Moçambique/Dezasseis artistas lusófonos em residência artística
Bissau,
29 Ago 25 (ANG) - Dezasseis jovens
artistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
participam, na capital moçambicana, Maputo, de uma residência cujo
objetivo é investigar e recriar manifestações artísticas ocorridas durante o
processo de libertação colonial.
“O
que nós estamos a fazer não é simplesmente pôr um grupo de cada país e depois
dizer que é um espetáculo da CPLP, mas estamos realmente a fazer fusões,
recriações, a ponto de cantores de um sítio cantarem músicas de outros países e
dançarinos de outros países dançarem nessas culturas. Além disso, estamos a fazer
recriações modernas”, disse à Lusa o realizador moçambicano Sol de Carvalho, da
associação cultural Scala, organizadora da residência artística em parceria com
a Khuzula.
Participam
artistas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
A
iniciativa é financiada em um milhão de euros pela União Europeia, o
Instituto Camões I.P. e a Fundação Calouste Gulbenkian, através
do Programa PROCULTURA.
Segundo
a organização, para além de investigar manifestações culturais do período
colonial, o coletivo vai refletir sobre o a luta antifascista em Portugal,
promovendo uma releitura crítica da produção cultural daquela época.
A
residência decorre até 12 de setembro, no Centro Cultural Moçambique-China,
insere-se no projeto “Resistência e Afirmação Cultural”, e a direção indica que
vai culminar com a produção de um espetáculo a reunir em palco mais de 50
intervenientes, entre residentes e artistas moçambicanos.
“São
artistas que não estão aqui apenas para preencher um número, mas porque já têm
carreiras relevantes”, disse o realizador moçambicano Sol de Carvalho,
destacando que este encontro tem importância por decorrer numa altura em que a
maioria destes países celebra 50 anos de independência.
“O
palco é onde expomos cicatrizes históricas e, quem sabe, iniciamos a sua cura.
Aqui, o ‘eu’ cede lugar ao ‘nós’”, afirmou Sol de Carvalho.
Depois
do espetáculo em Maputo, está prevista a produção de uma série televisiva, em
negociação com uma produtora portuguesa, com vista à difusão internacional da
obra coletiva.
“É
um trabalho que parte do passado para construir um futuro cultural comum”,
reforçou Sol de Carvalho.
ANG/Inforpress/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário