Covid-19/UCCLA lança
livro de 75 autores lusófonos sobre a cultura em pandemia
Bissau, 07 Mai 21 (ANG) – A União das Cidades Capitais de Língua
Portuguesa (UCCLA) lança a obra “Literatura e Cultura em Tempos de Pandemia”,
com textos de 75 autores lusófonos sobre a conjuntura actual por causa da
covid-19, anunciou a entidade.
A obra conta com as contribuições de autores laureados com o
Prémio Camões, como Manuel Alegre, Mia Couto e Germano Almeida, mas também de
escritores que estão “a afirmar-se no domínio das letras”, adiantou a UCCLA em
comunicado.
“São cerca de 40 escritores e 35 escritoras, naturais dos países
de língua oficial portuguesa, a que se juntam escritores da Galiza e
Olivença/Espanha, Goa/Índia e Macau/China”, sublinhou a organização.
A obra, editada e coordenada pela UCCLA, será distribuída pela
Guerra e Paz, e resulta de um desafio lançado pela organização a escritores e
agentes culturais de todos os países de língua oficial portuguesa, “para
elaborarem um texto (em prosa ou poesia) a propósito da pandemia que está a
afectar, de forma traumatizante todo o mundo e, de modo especialmente profundo,
o sector cultural”, referiu a nota.
De entre as mensagens veiculadas pelos textos, a UCCLA destacou
a “de esperança na capacidade de resistência à pandemia, como faz ‘o mais
velho’, o decano dos poetas – Manuel Alegre”, citando no comunicado um seu
poema: “(…) fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa/ cidade aberta/ ainda é Lisboa
de Pessoa alegre e triste/ e em cada rua deserta/ ainda resiste”.
A apresentação do livro será feita hoje no Centro Nacional de
Cultura, em Lisboa, pelo secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, e com um
texto de investigação e contexto histórico sobre as pandemias no mundo, de Rui
Lourido, o responsável pela coordenação da obra.
A cerimónia de lançamento conta também com as intervenções de
Manuel Fonseca, da Guerra e Paz, e de Goreti Pina, poetisa de São Tomé e
Príncipe, em representação dos 75 autores.
O livro dos escritores lusófonos, tal como o apoio à reabertura
do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são duas das iniciativas que se
destacam no plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua
Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apresentado em
13 de Abril por Rui Lourido, o novo coordenador daquela comissão.
O novo plano “tem iniciativas que vão de África ao Brasil,
grande pólo de difusão da língua portuguesa, naturalmente, pelo seu peso
demográfico, mas também à Ásia, que tem na ponta do continente a China, e onde
fica Macau, com mais de 500 anos de utilização e promoção da língua
portuguesa”, afirmou então Rui Lourido, o novo coordenador da comissão temática
da CPLP.
A comissão temática é coordenada, desde Janeiro, pela UCCLA e
integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da
CPLP.
A UCCLA sucedeu na coordenação da comissão à Fundação Calouste
Gulbenkian.
A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no
mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infecção, segundo um
balanço feito pela agência francesa AFP. ANG/Inforpress/Lusa
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