quarta-feira, 22 de maio de 2024

Angola/Famílias no Sul  vão à Namíbia à procura de comida em contentores de lixo

Bissau, 22 Mai 24 (ANG) - Várias famílias no sul de Angola recorrem a contentores de lixo à procura de comida, como consequência da fome, provocada pela seca que fustiga aquela região do país. 


Segundo o padre Pio Wakussanga, da Associação Construindo Cidadania, a situação é ainda mais crítica na província do Cunene, onde a população se desloca à vizinha Namíbia à busca de alimentos em lixeiras.

A seca na região Sul de Angola continua a provocar vítimas devido à fome, com registo de óbitos de idosos e crianças por má nutrição severa.  

O padre Pio Wakussanga, um dos responsáveis da organização não-governamental “Construindo Cidadania”, lamenta a situação, alegando que, por causa da fome, algumas famílias vão à vizinha República da Namíbia à procura de comida nos contentores de lixo.

Outros ainda ficam à espera quando o contentor namibiano vem e traz o lixo e despeja para o contentor, eles correm para poder apanhar alguma comida e comem, então, ficam a deambular. É uma situação de um grave risco, de facto. Houve vários pedidos, a própria sociedade civil pressionava que houvesse uma declaração de estado de emergência zero e a resposta que recebemos é que a fome é relativa", denunciou o pastor da Missão Católica Santo António de Tyihepepe, no Município dos Gambos, província da Huíla.

O prelado católico entende que embora o Presidente João Lourenço tenha relativizado o problema da fome, que afecta principalmente a região Sul do país, está na hora do chefe de Estado agir, defendendo a implementação de um plano de contingência.

Infelizmente, um problema grave nunca se deve relativizar, porque escrevam o que estou a dizer: os que sobreviverem apontarão o dedo a este executivo que não fez nada. É melhor que se faça agora um plano de contingência do que esperarem que venham outros que o venham a fazer. É o Presidente da República que nesta situação de crise tem de se assumir como chefe de Estado de todos”, apelou o padre Pio Wakussanga.

Entretanto, organizações não-governamentais angolanas, com foco na defesa dos direitos humanos, têm apelado ao Governo para que decrete o estado de emergência alimentar na região Sul, devido à fome que atinge dezenas de milhares de famílias em resultado da seca. ANG/RFI

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