segunda-feira, 18 de agosto de 2025

   EUA/Europa e Nato ao lado de Zelensky na reunião com Trump

Bissau, 18 Ago 25 (ANG)  – O presidente dos Estados Unidos recebe esta segunda-feira o homólogo ucraniano, e em cima da mesa do encontro está uma possível saída para a guerra, que poderá  incluir garantias de segurança para Kiev, mas também concessões territoriais.

Zelensky não vai sozinho a Washington. A acompanhá-lo vão estar o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus.

Da delegação europeia de apoio a Zelensky fazem parte a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente de França, Emmanuel Macron; o chefe de Governo da Alemanha, Friedrich Merz; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer;  e o presidente da Finlândia, uma escolha menos óbvia mas estratégica, segundo os especialistas. Alexander Stubb lidera apenas a 15ª economia europeia, mas é fã de golfe como Trump, e próximo do presidente dos Estados Unidos.  Ao Wall Street Journal, Stubb chegou a dizer que já deu conselhos a Trump sobre a sua gestão da guerra na Ucrânia.

Na antecipação do encontro, ontem à noite, nas redes sociais, o presidente norte-americano disse que o homólogo ucraniano" pode acabar com a guerra quase de maneira imediata, ou pode continuar a lutar". Por seu lado, Zelensky, quando chegou a Washington, declarou que deseja o fim da guerra com a Rússia de maneira "rápida e confiável".

Trump e Zelensky devem ter uma reunião bilateral antes que o encontro seja ampliado aos outros líderes europeus. Esta será a primeira visita de Zelensky à Casa Branca desde Fevereiro, quando Trump e o vice-presidente norte americano o repreenderam por não demonstrar gratidão suficiente pela ajuda dos Estados Unidos.

Espera-se um ambiente diferente neste encontro. Trump tem criticado Putin e Moscovo pelo bloqueio nas negociações de paz, e Zelenky chega motivado com a decisão americana de oferecer à Ucrânia “garantias de segurança” para terminar a guerra com a Rússia. Neste ponto, o presidente francês afirmou que os líderes europeus perguntarão "até que ponto" os Estados Unidos estão dispostos a contribuir com as garantias de segurança oferecidas à Ucrânia em um possível acordo de paz.

Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, disse que espera alcançar um "consenso" com Zelensky e que os Estados Unidos possam "voltar a negociar com os russos para impulsionar o acordo de paz e levá-lo a bom termo". Witkoff afirmou que no encontro do Alasca, na última sexta-feira, a Rússia fez "algumas concessões" territoriais em relação a cinco regiões ucranianas cruciais na guerra. Uma fonte que acompanhou as conversas telefónicas de sábado entre o presidente americano e os líderes europeus declarou à AFP que o presidente russo "exige, na prática, que a Ucrânia abandone o Donbass" e, assim, ceda completamente este território, que inclui as regiões de Donetsk e Luhansk no leste da Ucrânia.

Na frente de batalha, as forças russas avançam de forma gradual, em particular na região de Donetsk. Nesta segunda-feira, um ataque russo com drones contra a cidade ucraniana de Kharkiv deixou pelo menos cinco mortos, incluindo duas crianças, e 18 feridos.

A Ucrânia e os seus aliados acusam Moscovo de tentar ganhar tempo nas negociações para conseguir benefícios adicionais.ANG/RFI

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