que as eleições só teriam lugar em Novembro de 2025, o que ninguém entendeu porque, de acordo com a nossa Constituição, mesmo que simbolicamente, fraudulentamente, tiver tomado posse -ele tomou posse no dia 27 de Fevereiro de 2019- e portanto feitas as contas até ao dia 27 de Fevereiro de 2025, o novo Presidente da República devia tomar posse. O que significa que devemos ter eleições entre Outubro, Novembro, ou no mais tardar até Janeiro de 2025. O Presidente não quer isso, não quer concorrência, acha que não tem condições de concorrer em pé de igualdade com os outros e, portanto, monta toda esta cabala para dissolver o parlamento, para nomear um governo da sua iniciativa, não permitir que a nova CNE possa ser estruturada e possa haver eleições livres e transparentes na Guiné-Bissau. é perante isso que a comunidade internacional, sobretudo aquela que é mais próxima e parceira da Guiné-Bissau, não pode ficar calada porque é responsável por este acompanhamento e por reforçar as instituições democráticas deste país.

 RFI: A comunidade internacional tem sido bastante cautelosa desde o começo destes acontecimentos. Domingos Simões Pereira disse designadamente que Portugal não tem propriamente contribuído para a estabilização da situação na Guiné-Bissau. Tem havido reacções de vários quadrantes, nomeadamente da CEDEAO que condenou a violência, a CEDEAO que tem contingentes na Guiné-Bissau. O que é que espera neste momento da comunidade internacional?

 Domingos Simões Pereira: Eu devo lembrar que este final de semana, concretamente no Domingo, haverá uma cimeira da CEDEAO em Abuja. Eu vejo isso como uma oportunidade dos chefes de Estado da CEDEAO olharem com mais cautela a essas declarações, compreenderem que quando fazem referência à violência, têm que admitir a possibilidade dessa violência estar a ser promovida exactamente por aquelas entidades que eles pretendem defender. Portanto, há aqui esclarecimentos que são muito importantes, mas eu penso que todos os dados estão na posse dos elementos da CEDEAO e de outras organizações e eu acredito que, desta vez, eles vão querer esclarecer e tomar uma posição bastante mais clara e bastante mais contundente. Já que referiu Portugal, eu gostava de esclarecer porque parece que há aqui uma tentativa de ofuscar aquilo que eu disse. Eu afirmei que o Presidente Embalo faz referências e fez referências publicamente em várias ocasiões de consultas que ele faz a várias entidades nomeadamente ao Presidente da República de Portugal que, quando essas afirmações não são desmentidas, acaba configurando em certa medida uma cumplicidade com aquilo que ele diz. Eu vou produzir essas provas nas quais o Presidente faz referência a ter consultado determinadas entidades. Eu, em nenhum momento, afirmei que essas entidades estavam de acordo com aquilo que estava a acontecer no nosso país. Contudo, eu reafirmo que os laços que ligam os nossos países e a influência que um país como Portugal tem na realidade política da Guiné-Bissau transforma-o num parceiro quase que incontornável a acompanhar a situação interna e garantir que não há aproveitamentos indevidos de uma relação institucional que certamente todos nós compreendemos e respeitamos.ANG/rfi.fr/pt/

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Política/Presidente da República promete novo Governo até à próxima semana

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) – O Presidente da República anunciou que até a próxima semana os guineenses vão conhecer o novo Governo, tendo exortado à todos à  irem trabalhar, “porque niguém foi ordenado a fechar os ministérios”.

Umaro Sissoco Embaló falava, quarta-feira, no decurso da visita ao Ministério do Interior, em que indigitou o Secretário de Estado da Ordem Pública para assumir a gestão corrente  daquele pelouro até a constituição do novo Executivo, substuindo Maria Adiatu Nandigna, exonerada verbalmente pelo chefe de Estado, na passada segunda-feira.

O Presidente da República tinha assumido o Ministério do Interior e da Defesa Nacional, mas durante a sua visita ao Ministério do Interior disse abdicar das referidas funções indicando Marciano Indi, para liderar aquele pelouro, em concertação com o ainda primeiro-ministro do Governo em gestão, Geraldo Martins.

Apelou a todos os ministros do Governo cessante para assumirem a gestão corrente dos respectivos ministérios e secretarias de Estado, e sustenta que as crianças têm que ir a escola, em paz, e que não vai haver  retalhação contra ninguém.

“Houve  uma tentativa de golpe de Estado e na guerra quem ganha não pode fazer mal a quem levantar a mão... é violência e isso não pode ter lugar” salientou.

Na segunda-feira, Embalo dissolveu o parlamento e anunciou o fim do Governo saído das eleições de Junho passado, em decorrência do que afirma ser uma tentativa de golpe de Estado que estava em curso no país.

O golpe estaria a ser preparado pela Guarda Nacional, de acordo com o Presidente e o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas,  Biague Na Ntan.ANG/MI/ÂC//SG



Desporto/ Presidente da Liga dos Clubes de futebol diz estarem reunidas condições para arranque do campeonato de primeira divisão

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - O Presidente da Liga Guineense dos Clubes de Futebol(LGCF) garante que estão reunidas as condições técnicas e logísticas para o início do Campeonato Nacional da Primeira Divisão, Guines-Liga 2023/2024 esta quinta-feira, e diz que os clubes vão receber o apoio financeiro necessário.

Numa entrevista concedida a seção desportiva da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) e ao portal desportivo O Golo GB, Dembo Sissé afirmou que estão criadas todas às condições técnicas e logísticas para o arranque da època desportiva, e que as inscrições dos jogadores já estão encerradas, desde o final do mês de Novembro, fato que diz demonstrar  o interesse das equipas no início do campeonato nacional.

O responsável da Liga de Clubes, defendeu que não se deve adiar o inicio da prova principal do futebol guineense, devido a realização do Campeonato Africano das Nações, a disputar entre Janeiro e Fevereiro de 2024, na Costa do Marfim.

Instado a pronunciar-se sobre a demora na atribuição de fundos para  subvenciar os clubes, Sissé afirma que o atraso tem a ver com o desbloqueamento do fundo por parte da Federação Internacional de Futebol – FIFA.

Apesar disso, Dembo Sissé  garante que até Janeiro de 2024, os clubes vão receber os respetivos fundos, isto de acordo com as informações que diz receber  da Federação de Futebol da Guiné-Bissau.

O Presidente da entidade responsável pela realização do campeonato nacional anuncia ainda a introdução de algumas novidades nesta época desportiva 2023/2024, com destaque para a Taça Amílcar Cabral, em homenagem ao fundador da nacionalidade guineense e cabo-verdiana, que deve coincidir  com as celebrações dos  100º aniversário natalício de Amílcar Lopes Cabral.

Dembo Sissé espera maior engajamento das autoridades nacionais, sobretudo no apoio a melhoria das infraestruturas desportivas do país.

Para o arranque do campeonato da primeira divisão em futebol está previsto o jogo entre o Sport Bissau e Benfica e o Arados de Nhacra, marcado para às 16h30 desta quinta-feira, 07 de Dezembro, no tapete sintético do Estádio Lino Correia, em Bissau.ANG/In o Golo gbtado

Política/Presidente Sissoco acusa Simões Pereira de “estar por trás” de tentativa de golpe de Estado

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - Esta quarta-feira, em entrevista à France 24, o Presidente Umaro Sissoco Embaló, acusou o presidente da Assembleia Nacional, Domingos Simões Pereira, de “estar por trás” de "uma tentativa de golpe de Estado”, em entrevista quarta-feira à France 24.

Na primeira entrevista desde que dissolveu o parlamento, o Presidente Umaro Sissoco Embaló insistiu que houve “uma tentativa de golpe de Estado” no país e que “a oposição está por trás”, nomeadamente o presidente da Assembleia Nacional, Domingos Simões Pereira.


Foi uma tentativa de golpe de Estado. Hoje, o Chefe de Estado-Maior mostrou as armas apreendidas. Infelizmente, hoje está na moda na região oeste-africana os golpes de Estado, mas, como eu disse, eles vão sempre falhar na Guiné-Bissau”, afirmou, em entrevista à France 24.

Umaro Sissoco Embaló reiterou que “a oposição está por trás disto” e disse: “Como é o Parlamento que está implicado no golpe de Estado, é por isso que o Presidente, em nome da segurança nacional, tomou a decisão de dissolver o Parlamento”.

Questionado sobre o facto de o presidente da Assembleia, Domingos Simões Pereira, denunciar um “golpe de Estado constitucional”, Umaro Sissoco Embaló acusou-o de ser “ele quem está por trás do golpe de Estado” e disse que há escutas telefónicas que fazem a ligação entre Simões Pereira e o comandante da Guarda Nacional.

O procurador-geral da República deteve o ex-ministro das Finanças e o secretário de Estado para o Tesouro por desvio de fundos de um montante de dez milhões de dólares - é preciso ver o que representa na Guiné-Bissau 10 milhões de dólares e o que podemos fazer com esse montante – e foi quando o presidente da Assembleia deu instruções. Eu estava no Dubai e ele deu instruções ao comandante da Guarda Nacional para os ir buscar à prisão da polícia judiciária para que o inquérito fosse interrompido porque, toda a gente sabe, ele está implicado nesta corrupção”, acusou Umaro Sissoco Embaló.

A Guiné-Bissau é um país com leis e não posso aceitar a desordem aqui na Guiné-Bissau”, declarou.

Ainda que tenha afirmado que “já não há ameaças” e que “há 75 pessoas presas neste momento”, o Presidente guineense acrescentou que “ainda há pessoas a monte” e que o país está “neste momento, em estado de sítio”, precisando que “já não há ameaça de golpe de Estado, mas ainda há pessoas a monte com armas”. Foi assim que Umaro Sissoco Embaló justificou ainda não ter avançado com data para legislativas antecipadas depois de ter dissolvido o Parlamento. “Primeiro temos que garantir a segurança para todos, a população está em pânico”, afirmou.

Como sabe, eu sou Presidente há três anos, não se trata de um debate que o Presidente não queira realizar eleições. Não, eu sou um democrata. Na próxima semana vamos ter um novo Governo e esse Governo vai me propor novas datas para as eleições legislativas antecipadas. Assim poderei assinar um decreto para fixar a data”, declarou.

 Na segunda-feira, o presidente do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, afirmou que a decisão do chefe de Estado de dissolver a Assembleia é um golpe de Estado constitucional, menos de um ano após a constituição da Assembleia.

"A lei fundamental do meu país me diz que a ANP (Assembleia Nacional Popular) não pode ser dissolvida dentro de 12 meses após a sua constituição, independentemente dos argumentos que foram utilizados neste caso, estamos em presença de uma subversão da ordem democrática", disse Simões Pereira.

O presidente da Assembleia notou ainda que não se pode falar de realização de eleições conforme a lei, 90 dias após a dissolução do parlamento, porque, frisou, a decisão atual não está dentro do quadro legal.

"Todos os guineenses têm a consciência do que está a acontecer e nada vai, de forma alguma, em alinhamento com as normas constitucionais, portanto é esperar para ver", destacou Domingos Simões Pereira.

Na segunda-feira, o Presidente guineense dissolveu o parlamento na sequência de uma série de acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a detenção preventiva, pelo Ministério Público, de dois membros do Governo mais tarde retirados das celas da Polícia Judiciária por soldados da Guarda Nacional.

Os membros do Governo, ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, estão a ser investigados num processo que a oposição diz ser crime de prevaricação e desvio de normas orçamentais ao pagarem uma dívida de cerca de 10 milhões de dólares a um conjunto de 11 empresários. 

Umaro Sissoco Embaló justificou a decisão de dissolver o parlamento por se tratar de um "caso de corrupção".

Durante a madrugada de sexta-feira e nas primeiras horas do mesmo dia, elementos das Forças Armadas dispararam sobre o quartel da Guarda Nacional para retirar os dois governantes daquelas instalações e que, depois, devolveram às celas da PJ. Desta ação militar morreram duas pessoas.

O Presidente guineense considerou os acontecimentos como uma tentativa de golpe de Estado. ANG/RFI

Brasil/Governo diz que acompanha com preocupação situação na Guiné-Bissau

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - O Governo brasileiro manifestou hoje que a acompanha com preocupação a situação na Guiné-Bissau, depois da dissolução do parlamento, decidida pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, divulgou o Ministério das Relações Exteriores.

"O Governo brasileiro acompanha com preocupação a corrente situação na Guiné-Bissau, no âmbito da qual foi recentemente dissolvida a Assembleia Nacional Popular, eleita em Junho passado", lê-se num comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

"O Brasil insta ao diálogo entre as partes e conclama as autoridades ao respeito dos direitos fundamentais", conclui-se no mesmo comunicado.

O Presidente guineense decidiu após uma reunião do Conselho de Estado, segunda-feira, dissolver o parlamento, na sequência dos confrontos entre a Guarda Nacional e efetivos do batalhão do Palácio Presidencial, que considerou tratar-se de um golpe de Estado.

Sissoco Embaló considerou "um golpe de Estado" o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira, detidos por ordem do Ministério Público devido a um alegado caso de corrupção.

Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo, e na morte de dois militares.

Imediatamente a seguir ao anúncio do Presidente da República observou-se, na cidade de Bissau, uma forte presença militar nas ruas, que deixou de ser visível à noite.

A Guiné-Bissau, um país lusófono com uma população de dois milhões de habitantes, é um dos mais pobres do mundo e é considerado um dos países mais corruptos do mundo.

Desde a sua independência de Portugal em 1974, o país tem passado por períodos de instabilidade marcados por tentativas de golpe de Estado.

Em Fevereiro de 2022, Sissoco Embaló escapou a um golpe de força, que apresentou como uma tentativa de golpe de Estado diretamente ligada ao tráfico de droga. ANG/Angop

    Portugal/Governo responde às acusações de Domingos Simões Pereira

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - O governo português repudiou, quarta-feira, em comunicado, as declarações do presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, que acusou Portugal de se deixar usar pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.


O executivo português diz estar a seguir “com atenção os mais recentes acontecimentos na Guiné-Bissau”.

Na terça-feira, em entrevista telefónica à agência de notícias Lusa, Domingos Simões Pereira afirmou: “Volta e meia, por tuta e meia, o Presidente [Sissoco Embaló] evoca conversas com [o Presidente da República de Portugal] Marcelo Rebelo de Sousa, com o primeiro-ministro António Costa e com outras autoridades [portuguesas]. E fá-lo com o intuito de evocar algum paralelismo com aquilo que acontece em Portugal e que, portanto, se é normal em Portugal, é normal na Guiné-Bissau (…) Quando as autoridades portuguesas ouvem essa menção e não fazem questão de denunciar e de se distanciar dessa realidade, tornam-se cúmplices daquilo que está a acontecer neste momento.

Em resposta, em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o executivo português repudiou as acusações: “O Governo português repudia as declarações do Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau quanto à posição de Portugal sobre a atual crise política no país.

De forma consistente, e respeitando a plena soberania daquele país, Portugal tem cooperado com todas as instituições e autoridades guineenses - bilateralmente, mas também no quadro das Nações Unidas, da União Europeia e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa - para a consolidação da estabilidade, democracia e Estado de Direito, bem como a promoção do desenvolvimento na Guiné-Bissau”, acrescenta a nota à comunicação social.

O documento acrescenta, ainda, que Portugal está a seguir “com atenção os mais recentes acontecimentos na Guiné-Bissau”.

No que diz respeito à crise política, Portugal tem seguido com atenção os mais recentes acontecimentos na Guiné-Bissau e espera que as instituições guineenses encontrem, no respeito pela ordem constitucional, as necessárias soluções para ultrapassar o atual momento que se vive no país”, conclui a nota. 

Na terça-feira, na entrevista à Lusa, Domingos Simões Pereira disse que Umaro Sissoco Embaló invocou uma suposta conversa com Marcelo Rebelo de Sousa a propósito da sua decisão de dissolver o parlamento guineense, a pretexto de uma alegada tentativa de golpe de Estado. O presidente do parlamento guineense e do PAIGC disse não poder admitir que “Portugal em vez de contribuir para o reforço da estabilidade, para a construção de instituições democráticas, deixe-se usar para este tipo de menções”.

Segundo a Lusa, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, respondeu à agência de notícias, afirmando que não esteve nem falou com o Presidente guineense desde que esteve em Bissau, a meio de Novembro. Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Bissau entre 15 e 16 de Novembro, juntamente com o primeiro-ministro português, António Costa, a participar na comemoração oficial dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau vive uma nova crise política desde a detenção, em 30 de Novembro, do ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e do secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, ambos dirigentes do PAIGC, no âmbito de um processo relacionado com pagamentos a empresários.

Os acontecimentos precipitaram-se com efetivos da Guarda Nacional a irem buscar os dois governantes às celas da Polícia Judiciária, a que se seguiram confrontos entre esta força militarizada e efetivos do batalhão do Palácio Presidencial.

Na segunda-feira, após uma reunião do Conselho de Estado, o Presidente Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento, algo qualificado como “um golpe de Estado constitucional” por Domingos Simões Pereira, tendo em conta que nos termos da Constituição guineense a Assembleia Nacional Popular não pode ser dissolvida nos 12 meses posteriores à sua eleição.

Entretanto, em entrevista à France 24, o Presidente guineense acusou Simões Pereira de estar “por trás” da alegada tentativa de golpe de Estado. ANG/RFI


Nigéria
/HRW critica ausência de "medidas" para impedir mortes por engano no  país

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - A organização Human Rights Watch (HRW) lamentou hoje que a Nigéria não tenha tomado "medidas concretas" para evitar que operações aéreas do exército voltem a atingir civis por engano ou que os responsáveis não sejam conduzidos à justiça.

"As autoridades (nigerianas) não tomaram medidas concretas para fazer justiça, prestar contas ou garantir que as suas operações protejam melhor os civis no futuro", disse a HRW num comunicado.

"Desde 2017, mais de trezentas pessoas foram mortas em ataques aéreos que as forças de segurança disseram ter como alvo "bandidos" ou membros do grupo armado islâmico Boko Haram, mas que, em vez disso, atingiram populações locais", acrescentou a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos.

A declaração da HRW surge como reação a um ataque aéreo do exército nigeriano no último domingo que matou acidentalmente, pelo menos, 85 civis e feriu 66 no norte do país, de acordo números das forças armadas nigerianas, e que a Amnistia Internacional, citando fontes locais, coloca em, pelo menos, 120 mortos.

A ONG junta a sua voz à do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que esta quarta-feira apelou a uma "investigação exaustiva e imparcial" do incidente.

"É inaceitável que o exército nigeriano continue a matar pessoas, através de ataques aéreos, que estão simplesmente a tentar prosseguir com as suas vidas", afirmou a investigadora da HRW para a Nigéria, Anietie Ewang, citada no comunicado.

"É necessário um escrutínio das atividades das forças de segurança para evitar mais mortes e proceder à reparação das famílias das vítimas, começando por uma investigação independente, imparcial e transparente", acrescentou.

A HRW contactou testemunhas, que explicaram que a primeira bomba atingiu a cidade de Tundun Biri, no estado de Kaduna, no norte do país, por volta das 21h45 horas locais (20h45 TMG), quando centenas de pessoas estavam a celebrar o nascimento do profeta Maomé (festival Mawlid).

A explosão causou a morte de cerca de 56 pessoas, incluindo muitas crianças, e fez um largo número de feridos, o que levou a população local a chamar outras pessoas das aldeias vizinhas para ajudar a transportar os que não conseguiam deslocar-se.

Por volta das 23h00 horas locais (22h00 TMG), caiu uma segunda bomba, matando muitas das pessoas que tinham vindo ajudar.

"Estava a abraçar o meu filho, que tinha uma perna partida, quando a segunda bomba foi lançada sobre nós. Perdi os meus cinco filhos e a mãe deles", disse uma das vítimas à HRW.

Alguns estados nigerianos - particularmente no centro e noroeste do país - estão a ser atacados incessantemente por "bandidos", um termo utilizado no país para descrever bandos criminosos que cometem assaltos em massa e raptos, a troco de resgates, e que são por vezes rotulados de "terroristas" pelas autoridades.

Os ataques são recorrentes, apesar das repetidas promessas do Governo nigeriano de pôr fim à violência através do destacamento de mais forças de segurança.

Esta insegurança é agravada desde 2009 pela atividade do grupo extremista islâmico Boko Haram no nordeste do país e, desde 2016, também pelo Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), aliado à Al-Qaida. ANG/Angop

      Rússia/Eleições presidenciais marcadas para 17 de Março de 2024

Bissau, 07 Dez 23 (ANG) - O Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo, marcou hoje as eleições presidenciais na Rússia para 17 de Março de 2024, durante uma reunião transmitida em direto pela televisão pública.

A presidente do Conselho da Federação, Valentina Matvienko, adiantou que a decisão de marcar as eleições presidenciais para 17 de Março do próximo ano foi tomada por unanimidade pelos senadores.

A responsável indicou que "esta decisão praticamente dá início à campanha presidencial".

Vladimir Putin, de 71 anos, ainda não anunciou a sua intenção de concorrer novamente, mas espera-se que o faça nos próximos dias, agora que a data foi definida.

De acordo com as reformas constitucionais, Putin é elegível para concorrer a mais dois mandatos de seis anos.

Tendo estabelecido um controlo apertado sobre o sistema político da Rússia, a vitória de Putin está praticamente garantida.

Críticos proeminentes que poderiam desafiar ou concorrer com Putin nas urnas estão detidos ou a viver no estrangeiro, e a maioria dos meios de comunicação independentes foi proibida. ANG/Angop

 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

 

Caso 01 de Dezembro /"Forças Armadas da Guiné- Bissau está no caminho da paz para repôr a ordem ", diz Biaguê Na Ntan

Bissau, 06 Dez 23 (ANG) – O Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas disse que estão no caminho da paz para repôr a ordem  e desenvolver o país, porque sem a paz não haverá nenhum operador económico para investir.

Biaguê Na Ntan falava hoje em conferência de imprensa sobre  o  envolvimento da Guarda Nacional na retirada da cela da Polícia Judiciária do ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi e do Secretário de Estado de Tesouro,Manuel Monteiro, no dia 01 de Dezembro.  

Disse que, quando foi informado da situação,  ligou para o Comandante de Guarda Nacional e perguntou-lhe do que estava a passar e este lhe respondeu que a ministra do Interior já o tinha questionado sobre o motivo de agentes da GN invadiram a cela da Polícia Judiciária.

O CEMGFA disse na altura que aconselhou ao Comandante da Guarda Nacional, Victor Tchongo  para ir ao Estado-maior, se quer salvar a sua pele e trabalhar em colaboração com Vice-chefe de Estado-maior e outras chefias para ordenarem os seus agentes  para deixar as armas.

Na Ntan afirmou que Vítor Tchongo recusara acatar as suas ordens.

Tchongo se encontra detido com outros elementos da GN aprisionados no dia dia 01 de Dezembro por elementos da  Guarda Presidencial e de Polícia Militar, após tiroteios no Comando da Guarda Nacional, que resultaram em duas vítimas mortais.ANG/MI/ÂC//SG

Greve na CMB/Sindicato de base ameaça bloquear todos serviços da institução na segunda fase da paralização

Bissau,06 dez 23 (ANG) – O porta-voz do Sindicato da Câmara Municipal de Bissau ameaça bloquear  todos os serviços da instituição na segunda fase da greve, prevista para decorrer entre  11 e 15 deste mês, caso as suas exigências não forem atendidas.

Os trabalhos da edil de Bissau observam desde segunda-feira uma greve de cinco dias.

 Em declarações à ANG, Baba Vieira disse que,  em causa está o pagamento de salário, de segurança social e apresentação do dinheiro da quota que os trabalhadores descontam para o fundo do sindicato de base da Câmara Municipal de Bissau.

“Exigimos do patronato o pagamento de três meses de salários aos funcionários ativos, 19 meses de segurança social, e a apresentação  do dinheiro da quota descontado diretamente aos trabalhadores  para o sindicato, há mais de três meses mas que não sabemos do seu paradeiro, entre outros pontos”, informou.

O porta-voz do sindicato disse que estão em greve desde segunda-feira mas que até então  não foram chamados pela direção da Câmara para negociação, apesar de o sindicato  estar aberto para o efeito.

“Se chegarmos à segunda fase de paralização vamos bloquear todos os serviços da Câmara, aliás neste momento não há combrança nos mercados nacionais”,disse Baba Vieira, pedindo a intervenção dos responsáveis para solucionar problemas caso que se aconteça.

Pede  aos vendedores para não pagarem senhas diárias da Câmara, por haver o risco de serem enganados por pessoas que podem se aproveitar da greve.

Instado a confirmar  se não chegarem de sentar-se a mesa com a direção da CMB para se evitar a greve, disse que  teveram um encontro negocial, sob a liderança do ministro da Administração Territorial e Poder Local, mas  que  não foi concluído, devido a queda do Governo determinada pelo  Decreto presidencial ,na segunda-feira.

O Porta-voz do Sindicato de base da CMB critica a atitude da direção de proibir os trabalhadores de fazer pedido de empréstimo de dinheiro até ao ponto de alguns funcionários perderam vida, por falta de condições financeiras para suportar o tratamento médico e medicamentosa.

Disse que a Direção da Câmara  está a contactar pessoas, com subsídio de três mil francos CFA, mas diz que  não tem dinheiro para pagar os atrasados salariais  e nem para ajudar os funcionários doentes.

Perguntado sobre a prestação do serviço mínimo no decurso da greve,  disse que no momento, o serviço minimo não está a ser observado, porque o patronato não solicitou.

A ANG tentou ouvir a reação da Direção da CMB mas  todas as entidades contactadas alegam ser inoportunas falar sobre essa greve.

Em consequência dessa greve os  lixos estão a multiplicar-se  nos mercados e algumas artérias de Bissau.ANG/LPG/ÂC//SG

Desporto-futebol/Campeonato Nacional da primeira divisão Guinés-Liga 2023/2024  arranca quinta-feira com jogo SB e Benfica/Arados de Nhacra

Bissau, 06 Dez 23 (ANG) – O Campeonato Nacional da primeira divisão em futebol, a GuinésLiga 2023/2024, inicia,  quinta-feira, com a partida entre o vice campeão Sport Bissau e Benfica e o recém promovido Arados Futebol Clube de Nhacra, pela 16 horas, no Estádio Lino Correia, em Bissau.

De acordo com  a página desportiva SPORTGB,  o campeão nacional, o Futebol Clube de Canchungo começa a defesa do título no campo Vicente Cacante, na seção de Pelundo, região de Cacheu, onde vai defrontar o Futebol Clube de Pelundo.

Segundo esse portal, a primeira divisão da Guinés-Liga terá 16 equipas, dos quais seis são da capital Bissau e 10 das regiões.

A região de Cacheu tem a  maior representação, seguida da de Oio e Gabú, ambas com duas equipas cada, enquanto que a Província Sul, que compreende as regiões de Quinará, Tombali e Bolama-Bijagós não terá nenhuma representação.

A Guinès-Liga terá 349 jogos  e a  primeira jornada encerra só na próxima segunda-feira, com o jogo entre o Sporting Clube da Guiné-Bissau e os Cavalos Futebol Clube, de Cuntum.ANG/JD/ÂC//SG

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Economia/Preços das moedas para quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

MOEDA

COMPRAR

OFERTA

Euro

655.957

655.957

dólares americanos

604.750

611.750

Yen japonês

4.105

4.165

Libra esterlina

762.750

769.750

Franco suíço

692.250

698.250

Dólar canadense

444.500

451.500

Yuan chinês

84.000

85.750

Dirham dos Emirados Árabes Unidos

Fonte: BCEAO

164.250

167.000