Portugal/ Segunda Marcha Cabral sob o mote dos 50 anos das independências africanas acontece a 13 de Setembro
Bissau, 21 Ago 25(ANG) – Os Movimentos Negros voltam a estar na rua de Lisboa (Portugal) no dia 13 de Setembro para a segunda “Marcha Cabral em Portugal”, visando celebrar os 50 anos das independências africanas assinalados ao longo do mês de Julho.
Para tal, a organização, composta pela
Associação Juvenil Esperanças da Quinta da Princesa, Associação Raízes de Santa
Marta, Associação de Moradores Penajoia e Raposo, Movimento Vida Justa,
Konferénsia Panafrikanu di Lisboa e Movimento Negro PT, vai reunir-se no
sábado, 23, para aprimorar a preparação desta marcha.
O encontro vai ser marcado ainda por uma
sessão de preparação de cartazes para a “segunda grande marcha Cabral em
Portugal”, com uma oficina de cartazes e roda de conversas sobre Cabral e o
anticolonialismo.
A edição deste ano terá início pelas 14:30
no Marquês de Pombal, indo depois da Avenida da Liberdade até ao Largo São
Domingos (Rossio), em Lisboa.
“Volvidas cinco décadas, celebrar esta
vitória histórica dos nossos posso contra o colonialismo português é um dever
geracional de reconhecimento a todas as pessoas e movimentos de lutaram para
reerguer a nossa dignidade, recuperar a nossa historia e edificar territórios
africanos soberanos. Nunca esqueceremos que esta independência foi conquistada
a preço de lágrimas, fogo e sangue (…)”, justifica a organização.
Deste modo, a iniciativa que celebra o
nascimento de Amílcar Cabral, assinalado a 12 de Setembro, vai prestar tributo
a todos e todas as combatentes da libertação africana, sobretudo às pessoas
anónimas que, de forma silenciosa, deram o seu valioso contributo para a aura
africana.
Os Movimentos Negros em Portugal, que
reconhecem o “papel fundamental” dos movimentos de libertação vão aproveitar a
iniciativa para lembrar as revoltas que, ao longo de mais de cinco séculos,
contestaram o regime escravocrata-colonial português.
Tendo em conta, que segundo os promotores,
os movimentos que lideraram as independências transformaram-se em partidos
políticos que abandonaram o projecto pan-africanista inicial, vão marchar por
não reconhecerem no projecto de sociedade promovido pelos governos que
sucederam as independências em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe,
Angola e Moçambique.
A mobilização deve-se ainda por não
reverem em instituições como a actual Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), que classificam de “um clube de chefes de Estado marcado
pela colonialidade, alheio à visão pan-africanista e que não reflecte as
vontades dos povos”.
Estes dizem que vão marchar ainda por
rejeitarem “de forma veemente” a posição negligente desses países africanos
relativamente ao “genocídio” na Palestina e o “descaso” dos mesmos perante a
questão do povo Saaraui.
A iniciativa vai servir ainda para
denunciar a ditadura de Umaro Sissoco Embaló na Guiné-Bissau e a violência do
Estado angolano contra o povo, e para rejeitar a forma como o Estado
cabo-verdiano tem tratado a figura de Amílcar Cabral, segundo os promotores.
Inspirados pelo vasto e riquíssimo legado
de pensamento e prática de luta anticolonial de Amílcar Cabral, sob mote “de
povo para o povo: libertação, dignidade, soberania popular”, os organizadores
apelam a todas as forças vivas, anticapitalistas, anti-imperalistas,
antipatriarcais e antifascistas a participarem nesta marcha, que segundo os
mesmos, é também uma afirmação de um compromisso contínuo com o mote: “a luta
continua”. ANG/Inforpress

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