sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Energia/ Guiné-Bissau reafirma compromisso com “Acordo de Paris” e ODS para acesso digno à água para todos

Bissau, 10 Out 25 (ANG) – A Guiné-Bissau reafirmou o seu compromisso com o “Acordo de Paris,  com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável(ODS), e com a construção de um futuro onde todos tenham acesso digno à água, ao saneamento e à higiene, direitos fundamentais que devem ser protegidos com determinação política e responsabilidade coletiva.

A afirmação é do ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambú e foi feita na cerimónia de abertura do ateliê de Revisão e Validação do Relatório de Avaliação Climática, Saneamento e Higiene (WASH).

O governante sublinhou que a validação do Relatório de Avaliação Climática para o setor de água, representa um marco importante na trajetória da Guiné-Bissau, rumo a um desenvolvimento sustentável e resiliente, em que  as decisões políticas são sustentadas por evidências técnicas, escuta ativa das comunidades e alinhamento com os compromissos internacionais assumidos pelo Estado.

"Vivemos um momento decisivo, as alterações climáticas deixaram de ser uma ameaça distante, para se tornarem uma realidade, que já compromete o nosso presente assim como podendo comprometer seriamente o nosso futuro”, frisou.

Sambú apontou as secas prolongadas, cheias imprevisíveis, a erosão das  zonas costeiras, e a crescente escassez de água potável como sinais claros de que não se pode  adiar as soluções.

Disse que, perante esse cenário, o Governo da Guiné-Bissau vai assumir plenamente a responsabilidade de liderar, com firmeza e visão estratégica, a transformação necessária no setor de Água, Saneamento e Higiene, e que o referido setor não é apenas um eixo técnico ou social mas sim  uma questão de soberania,  dignidade nacional e de justiça social.

Sobre o relatório  em análise, Malam Sambú disse que é fruto de um esforço coordenado, envolvendo ministérios setoriais, especialistas, comunidades e parceiros, e que oferece recomendações claras para garantir que o setor WASH esteja preparado para enfrentar os impactos climáticos, através de ações de adaptação, mitigação e fortalecimento institucional.

"Cabe agora à todos os atores públicos, privados, sociedade civil e parceiros de desenvolvimento traduzir este relatório em decisões políticas corajosas, investimentos concretos e mudanças reais na vida das populações”, salientou, acrescentando tratar-se do  momento de reforçar a confiança entre os setores, acelerar a implementação de políticas públicas eficazes e colocar os interesses do povo guineense no centro da ação climática.

Por seu turno, e em nome do representante do Unicef, Sandra Martins disse que a agência da ONU reafirma o seu compromisso de apoiar o Governo e os parceiros na integração da resiliência climática nos programas de água, saneamento e higiene, para reforçar as capacidades nacionais e promover soluções inovadoras e sustentáveis.

“Reafirmamos o nosso firme compromisso com essa causa, e vamos continuar a trabalhar lado a lado com o governo, parceiros e a sociedade civil para garantir que nenhuma criança seja deixada para trás na resposta ás alterações climáticas”, disse.

A crise climática é para Sandra Martins  uma crise dos direitos das crianças e adolescentes da Guiné-Bissau,  que representam mais de metade da população, e que estão entre os mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas.

“Apesar de serem os que menos contribuíram para a referida crise, a análise da situação climática sobre as crianças da Guiné-Bissau CLAC, publicada em 2024, revelou que mais de 540.000 crianças no país estão expostas a temperaturas extremas, com riscos crescentes para a sua saúde, educação e bem-estar”, salientou.

Acrescentou  que os Estudos de Riscos Climáticos no Setor de Água e Saneamento na Guiné-Bissau, realizados em Março deste ano, tem como objetivo identificar e compreender os riscos climáticos que mais afetam o setor, fornecendo evidências essenciais para planear respostas mais eficazes, sustentáveis e inclusivas.

 As mudanças climáticas representam uma ameaça direta ao bem-estar das crianças, comprometem o acesso à água potável, aumentam os riscos de doenças, reduzem a frequência escolar e agravam desigualdades já existentes”, frisou.

Aquela responsável, realçou que é fundamental colocar a criança no centro das estratégias de adaptação e mitigação climática e investir em infraestruturas de água, saneamento e higiene resilientes ao cima
e investir na saúde, na educação e no futuro das crianças na Guiné-Bissau.

“Cada poço protegido, cada sistema solar instalado, cada latrina construída com materiais duráveis é uma barreira contra a vulnerabilidade e um passo em direção à equidade e  dignidade humana”, disse Sandra Martins.

O  encontro de hoje reúne  os parceiros que atuam no setor WASH e na área de mudanças climáticas, visando  fortalecer a resiliência do país face aos desafios climáticos. ANG/MI/ÂC//SG

 

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