sexta-feira, 22 de agosto de 2025

       Nações Unidas/  Fome  declarada oficialmente  em Gaza

Bissau, 22 Ago 25 (ANG) O Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar, a principal autoridade mundial em crises alimentares, depois de meses de alertas,  confirmou que a fome está a ocorrer na província de Gaza e que deverá alastrar para províncias vizinhas, já no próximo mês.

Segundo este organismo apoiado pela ONU, mais de meio milhão de pessoas no enclave enfrentam condições “catastróficas" de insegurança alimentar que envolvem risco de morte. Este número, com base em dados recolhidos até ao dia 15 de Agosto, deverá ultrapassar os 640 mil até o fim de Setembro.

Nas primeiras reacções, o secretário-geral da ONU declarou que o mundo não pode permitir que esta situação continue impune”. António Guterres pediu mais uma vez um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns e o acesso humanitário total e sem restrições”. Por seu lado, o chefe de direitos humanos das Nações Unidas sublinhou que “fazer as pessoas passarem fome por objectivos militares é um crime de guerra”. Já o responsável pela coordenação de assuntos humanitários da organização afirmou que a situação poderia ter sido evitada com os alimentos que ficaram retidos nas fronteiras por causa da "obstrução sistemática" do governo de Telavive.

Na resposta, Israel denunciou imediatamente um anúncio tendencioso «baseado nas mentiras do Hamas, garantindo que não há fome em Gaza. Segundo o Ministério das Relações Exteriores israelita, o relatório divulgado esta sexta-feira foi "fabricado sob medida" para servir de campanha para o grupo terrorista Hamas, e o órgão especializado em segurança alimentar mente para difamar Israel.

Após o anúncio da ONU, o Hamas exigiu a abertura imediata de todos os pontos de passagem da Faixa de Gaza para permitir a entrada de mais ajuda humanitária. «A declaração de fome em Gaza é uma vergonha para [Israel] e seus apoiantes», que confirma «a magnitude da catástrofe humanitária que o nosso povo está a sofrer devido à agressão israelita contínua, que usa a fome como arma de guerra e o genocídio contra civis», escreveu o movimento islâmico num comunicado.

A campanha de retaliação militar israelita na Faixa de Gaza causou pelo menos 62 192 mortos, na sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Embora este faça oficialmente parte do governo do Hamas, os seus números são considerados fiáveis pela ONU e regularmente confirmados por auditorias independentes.ANG/RFI

 

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