quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Médio Oriente/Mobilização sem precedentes” na Flotilha Humanitária rumo a Gaza

Bissau, 28 Ago 25 (ANG) - Esta semana, vai partir para a Faixa de Gaza uma Flotilha Humanitária com ajuda para a população palestiniana, transportada em dezenas de barcos que vão tentar quebrar o cerco israelita.

Delegações de mais de 40 países integram a missão e há três portugueses. O activista Miguel Duarte é um deles e explica que esta é uma “mobilização sem precedentes” e “a maior tentativa de sempre para desafiar o bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza”. Apesar dos riscos, Miguel Duarte tem esperança que a ajuda humanitária chegue ao destino e defende que “é preciso que a sociedade civil se levante”, senão “ninguém o fará”.

Esta é uma missão que junta dezenas de embarcações e delegações de mais de 40 países. O objectivo é levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e tentar quebrar o cerco israelita que impede a chegada de alimentação e medicamentos. A ONU alertou, na semana passada, que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão a passar fome.

Três portugueses integram a Flotilha Humanitária: o activista Miguel Duarte, experiente em missões de resgate de pessoas no Mar Mediterrâneo, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua e a actriz Sofia Aparício.

Em entrevista à RFI, Miguel Duarte disse que se está num “momento histórico”, que esta “é uma mobilização sem precedentes” e “a maior tentativa de sempre para desafiar o bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza”. Já houve outras frotas rumo a Gaza, mas a maior parte foi interceptada pelo exército israelita. Foi o caso, a 8 de Junho, com o navio Madleen, mas também com o navio Handala, a 27 de Julho. Por outro lado, no início de Maio, activistas que transportavam ajuda humanitária para Gaza foram atacados ao largo de Malta, em águas internacionais, e acusaram Israel.

Graças à escala da missão, com delegações de mais de 40 países e dezenas de barcos que levam medicamentos e comida, o activista acredita que a atenção internacional possa impedir que o exército israelita trave a flotilha humanitária, pelo que tem esperança que a ajuda chegue realmente a Gaza.

Miguel Duarte acrescenta que informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros e que este tem “a responsabilidade moral de garantir a segurança” da tripulação e da ajuda humanitária. Por outro lado, o activista considera que Portugal deveria avançar com um corte de relações diplomáticas e comerciais com Israel, aplicar sanções e acabar com contratos com empresas de armamento israelitas.

Experiente em missões de resgate de migrantes no mar Mediterrâneo, Miguel Duarte diz que o que o leva a Gaza é o mesmo que o levou ao Mediterrâneo: a necessidade das pessoas. Nesse sentido, acredita que “é preciso que a sociedade civil se levante”, senão “ninguém o fará”.

Miguel Duarte: “É a maior tentativa de sempre para desafiar bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza”

RFI: Qual é o objectivo desta missão?

Miguel Duarte, activista: “O objectivo desta missão é trazer ajuda humanitária para Gaza. Neste momento, há um bloqueio ilegal por parte das forças israelitas imposto sobre o povo de Gaza. Sabemos todos que está a decorrer um genocídio e uma fome imposta pelas forças israelitas ao povo de Gaza. O objectivo desta missão, como de tantas outras anteriores, é o de desafiar este bloqueio ilegal e trazer esta ajuda humanitária que é tão necessária e tão urgente para estas pessoas.”

O que é que diferencia esta missão das anteriores?

“A principal diferença é a escala. Ou seja, já existem missões deste género desde 2008, se não estou em erro. Já muitos barcos e navios tentaram desafiar este cerco. Algumas conseguiram, mas a maior parte, a esmagadora maioria das flotilhas foram bloqueadas e ilegalmente capturadas pelo exército israelita. O que diferencia esta é a escala. Neste momento, estão a ser organizadas delegações de mais de 40 países em dezenas de barcos, portanto, certamente, pelo menos centenas de pessoas vão estar envolvidas. Vão partir barcos de vários pontos da Europa. Eu, neste momento, estou em Barcelona e a minha delegação vai partir daqui. Só de Barcelona vão partir mais de 30 barcos e, portanto, a atenção sobre esta missão espera-se que seja a maior de sempre e é a maior tentativa de sempre para desafiar este bloqueio ilegal sobre o povo palestiniano em Gaza.”

Houve várias frotas que até agora falharam, que não conseguiram chegar a Gaza e levar a ajuda. A última delas, por exemplo, foi interceptada pelo exército israelita a 27 de julho. Quais são as perspectivas que tem para esta missão e como é que a encara? Não tem medo de ser detido e deportado?

“Medo tenho, acho que todos temos, na verdade, porque basta olhar para a história recente deste movimento e vemos rapidamente várias intercepções por parte das forças israelitas que foram extremamente violentas. Em 2008, um barco das forças israelitas foi arremessado contra uma das flotilhas. Em 2010, dez membros da tripulação foram assassinados pelas forças israelitas e, ainda este ano, dois drones bombardearam um dos navios. Portanto, os riscos são altos. Ou seja, nós estamos aqui não é porque não temos medo, porque certamente temos e os riscos existem, estamos aqui porque é necessário e porque é absolutamente fundamental que a sociedade civil esteja em solidariedade, a sociedade civil global, em solidariedade com o povo da Palestina. No entanto, tenho esperança que esta missão tenha sucesso precisamente porque é uma mobilização sem precedentes. Ou seja, eu diria que estamos num momento histórico no que toca a este movimento e as centenas de pessoas que estão envolvidas directamente - que estão aqui neste momento ou que estão a embarcar noutros sítios da Europa e do Norte de África - estão longe de ser o movimento, ou seja, o movimento consiste em milhares e milhares e milhares de pessoas pelo mundo inteiro que se estão a mobilizar não só para organizar a partida destes barcos específicos, mas a organizar-se para mobilizar manifestações, boicotes e outros tipos de acções que ponham tanta pressão quanto possível sobre as forças israelitas. Portanto, tenho esperança que isto tenha sucesso.”

É com essa mobilização mundial e a força do número de participantes que pretendem quebrar o cerco de Israel sobre Gaza? Como é que tencionam quebrar esse cerco?

“A tentativa ou o que vamos tentar fazer é levar dezenas e dezenas de barcos e trazer muita atenção sobre estes barcos, portanto, quanto mais olhos melhor, pelo mundo fora, para que seja tão difícil quanto possível para as forças israelitas fazerem uma intercepção ilegal e violenta destes tripulantes. É isso que vamos tentar. Tenho a sensação que vamos conseguir, havemos de chegar a Gaza e havemos de entregar esta ajuda humanitária.”

Que ajuda levam nas dezenas de barcos?

“São bens de primeira necessidade que consideramos serem as coisas mais urgentes. Certamente o povo palestiniano de Gaza precisa de muito mais do que aquilo que nós conseguimos trazer, mas aquilo que consideramos mais urgente são essencialmente medicamentos e comida. Todas estas coisas não conseguem entrar em Gaza neste momento, portanto, as necessidades são absolutas e é isso que vamos trazer essencialmente.”

Mais a mensagem, não é?

“Mais a mensagem, absolutamente, sim. Precisamos de mobilizações pelo mundo inteiro. Precisamos de apoio não só para a nossa própria protecção e para a protecção da ajuda humanitária, mas porque o objectivo desta missão desafiar o cerco, é acabar com o cerco, é acabar com o genocídio, acabar com a fome, acabar com a ocupação e libertar o povo de Gaza.”

O facto de ser uma missão tão falada, com uma tão grande dimensão, por outro lado, não poderá criar expectativas na população de Gaza que possam sair goradas? De certa forma, não poderá ainda ser mais doloroso para os palestinianos que estão à vossa espera, se vocês não conseguirem?

“Eu não excluo essa hipótese, mas nós e os palestinianos não somos simplesmente grupos separados. Existem muitos palestinianos envolvidos nesta acção. Isto é feito em solidariedade e em conjunto com o movimento de pessoas palestinianas que lutam todos os dias, há muitos anos, pela libertação do povo palestiniano. Acho que as pessoas na Palestina compreendem certamente que isto é mais uma demonstração de solidariedade e que é uma luta contra uma força que é muito maior do que nós, que é um poder colonial e que tem por trás de si o maior exército da história da humanidade, que é o exército dos Estados Unidos. Portanto, as dificuldades são muitas e acho que todas as pessoas palestinianas compreendem isso. Mas se as nossas acções contribuírem para restaurar algum tipo de esperança, nem que seja um bocadinho, ao povo palestiniano, então penso que isso seja uma coisa boa.”

Informaram o Governo português sobre a vossa missão? Se sim, o que é que esperam que ele faça?

“Informámos sim. Informámos o Ministério dos Negócios Estrangeiros e ainda não obtive uma resposta. O que é que esperamos? Acho que vou responder a essa pergunta em dois níveis: um imediato e pessoal. Acho que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e, mais em geral, o Estado português tem a responsabilidade moral de garantir a nossa segurança, dos tripulantes, bem como a segurança da ajuda humanitária que é absolutamente urgente que chegue a Gaza. De uma forma mais abrangente, era preciso que o Estado português fizesse aquilo que já devia ter feito há muito tempo. É preciso frisar que não é um problema deste Governo, é um problema de sucessivos governos portugueses. É absolutamente urgente fazer um corte de relações diplomáticas e comerciais com Israel, é preciso aplicar sanções e é preciso acabar absolutamente com contratos vergonhosos que as Forças Armadas portuguesas têm com empresas de armamento israelitas que estão neste momento a conduzir o genocídio em Gaza. Tudo isto se fosse ontem, já era tarde.”

O Miguel Duarte já tem um histórico de participação em navios de missões humanitárias, nomeadamente no resgate de migrantes no Mediterrâneo. Chegou a ser indiciado pelo crime de auxílio à emigração ilegal por tentar salvar vidas. Agora arrisca-se numa nova missão. O que é que o move e como é que olha para a forma como a comunidade internacional, nomeadamente a parte política, está a lidar com o que se passa em Gaza?

“O que me traz a Gaza ou que me traz a esta missão foi o que me trouxe ao Mediterrâneo tantas vezes. A necessidade é enorme. Os nossos Estados não nos representam, portanto, aquilo que está a acontecer no Mediterrâneo hoje em dia é da mesma escala do que está a acontecer em Gaza. Já morreram mais de 30.000 pessoas no Mediterrâneo nos últimos dez anos. Já morreram outras dezenas de milhares de pessoas em Gaza ao longo dos últimos anos. E os Estados são os mesmos, as forças politicas são as mesmas e é preciso, por causa desta absoluta violência por parte dos Estados, nomeadamente ocidentais, europeus, Israel e os Estados Unidos, é preciso que a sociedade civil se levante, porque se nós não o fizermos, ninguém o fará. Eu, em particular, tenho experiência no mar e, portanto, sei estar num navio e tenho algum conhecimento sobre este tipo de missão. Pensei que estava numa posição privilegiada para fazer alguma coisa e aceitei o convite de me juntar a esta flotilha. É por isso que sinto que este é o meu lugar aqui. Mais uma vez, não é porque não existam riscos ou porque não acredito neles. É porque a necessidade é enorme."ANG/RFI

          Regiões/ PRAE-GB monta postes da rede elétrica na região de Cacheu

Canchungo, 28 Ago 25 (ANG)  O Projeto Regional de Acesso à Eletricidade na Guiné-Bissau(PRAE-GB) leva a cabo trabalhos de escavação para a colocação de postes  de rede elétrica  em Canchungo.

Nesse quadro, segundo o Corresponde regional da ANG de Cacheu,  o técnico assistente  de salvaguarda ambiental do projeto, Júlio Tavares Ié reuniu, segunda-feira, com as autoridades administrativas e poder local de Canchungo aos quais solicitou apoios e colaboração para que os trabalhos possam desenrolar da melhor forma possível.

Ainda nesse encontro Júlio Ié pediu ao Secretário Administrativo do sector de Canchungo para se iniciar os trabalhos de recenseamento de potenciais interessado em contrato para fornecimento de energia elétrica em Canchungo.

O Projeto Regional de Acesso à Eletricidade na Guiné-Bissau deverá igualmente levar electricidade aos sectores Cacheu, Calequisse e Caió.

Até então o fornecimento de energia elétrica à Canchungo e arredores é assegurado por uma empresa privada denomina “Electric Baio e Djata.

 O PRAE-GB é um projeto do Governo guineense lançado com apoio financeiro do Banco Mundial. ANG/AG/MI/ÂC//SG

Argentina/Presidente  retirado de comício após incidentes com manifestantes

Bissau, 28 Ago  25 (ANG) - O Presidente argentino teve de ser retirado hoje de um comício eleitoral na província de Buenos Aires devido a incidentes com manifestantes da oposição, que atiraram objetos contra o veículo aberto em que viajava.

A situação surgiu na sequência de confrontos entre alguns dos manifestantes e polícia.

Devido aos incidentes, Javier Milei foi imediatamente retirado pela equipa de segurança, juntamente com a irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, enquanto o principal candidato às eleições legislativas na província, José Luis Espert, abandonou o local a bordo de um motociclo. 

Os episódios ocorreram durante um comício eleitoral na localidade de Lomas de Zamora, na província de Buenos Aires, onde Milei se deparou com um numeroso grupo de manifestantes da oposição que lhe atiraram pedras, galhos e ovos, entre outros objetos, e a polícia protegeu o Presidente com escudos antes de o retirar num veículo blindado.

O incidente aconteceu no mesmo dia que o chefe de gabinete do Governo argentino, Guillermo Francos, afirmou que a denúncia por alegados subornos na Agência Nacional de Deficiência (Andis) é uma "operação política" orquestrada por setores "populistas" tendo em conta as eleições legislativas que se aproximam naquele país sul-americano.

"Foi orquestrada uma operação política divulgando supostas gravações de áudio do ex-titular da Andis", afirmou o chefe de Gabinete de ministros perante o plenário da Câmara dos Deputados, para apresentar o relatório semestral de gestão do Executivo de Javier Milei. 

Francos atribuiu as denúncias a um “modus operandi populista que aparece com mais força quando as eleições se aproximam”, numa alusão às eleições legislativas na província de Buenos Aires, marcadas para setembro e às eleições nacionais programadas para outubro.

O escândalo rebentou em 20 de agosto, quando os média locais divulgaram áudios atribuídos ao agora ex-titular da Andis Diego Spagnuolo, um dos advogados de Javier Milei.

As gravações descrevem um suposto esquema de subornos na compra estatal de medicamentos, cujo principal responsável seria o subsecretário de Gestão Institucional da Secretaria-Geral da Presidência, Eduardo ‘Lule’ Menem, primo do presidente da Câmara dos Deputados da Nação, Martín Menem.

Nas gravações também é feita referência a Karina Milei, irmã do chefe de Estado e secretária-geral da Presidência, como possível destinatária de parte dos subornos que envolvem a empresa de comercialização de medicamentos Suizo Argentina.

"Responderemos a todas estas manobras com transparência e respeitando a divisão de poderes", assegurou o chefe de gabinete.

Francos indicou que o Executivo destituiu Spagnuolo do cargo e interveio na Andis "para garantir o seu correto funcionamento e realizar uma auditoria profunda e os inquéritos administrativos correspondentes, com ênfase no sistema de compras e contratações".

O responsável político observou também que as gravações foram divulgadas no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados rejeitou um veto de Milei a uma lei aprovada recentemente que declara a emergência em matéria de deficiência e obriga o Estado a aumentar os fundos para a assistência a pessoas com deficiência.

Apesar de a administração pública ter um excedente fiscal, Francos insistiu que essa lei "implica o desdobramento de recursos económicos dos quais o Estado não dispõe".

"Tanto a aprovação de leis que exigem recursos que quebram o equilíbrio fiscal como a difamação de funcionários com acusações infundadas fazem parte de um mesmo padrão: a ação de um pequeno grupo de pessoas que nesta nova Argentina já não têm lugar", afirmou. ANG/Lusa

   Ucrânia/Ataque russo atinge edifício da delegação da União Europeia em Kiev

Bissau, 28 Ago 25 (ANG) – A capital ucraniana foi, na última noite, alvo de uma nova vaga de mísseis e drones russos, que fez pelo menos 14 mortos e dezenas feridos.

 O presidente Volodymyr Zelensky denunciou um ataque “massivo” e acusou Moscovo de “preferir os mísseis às negociações de paz”. Vários edifícios foram atingidos, entre eles, o que alberga a missão da União Europeia em Kiev.

O presidente do Conselho Europeu confirmou que os mísseis russos atingiram hoje a delegação da União Europeia (UE) em Kiev. António Costa condenou a "acção deliberada" da Rússia, disse estar horrorizado, mas  garantiu que os 27 não se deixarão intimidar.  Por seu lado, Ursula Von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, voltou a exigir à Rússia o fim dos ataques indiscriminados contra alvos civis ucranianos . A embaixadora da UE na Ucrânia revelou que nenhum membro da missão europeia ficou ferido, apesar do espaço onde trabalham ter ficado muito danificado.

No total, durante o ataque desta quinta-feira e segundo o exército ucraniano, a Rússia utilizou cerca de 60 drones e 30 mísseis. Foi o segundo maior ataque aéreo contra o país desde o início da invasão em fevereiro de 2022. Vários edifícios residenciais foram atingidos. Um prédio de cinco andares desabou e moradores ficaram presos nos escombros, uma escola e um centro comercial também sofreram danos.

"Isto é tudo o que há para saber sobre o Estado terrorista, Putin, e seus desejos de paz", escreveu o chefe de gabinete da presidência ucraniana, na rede social Telegram.

A Ucrânia espera agora uma "uma reacção" da comunidade internacional na forma de novas sanções contra Moscovo. Zelensky fez um apelo específico aos aliados da Rússia, como a  China e a Hungria, e aos países da União Europeia e da NATO.   ANG/RFI

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Moçambique/Presidente Chapo em Kigali com foco no combate ao terrorismo

Bissau, 27 Ago 22225 (ANG) - O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, iniciou esta quarta-feira, , uma visita de dois dias ao Ruanda. O combate ao terrorismo vai estar em cima da mesa nas discussões com o homólogo Paul Kagamé.A viagem do Presidente moçambicano ao Ruanda surge em resposta ao convite do seu homólogo Paul Kagamé cujas forças de segurança combatem o terrorismo na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Para o embaixador de Moçambique no Ruanda, Amade Miquidade, o assunto de defesa e segurança não poderá passar ao lado das conversações entre os dois estadistas.

Considerando que o Ruanda é um parceiro no combate ao terrorismo com vista a garantir segurança, bem-estar e uma situação de paz para o nosso país, com realce para a província de Cabo Delgado e alguns distritos assolados para operações dos terroristas.

A primeira visita oficial de Daniel Chapo a Kigali acontece numa altura em que as tropas do Ruanda assinalam quatro anos de presença em Moçambique.

A nossa cooperação com o Ruanda vai crescendo. Por um lado, Ruanda está para apoiar - como tem o feito - mas, por outro lado, estamos a desenvolver as nossas capacidades para combater o terrorismo.

O presidente de Moçambique Daniel Chapo faz-se acompanhar, nesta visita de dois dias ao Ruanda, de vários ministros, incluindo o da Defesa.ANG/RFI

 

França/Emmanuel Macron e Bassirou Diomaye Faye apostados em reforçar as relações entre França e Senegal

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) - O Presidente francês Emmanuel Macron e o seu homólogo senegalês Bassirou Diomaye Faye afirmaram desejar reforçar as relações entre os dois países após um distanciamento das autoridades do Senegal quando chegaram ao poder em 2024.

Os dois chefes de Estado emitiram comunicados nas redes sociais abordando o encontro desta manhã.

O Presidente francês referiu que trabalharam na “renovação da parceria” e na “reaproximação entre os dois países”, regozijando-se do encontro ter sido “excelente”.

Bassirou Diomaye Faye, indo no sentido de Emmanuel Macron, afirmou que “este pequeno-almoço permitiu reafirmar a vontade comum de reforçar a relação bilateral em domínios como o investimento, o comércio, a defesa e a segurança”.  

Os dois dirigentes também evocaram questões “memoriais e internacionais”, bem como a preparação da Cimeira África-França de 2026.

O massacre de Thiaroye pelas forças coloniais francesas, reconhecido pelo Presidente Emmanuel Macron, também foi um assunto abordado nesta quarta-feira.

35 soldados, segundo as autoridades francesas na altura, e até 400, segundo historiadores, morreram em Dezembro de 1944, eles que pediam o pagamento de salários por terem participado na Segunda Guerra Mundial.

O Governo senegalês acusa a França de dissimular informações como o número exacto de pessoas falecidas nesse massacre.

Recorde-se que desde Abril de 2024, as autoridades no poder no Senegal prometeram que a França seria tratada como qualquer parceiro estrangeiro. Aliás o exército francês acabou por deixar o Senegal, a 17 de Julho de 2025, onde estava presente desde a independência do país em 1960. ANG/RFI

 

   Brasil/Supremo  ordena reforço de vigilância a Bolsonaro por risco de fuga

 

Bissau, 27 Ago (ANG) – O Supremo Tribunal Federal brasileiro ordenou hoje o reforço de vigilância junto à casa do ex-Presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliária e que dentro de uma semana é julgado por tentativa de golpe de Estado.

 

A decisão foi tomada pelo juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-chefe de Estado, seguindo as indicações do Procurador-Geral da República feitas no dia anterior.

 

Na decisão, o juiz recordou que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-Presidente encontra-se nos Estados Unidos a fazer 'lobby' junto da Casa Branca em prol do pai.

 

”As ações incessantes de Eduardo Nantes Bolsonaro, estando inclusive localizado em país estrangeiro, demonstram a possibilidade de um risco de fuga por parte de Jair Messias Bolsonaro, de modo a se furtar da aplicação da lei penal, notadamente em razão da proximidade do julgamento”, lê-se na decisão.

 

Dessa forma, são “absolutamente necessárias e adequadas” as medidas de reforço de vigilância.

 

A partir de terça-feira começa o julgamento de Jair Bolsonaro, e de mais sete réus, com o ex-chefe de Estado a responder pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património tombado.  ANG/Inforpress/Lusa


Médio Oriente/ Guterres pede investigação rápida e imparcial a novo ataque a hospital em Gaza

 

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu hoje uma investigação rápida e imparcial ao novo ataque israelita a um hospital em Gaza que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo jornalistas e profissionais de saúde.

 

"O secretário-geral condena hoje veementemente a morte de palestinianos nos ataques israelitas que atingiram o Hospital Nasser em Khan Yunis. Além de civis, os mortos incluíam profissionais de saúde e jornalistas", afirmou hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, na sua conferência de imprensa diária.

 

Ao exigir uma investigação ao caso, Guterres advogou que as mortes em causa realçam os riscos extremos que os profissionais de saúde e os jornalistas enfrentam ao realizarem o "seu trabalho vital no meio deste conflito brutal".

 

O secretário-geral lembrou ainda que os civis, incluindo os trabalhadores do ramo da saúde e da comunicação, devem ser respeitados e protegidos e reiterou que esses profissionais devem poder desempenhar as suas funções essenciais "sem interferência, intimidação ou danos", em plena conformidade com o Direito Internacional Humanitário.

 

O líder das Nações Unidas reiterou igualmente o seu apelo a um cessar-fogo imediato e permanente, ao acesso humanitário irrestrito a toda a Faixa de Gaza e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns.

 

Antes das declarações de Guterres, várias agências das Nações Unidas já haviam condenado a mais recente ofensiva do exército israelita ao Hospital Nasser, o principal centro médico no sul da Faixa de Gaza.

Uma das reações veio o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, que denunciou a "chocante" inação da comunidade internacional diante da situação em Gaza.

 

Este novo ataque israelita equivale a "silenciar as últimas vozes que denunciam a morte silenciosa de crianças vítimas da fome", denunciou Philippe Lazzarini na rede social X, acrescentando: "A indiferença e a inação do mundo são chocantes".

 

Pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas, morreram em dois ataques realizados pelas forças israelitas ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, segundo a Defesa Civil palestiniana.

 

A estação qatariana Al-Jazeera, as agências de notícias Reuters e Associated Press (AP) lamentaram a morte dos seus colaboradores, manifestando choque e tristeza.

 

O exército israelita reconheceu ter realizado "um ataque na zona do hospital Nasser" e anunciou uma "investigação", lamentando "qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos" e que "não teve como alvo jornalistas propriamente ditos".

 

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, o hospital Nasser em Khan Yunis foi atingido duas vezes pelo exército israelita, primeiro por um ‘drone’ explosivo e depois por um bombardeamento aéreo enquanto os feridos eram retirados do local.

O hospital Nasser é uma das últimas unidades de saúde parcialmente funcionais na Faixa de Gaza, enclave palestiniano devastado por quase dois anos de guerra, que fizeram dezenas de milhares de mortos e provocaram um desastre humanitário.

 

Este complexo hospitalar foi alvo de ataques por parte de Israel por diversas vezes desde o início da guerra.

ANG/Inforpress/Lusa

 

               Marrocos/ "Betty" Lachgar acusada de "ofensa ao islão"

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) - A justiça marroquina julga esta quarta-feira a activista "Betty" Lachgar, acusada de "ofensa ao islão", a pena pode ir até dois anos de prisão efectiva.

Psicóloga clínica, Ibtissame Lachgar, conhecida por "Betty", de 50 anos, com amplo trabalho a favor das liberdades individuais, publicou no final de Julho uma fotografia em que aparecia vestida com uma t-shirt onde na qual se podia ler "Allah" ("Deus") seguida da frase "is lesbian" ("é lésbica").

A imagem vinha acompanhada de um texto que qualificava o islão, "como toda a ideologia religiosa", de "fascista e misógina". A publicação suscitou fortes reacções nas redes sociais, desde apelos à detenção até ameaças de violação e lapidação.

A defesa da activista contesta este julgamento imediato, diz-se sem tempo para  preparar a defesa, descreve Betty  como uma "sobrevivente de um cancro que necessita de tratamento", além da ausência de "ameaça directa para a segurança de outrem" em caso de libertação provisória. O pedido da defesa foi rejeitado pelo tribunal.

O artigo 267-5 do Código Penal marroquino, ao abrigo do qual a activista é processada, pune com seis meses a dois anos de prisão efectiva "quem ofender a religião muçulmana". A pena pode ser agravada até cinco anos de prisão se a infracção for cometida em público, "inclusive por via electrónica".

Em declarações à rádio France Info, a irmã da activista denuncia "uma injustiça".  Siam Lachgar lembra que a irmã é uma defensora das “liberdades individuais e dos direitos das mulheres".

Até agora, Betty Lachgar nunca tinha sido detida, apesar de ter estado à frente de acções como a distribuição de pílulas abortivas proibidas em Marrocos.ANG/RFI

 

Educação/Ministério anuncia falta de 3.663 professores nas escolas públicas do país

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) – A Direção-geral dos Recursos Humanos do Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica anunciou na terça-feira a existência de 3.663 vagas para professores nas escolas públicas do país.

O anúncio consta no Relatório da Direção-Geral dos Recursos Humanos do Ministério da Educação apresentado pelo seu Diretor-geral, Moisés da Silva, na abertura do ano Letivo Escolar 2025/2026.

Aquele responsável disse que o Governo, através do Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, pretende estabelecer parcerias estratégicas que, a curto e médio prazo, resultem no apoio necessário por parte do Ministério das Finanças ao processo de recolha de dados dos recursos humanos para concluir a aplicação do Estatuto da Carreira Docente, reclassificação e atualização de campos em falta e subsídios de isolamento e giz


Disse que, na semana passada, no encerramento do ano letivo transato, a representação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou que mais de 160 mil crianças estão fora do sistema do ensino na Guiné-Bissau.

Estes dados, segundo Moisés, foram criticados pelos especialistas do setor da Educação.

Não obstante a Agência da ONU encarregada de assuntos da infância ter reiterado sua determinação para com a educação dos menores, o relatório da Direção-Geral dos Recursos Humanos garante o recrutamento de professores.

O relatório recomenda a abertura urgente de um concurso público para contratação de docentes e não docentes, para o preenchimento de 3.663 vagas nas escolas públicas, devido as altas taxas de absentismo de funcionários.

O Diretor-geral dos Recursos Humanos do Ministério da Educação Nacional disse na ocasião que pretendem ainda "analisar e validar todos os funcionários não ativos ou em situação de doença, licença ou ausência prolongada até 25 de Setembro de 2025".

O relatório revela que, entre Outubro de 2024 e Janeiro de 2025, o número total de funcionários efetivos do Ministério da Educação foi de 12.775, e disse que essa quantidade tem vindo a decrescer conforme os resultados do controlo realizado em 2025. ANG/MI/ÂC//SG

 

Literatura/Jovem escritor Mateus Viera  Có  lança livro intitulado “A Injustiça na Terra de  Ninguêm ”

Bissau, 27 Ago 25 (ANG)- O  jovem licenciado em Letras, Português e Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) na República do Brasil, Mateus Vieira Có  lança esta, quarta-feira, no Brasil, o seu  primeiro livro de poesia, intitulado “A Injustiça na Terra de Ninguém”.

Segundo  informações  publicadas na página de Facebook denominada “Nô Sta Djunto”, consultada hoje pela ANG, o evento  vai decorrer no Auditório do Campus Jaguarão da UNIPAMPA ,no Brasil.

De acordo com Nô Sta Djutu, a  obra será apresentada pelo Doutor em Ciências Políticas, Luizinho Jorge Cá, e contará com a  moderação da Professora de Literatura da UNIPAMPA Marcela Wanlon Richter.

“Nô Sta Djuntu” informa que a obra é prefaciado pelo Doutor em Estudos de Literatura pela UFF Eusébio Djú.  

“A Injustiça na Terra de Ninguém” , reflete  a opressão estrutural e  mutilação cultural deixadas pelo colonialismo  e as  raízes das injustiças sociais ainda presentes na Guiné-Bissau.

Eusébio Djú diz que o jovem escritor Mateus Vieira Có partiu de uma experiência familiar e transformou a poesia em um poderoso instrumento de mudança social, conduzindo o leitor da dor à esperança, da incerteza à resistência e das adversidades à superação.

Mateus Vieira Có é autor de diversos artigos científicos, é membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) desde Fevereiro de 2023 e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI-MOCINHA).

Atualmente exerce a função de representante docente do curso de Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa da UNIPAMPA e é bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET). ANG/AALS//SG

Educação/“O País ainda não consegue assegurar um ensino de qualidade, gratuito e inclusivo”, diz  CONAEGUIB 

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) – O porta-voz da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) criticou que  a  Guiné-Bissau não conseguiu ,até então, garantir um  ensino de qualidade, gratuito, inclusivo e eficaz, devido a “má  gestão da política educativa”.

Mohamadu Djamanca falava à imprensa, à margem da cerimónia de abertura do novo ano letivo 2025/26 subordinado ao tema: “Todos por Uma Educação de Qualidade”.

Acrescentou que o país se depara com a falta  de uma visão de longo prazo e  de compromissos  que façam do  ensino a prioridade nacional.

Disse que  estes fatores têm implicações negativas  no futuro dos jovens guineenses, que têm sido acusados injustamente de desinteresse ou falta de ambição.

“O que se vê é o reflexo de um sistema educacional fragilizado, negligenciado e incapaz de oferecer as condições mínimas para o florescimento intelectual, social e profissional dos  alunos", disse.

Djamanca frisou que não se pode exigir bons resultados de um sistema educacional abandonado, salientando que a educação é a base de todo o progresso, e que sem ela, não há saúde, justiça, nem o desenvolvimento, uma vez que tudo começa na sala da aulas.

Por isso, diz,  “é essencial investir com seriedade e responsabilidade no sector para garantir um ensino capaz de preparar os cidadãos  para os desafios do futuro” .

Mohamadu Djamanca disse que  o CONAIGUIB saúda com esperança o compromisso assumido pelo Primeiro-ministro Braima Camará no ato do seu empossamento, ao declarar a educação como uma das prioridades do Governo.

 Encoraja a iniciativa e apela para que seja transformada  em ações concretas e sustentáveis, evitando paralisações  que tanto prejudicam o percurso escolar dos alunos.

“Os problemas do sistema educativo são crónicos  e complexas, mas também acreditamos que com a vontade política e diálogo aberto com todo os intervenientes do sector, associado ao investimento é possível trilhar um novo caminho", disse.

A CONAEGUIB, de acordo com o seu porta-voz, reafirma
o seu compromisso em continuar a defender os direitos dos estudantes e a lutar por um ensino que seja motivo de orgulho para  toda a nação e que o ano letivo 2025/26 seja um marco de mudança e renovação de esperança. ANG/MSC//SG

Educação/Presidente do SINAPROF diz esperar  que presente ano letivo 2025/26  seja  diferente dos  anteriores

Bissau, 27 Ago 25 (ANG) – O Presidente do Sindicato Nacional dos Professores(SINAPROF) disse esperar  que o ano letivo 2025/26 declarado aberto pelo governo, terça-feira, seja diferente  dos anos letivos anteriores, quanto ao pagamento atempado de novos ingressos e contratados.

Domingos de Carvalho falava na cerimónia de abertura do novo ano letivo, 2025/2026, e sustentou que estes docentes  trabalharam desde o ensino básico até nas escolas de formações profissionais, mas que no entanto não recebem salários atempadamente.

O líder do SINAPROF frisou que no ano letivo 2024/25 cerca de 5.494 professores estavam em falta desde o nível pré-escolar ao 12º ano.

Disse que, para o novo ano lectivo declarado aberto terça-feira haverá necessidade de colocação de 4.367 professores de pré-escolar a 12ºano.

“Os sindicatos dos professores preocupados com os problemas que o setor educativo guineense enfrenta ,propõe ao Governo que assuma  desafios e obrigações de participar na refundação e reconstrução do sistema educativo para o bem do pais”, disse.

Domingos de Carvalho defendeu que é imperativo prosseguir  o diálogo com o patronado, e que por isso apela ao Governo para resolver os problemas supracitados com condições básicas para o sucesso do novo ano letivo, cujo o início das aulas está previsto para o próximo dia 08 de Outubro. ANG/MSC//SG