quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Demissão do governo/reacções


Partido da Renovação Social(PRS) lamenta derrube do executivo

Bissau,13 Ago 15(ANG) - O líder do Partido da Renovação Social(PRS), segunda maior força política do país, lamentou a demissão do Governo  chefiado por Domingos Simões Pereira.

Em declarações à Rádio Difusão Nacional, Alberto Nambeia sublinhou que a queda do Governo representa um retrocesso para a Guiné-Bissau e abertura do caminho para uma nova instabilidade no país.

"Com esta situação foi o país no seu todo que regrediu em todos os aspectos. Para quando a Comunidade Internacional irá de novo depositar a confiança nas autoridades do país.", lamentou o Presidente do PRS.

Aquele político sublinhou que a direcção Superior do PRS havia empenhado na busca de soluções para fazer as partes sentarem-se a mesma mesa para dialogarem em busca do consenso, acrescentado que, com o anuncio do Decreto Presidencial que demite o Governo os seus esforços foram defraudados.

O Presidente Mário Vaz demitiu quarta-feira o governo liderado pelo Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira mas que integrava o PRS e outros partidos com assento parlamentar

ANG/ÂC/SG

Demissão do governo



Citadinos de Bissau preocupados com futuro do país 
 
Bissau 13 Ago 15 (ANG) - Os Citadinos de Bissau estão preocupados com o futuro do país devido a demissão do governo, liderado por Domingos Simões Pereira pelo Presidente da republica, José Mário Vaz.

Em auscultações feitas hoje pela  ANG, o comerciante Vladmir Agostinho Vaz disse que não é tarde para refazer o actual governo, sublinhando que o PAIGC pode simplesmente indigitar Simões Pereira como forma de solucionar o problema uma vez que ele é o presidente do partido.

Vladmir Agostinho Vaz disse ainda que, Mario Vaz, como pai da nação, devia ter espírito de ponderação e  diálogo, com a finalidade de se ultrapassar as dificuldades e fazer o melhor para o povo guineense.

“O presidente desrespeitou os pedidos feitos por parte das diferentes entidades do país assim como da comunidade internacional. Isso mostra falta de interesse no bem do povo guineense ; Parece que o presidente esqueceu da consequência de 12 de Abril de 2012”, lamentou Vladmir Vaz.

 Engenheira Informática, Aminata Silva Seide disse que, jamais desejaria a queda do governo, justificando que isso significa um atraso no que concerne ao desenvolvimento e estabilidade do país.

“A Guiné-Bissau precisa de governantes capazes, isto é, os que têm a Guiné no coração e não os que lutam por interesses pessoais. Para que haja o desenvolvimento e bem-estar da comunidade guineense temos que ser capazes de gerir as coisas e não misturar interesses pessoais nas coisas públicas”, disse Aminata Silva Seide. 

Por sua vez, o Contabilista Mamadu Baldé considerou de lamentável a queda do governo, acrescentando que os guineenses tiveram esperança total no diálogo como forma de resolução da crise do país.

“Acho que já não existe a solução para refazer o actual governo, porque o que estragou já não tem remédio, mas infelizmente temos que iniciar do nada simplesmente por falta de tolerância por parte do Presidente da República”, disse Mamadu Baldé.

Leontina Mendes, funcionária pública disse que, a situação de queda do governo pode ser considerada de positiva , caso o dinheiro que o presidente considera desviado corresponder  a verdade.

“Aparentemente o governo liderado por Domingos Simões Pereira estava a trabalhar bem. Resta descobrir se o desvio do referido dinheiro é ou não verdade”, disse, admitindo que o futuro do país possa ser um pouco complicado com a queda do governo.

ANG/AALS/SG

Demissão do governo

 

Ramos Horta consternado com decisão presidencial

 Bissau,13 Ago 15(ANG) - O ex-Presidente da República timorense, antigo representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos Ramos-Horta José manifestou-se hoje consternado com a decisão do chefe de Estado guineense de demitir o Governo, defendendo que Timor-Leste deve congelar de imediato a cooperação com a Guiné-Bissau.
José Ramos Horta

 
"A decisão não me surpreendeu mas não deixo de ficar consternado perante a total incapacidade da liderança guineense de superar as diferenças políticas e sociais, fazendo o país recuar de novo, face aos progressos registados nos últimos 12 meses”, disse à Lusa em Díli, o Nobel da paz.

 Ramos-Horta reagia à decisão do Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, de demitir o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, segundo um decreto presidencial lido às 23:10 de quarta-feira na Rádio Difusão Nacional. 

 “É demitido o Governo chefiado por Domingos Simões Pereira”, refere-se no único artigo do decreto presidencial.

 A decisão foi divulgada pela rádio pública da Guiné-Bissau duas horas e meia depois de o chefe de Estado ter feito um discurso à nação, no qual referiu que uma remodelação governamental não chegava para resolver a crise política no país.

Para Ramos-Horta “se há um país em que não há razão para mudança de um Governo, a Guiné-Bissau é um exemplo”, já que “tem havido progressos visíveis no plano social e económico, no ambiente político geral, no plano de segurança e no apoio internacional”.

 Não me parece que países como Timor-Leste devam continuar a manter o mesmo nível de relacionamento com a Guiné-Bissau face a esta nova situação, disse Horta, que é enviado especial do presidente da República de Timor-Leste para a Guiné-Bissau e Guiné Equatorial.

 “Como timorense tenho que aconselhar o Governo de Timor-Leste, como mínimo, a congelar de imediato a sua cooperação com a Guiné-Bissau até que o Presidente e o Governo reúnam para tomar medidas definitivas”, afirmou.

 José Ramos-Horta mostrou-se preocupado que a situação se agrave significativamente no plano interno, notando que o primeiro-ministro demitido “goza de grande legitimidade, sobretudo da camada jovem da população, pelos progressos havidos nos últimos 12 meses da sua governação”.

 “O país pode ficar cronicamente instável e isso significa afugentar os parceiros e investidores. E não sabemos o dia de amanhã, as próximas semanas e meses, como será o futuro agora da Guiné-Bissau”, disse.

 Segundo o constitucionalista, Carlos Vamain, demitido o governo, o Presidente da República deve agora solicitar o PAIGC  a apresentar novo nome para a chefia de um novo governo.

ANG/Lusa

 

Mensagem à Nação

 

"Nunca manifestei interesse de participar na gestão de fundos da Mesa Redonda", diz Presidente da República

 
Bissau,13 Ago 15(ANG) - O Presidente da República disse que nunca manifestou e nem podia manifestar pela natureza das suas funções, qualquer intenção de ter uma participação activa na gestão dos fundos resultantes da Mesa Redonda de Bruxelas.

José Mário Vaz
Em mensagem à nação, José Mário Vaz refutou as recentes afirmações do demissionário Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira segundo as quais os pontos da discórdia têm a ver com a gestão dos recursos da Mesa Redonda, a manutenção de membros do executivo à contas com a justiça , a inclusão no Governo de elementos próximos ao chefe de Estado e o regresso ao país do Contra Almirante Zamora Induta.

"Contudo em duas ocasiões, em que fui chamado a intervir, deixei claro, em nome da transparência, que haveria a necessidade de se realizar um encontro nacional, para informar dos resultados obtidos, sua distribuição  e se são  doações ou empréstimos e em que condições de juros.Não fui ouvido", informou.

No que concerne aos membros do Governo suspeitos em processo crime, José Mário Vaz afirmou que ou o Procurador Geral da República faltou a verdade ao Primeiro-Ministro na conversa que este diz terem tido sobre os referidos membros do governo indiciados com a justiça ou o próprio Domingos Simões Pereira faltou a verdade à Nação.

"No seu balanço do primeiro ano da governação, o Primeiro-ministro referiu que doze membros do seu governo alegadamente tem problemas com a justiça", disse.

Segundo o chefe de Estado, o Primeiro-ministro afirmou igualmente na ocasião que pediu ao Procurador Geral da República para que este possa informa-lo dos nomes dos membros do Governo com situações pendentes na justiça para que de facto não fossem incluídos na proposta de remodelação governamental, o que não aconteceu.

"Na proposta de remodelação apresentada pelo Primeiro-ministro apenas deixam o executivo quatro membros, presumindo-se serem os que estariam envolvidos com a justiça", esclareceu Mário Vaz.

Referiu que é do conhecimento público que a lista de membros do executivo com abraços à justiça, infelizmente não se limita ao número que o Primeiro-Ministro lhe propôs a substituição, por razoes que só ele pode explicar.

O Presidente da República sublinhou que no que tange a vinda ao país do Contra Almirante José Zamora Induta, o Primeiro-Ministro nunca lhe informou de nada, acrescentado que nunca falou igualmente com o ex. Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas conforme alega Simões Pereira.

"Estamos determinados a prosseguir uma via em que a boa prestação de serviço público deve corresponder à uma cultura de exemplo, assente em valores éticos e princípios de probidade, elevação e transparência na gestão da coisa pública", prometeu.

José Mário Vaz anunciou que, com base na Tabela de Operações Financeiras do Estado(TOFE), constatou-se que no período de Julho de 2014 à Julho de ano em curso, o Ministério das Finanças geriu provenientes de apoios da Comunidade Internacional 49 biliões de francos CFA e 60 biliões de CFA em recursos internos.

O chefe de Estado disse que o total das receitas geridas nesse espaço de um ano é de 109 biliões de francos CFA, frisando que ao deduzir o valor total dos salários pagos nesse período e mais quatro meses de atrasados, num montante de 53 biliões restará um saldo de 56 biliões de francos CFA.

"Em que é que foi gasto todo esse saldo de 56 biliões de francos CFA?", perguntou José Mário Vaz, afirmando que esse montante podia ser investido na melhoria dos hospitais, escolas, saneamento básico ou ser canalizado para o sector produtivo, nomeadamente na produção do arroz.

Apos a apresentação desta mensagem a Naçäo, foi tornado publico o decreto presidencial que demite o governo.
ANG/ÂC/SG