quarta-feira, 13 de agosto de 2025

34ºaniversário da LIGA/ A organização se considera “força implacável” na defesa dos direitos humanos

Bissau, 13 Ago 25 (ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos LGDH assinalou terça feira, os 34 anos de sua existência, sob o lema: “34 Anos pela Liberdade, Dignidade e Justiça para Todos”.

Segundo o comunicado alusivo ao evento , à que a ANG teve acesso esta quarta-feira ,a organização de defesa dos Direitos Humanos destaca que  ao longo de mais de três décadas,  tem sido uma força implacável na defesa dos direitos humanos, elevando-se como a voz dos silenciados e a guardião incansável da dignidade e da justiça na Guiné-Bissau.

O comunicado refere que neste “marco histórico”,  organização presta uma homenagem aos seus fundadores que, em 1991, num cenário de incerteza e fragilidade institucional, tiveram a coragem e a visão de erguer uma voz coletiva em defesa dos direitos fundamentais de todos os cidadãos guineenses.

Refere que o legado destes pioneiros é o alicerce sólido onde continua a assentar a sua luta firme e intransigente por um país livre, democrático, justo e digno para todos.

“O aniversário é assinalado  num momento crítico, em que os direitos humanos enfrentam uma encruzilhada perigosa, marcada por retrocessos e violações sistemáticas tais como detenções arbitrárias, torturas cruéis e restrições ilegais às liberdades fundamentais, sobretudo as de reunião, manifestação e da imprensa”, lê-se no comunicado.

A Liga ainda  refere que as comemorações decorrem num contexto marcado por um silêncio ensurdecedor em torno da alegada execução sumária de Mamadu Tano Bari, antigo comandante das Operações Especiais da Presidência da República.

“A sua morte foi confirmada pela família, após o reconhecimento de vestígios – vestuário e calçado junto a um corpo descoberto por pescadores à 23 de julho de 2025. A inexplicável ausência de investigação judicial séria que esclareça as circunstâncias desta presumível execução criminosa perpetua a impunidade e destrói a confiança no sistema de justiça”, refere o comunicado.

A Liga exige  que os responsáveis morais e materiais sejam identificados, levados a julgamento e punidos exemplarmente.

No comunicado a organização critica que se regista no pais uma  degradação acelerada dos serviços sociais essênciais, saúde, educação, acesso a água potável e energia elétrica.

 “A isto soma-se a escalada galopante da corrupção, da criminalidade organizada e da impunidade, que corroem as bases do Estado de Direito, fragilizam as instituições e aprofundam o sofrimento do povo”, referiu.

A Liga ainda Criticou, em comunicado, o que diz ser  manipulação e instrumentalização da justiça para fins políticos e partidários, transformando-a numa arma de repressão para calar vozes dissidentes, ferindo gravemente a independência judicial e violando o princípio fundamental do devido processo legal.

No que concerne aos direitos dos grupos vulneráveis, a Liga Guineense dos Direitos humanos disse que persistem violações intoleráveis contra crianças, pessoas com deficiência e, especialmente, mulheres, que continuam a  enfrentar discriminação estrutural, agravada por um aumento alarmante da violência baseada no género, incluindo violência doméstica, mutilação genital feminina, casamentos infantís e forçados - práticas que atentam contra os direitos humanos mais elementares e o Estado de Direito.

ANG/LPG//SG

 

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