Suíça/184 países tentam acordo sobre plásticos
Na véspera da entrega do
documento, os negociadores "estão à beira do abismo", disse um
delegado citado pela Agência France Presse (AFP).
Na fase final das negociações, dezenas de ministros chegaram a
Genebra para tentar desbloquear o processo que tem sido conduzido por
diplomatas, mas as negociações, que colocam grandes blocos de países uns contra
os outros num clima tenso, são "muito difíceis", disse o ministro do
Ambiente dinamarquês, Magnus Heunicke.
Uma nova versão do texto do tratado, na qual os delegados têm
vindo a trabalhar há nove dias, simplificada pelo presidente das discussões, é
esperada para o final do dia, disseram várias fontes à AFP, e uma reunião
plenária para rever a situação foi marcada para as 19:00.
O debate opõe um grupo de países produtores de petróleo - que
não querem qualquer restrição à produção de plásticos derivados do petróleo nem
proibição de moléculas consideradas prejudiciais para o ambiente ou para a
saúde a nível global - a um grupo de países "ambiciosos", que querem
essas restrições.
"Os negociadores estão à beira do abismo", disse
Pamela Miller, copresidente da organização não-governamental IPEN (Rede
Internacional para a Eliminação de Poluentes).
"O tratado do plástico é petróleo 'versus' a nossa saúde.
Os governos em Genebra devem declarar de que lado estão", disse a
ativista, citada pela AFP.
Eirik Lindebjerg, da organização ambientalista WWF,
teme "compromissos" e um "mau acordo" de última hora,
embora a WWF afirme ter identificado "mais de 150 países a favor da
proibição de certos plásticos perigosos e produtos tóxicos" e 136 que desejam
que o texto seja reforçado no futuro.
Graham Forbes, chefe da
delegação da organização ambientalista Greenpeace, defendeu hoje que os
ministros devem rejeitar um "tratado fraco".
As delegações de mais de 180
países estão reunidas em Genebra, Suíça, deste o passado dia 05 e na
quinta-feira deviam ter pronto um acordo global vinculativo para travar a
produção de plásticos e proteger a saúde humana e o ambiente.
As negociações começaram com
um impasse entre o acordo ficar limitado à gestão de resíduos plásticos ou vir
a adotar metas concretas e obrigatórias de redução da sua produção até 2040. Na
véspera do fim da reunião o impasse mantém-se.
Segundo a ONU, 17 milhões de
barris de petróleo são usados para a produção de plástico todos os anos.
Por ano, são usados 500 mil
milhões de sacos de plástico enquanto, por minuto, um milhão de garrafas de
plástico são compradas.ANG/Lusa

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