Médio Oriente/ Guterres pede investigação rápida e imparcial a novo ataque a hospital em Gaza
Bissau,
27 Ago 25 (ANG) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu hoje uma
investigação rápida e imparcial ao novo ataque israelita a um hospital em Gaza
que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo jornalistas e profissionais de
saúde.
"O
secretário-geral condena hoje veementemente a morte de palestinianos nos
ataques israelitas que atingiram o Hospital Nasser em Khan Yunis. Além de
civis, os mortos incluíam profissionais de saúde e jornalistas", afirmou
hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, na sua conferência de imprensa
diária.
Ao
exigir uma investigação ao caso, Guterres advogou que as mortes em causa
realçam os riscos extremos que os profissionais de saúde e os jornalistas
enfrentam ao realizarem o "seu trabalho vital no meio deste conflito
brutal".
O
secretário-geral lembrou ainda que os civis, incluindo os trabalhadores do ramo
da saúde e da comunicação, devem ser respeitados e protegidos e reiterou que
esses profissionais devem poder desempenhar as suas funções essenciais
"sem interferência, intimidação ou danos", em plena conformidade com
o Direito Internacional Humanitário.
O
líder das Nações Unidas reiterou igualmente o seu apelo a um cessar-fogo
imediato e permanente, ao acesso humanitário irrestrito a toda a Faixa de Gaza
e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
Antes
das declarações de Guterres, várias agências das Nações Unidas já haviam
condenado a mais recente ofensiva do exército israelita ao Hospital Nasser, o
principal centro médico no sul da Faixa de Gaza.
Uma
das reações veio o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos
(UNRWA), Philippe Lazzarini, que denunciou a "chocante" inação da
comunidade internacional diante da situação em Gaza.
Este
novo ataque israelita equivale a "silenciar as últimas vozes que denunciam
a morte silenciosa de crianças vítimas da fome", denunciou Philippe
Lazzarini na rede social X, acrescentando: "A indiferença e a inação do
mundo são chocantes".
Pelo
menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas, morreram em dois ataques
realizados pelas forças israelitas ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza,
segundo a Defesa Civil palestiniana.
A
estação qatariana Al-Jazeera, as agências de notícias Reuters e Associated
Press (AP) lamentaram a morte dos seus colaboradores, manifestando choque e
tristeza.
O
exército israelita reconheceu ter realizado "um ataque na zona do hospital
Nasser" e anunciou uma "investigação", lamentando "qualquer
dano causado a indivíduos não envolvidos" e que "não teve como alvo
jornalistas propriamente ditos".
Segundo
o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, o hospital Nasser em Khan
Yunis foi atingido duas vezes pelo exército israelita, primeiro por um ‘drone’
explosivo e depois por um bombardeamento aéreo enquanto os feridos eram
retirados do local.
O
hospital Nasser é uma das últimas unidades de saúde parcialmente funcionais na
Faixa de Gaza, enclave palestiniano devastado por quase dois anos de guerra, que
fizeram dezenas de milhares de mortos e provocaram um desastre humanitário.
Este
complexo hospitalar foi alvo de ataques por parte de Israel por diversas vezes
desde o início da guerra.
ANG/Inforpress/Lusa

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