Angola/Moscovo informado por Luanda da detenção de cidadãos russos
Bissau, 15 Ago 25 (ANG) - Angola diz ter comunicado à Rússia informações sobre a detenção de Ígor Racthin, 38 anos, e de Lev Lakshtanov, 64 anos, dois cidadãos russos, que, supostamente pretendiam financiar “acções criminosas” em território angolano.
Diante da gravidade dos factos, a justiça angolana
ordenou a prisão preventiva dos cidadãos russos, bem como de dois angolanos,
tendo, porém, restituído à liberdade um quinto elemento que ficou sob termo de
identidade e de residência.
O Serviço de Investigação
Criminal apresentou quarta-feira(13) à imprensa, os dois russos e três angolanos, detidos há semana, suspeitos de
tentativa de orquestrarem actos subversivos em Angola.
Manuel Halaiwa, porta-voz da
organização, explica que as investigações
determinaram que os russos são membros do grupo África Politology, que tem como
missão espalhar o caos e a desinformação, financiando
jornalistas, políticos e ONGs.
“Realçar que as nossas Investigações
determinaram que os cidadãos russos são operacionais da organização África
Politology, que, de entre as várias missões à sua actividade, visa promover
campanhas de desinformação, manipulação da mídia local e infiltração em
processos políticos, sobretudo, no fomento da agitação”, disse o
responsável.
O oficial de
investigação revela que Luanda já informou Moscovo sobre a detenção
dos russos.
“Referir que após a detenção dos
cidadãos estrangeiros, o Ministério do Interior levou ao conhecimento do
Ministério das Relações Exteriores para comunicar à respectiva Missão
Diplomática”, disse Manuel Halaiwa.
Manuel Halaiwa
sinalizou que, cumpridas todas as formalidades, o juiz de garantias aplicou a
prisão preventiva aos cidadãos de nacionalidade russa e aos dois angolanos, por factos de crimes de Associação Criminosa,
Falsificação de Documentos, Introdução ilícita de moeda estrangeira no país,
Terrorismo e Financiamento ao Terrorismo.
Dos três
angolanos, um foi posto em liberdade sob
termo de identidade e residência.
Segundo o SIC,
os russos entregaram avultadas somas de dinheiro, em moeda nacional e estrangeira, a jornalistas, políticos, associações
profissionais e produtores de conteúdos digitais para dar suporte à sua acção.
O Serviço de
Investigação Criminal apurou ainda que a África Politology não actua apenas com
propaganda digital e notícias falsas, sendo
que também financia manifestações encenadas, corrompe jornalistas locais e
molda narrativas públicas a favor dos seus interesses estratégicos.
Por último, o porta-voz Manuel Halaiwa revelou que o SIC frustrou várias
manifestações que já estavam agendadas para as províncias de Luanda e Benguela,
adiantando que decorrem investigações visando a detenção de outros suspeitos e
o esclarecimento total destes crimes.ANG/RFI

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