terça-feira, 18 de maio de 2021

Covid-19/  Guiné-Bissau com mais cinco novos casos de infecções e mais 51 recuperados  

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – A Guiné-Bissau registou mais cinco novos casos por covid-19  e 51 pessoas foram dadas como recuperadas da doença, segundo os dados do boletim informativo semanal(10 à 16) do Alto Comissariado para a covid-19 na Guiné-Bissau.

De acordo com  dados à que a Agência de Noticias da Guiné(ANG) teve acesso hoje, o país analisou um total de 921 pessoas e cinco dos quais resultaram positivos e 51  indivíduos foram dados como recuperados da doença, zero caso activo, zero óbito assim  como novos caso de internamento.

Os dados do Alto Comissariado para a Covid-19, referem que dos 921 casos testados, 916 deles deram negativos e cinco deu positivo, destes, 4 casos pertencem ao Sector Autonomo de Bissau e 1 caso a região de Bijagós.

O Boletim semanal aponta que a região de Bijagós   analisou 34 casos e 1 deles deu positivo e sem registo de recuperado e nem de novos casos activos, de óbito, assim como de internamento.

Os dados referem  ainda que a região de Biombo analisou 14 indivíduos, mas  sem registo de um novo caso de infecção por covid-19 e que duas pessoas se recuperaram da doença.

De acordo com Boletim informativo semanal do Alto Comissariado para a Covid-19, Bissau testou um total de 867 pessoas dos quais quatro acusaram positivos,  38 recuperados.

Indica que na região de Cacheu, quatro pessoas se recuperam da doença, e que não há registo de  novo caso de infecção por covid-19.

Na região de Gabu, seis pessoas foram testadas, mas nenhum deles acusou positivo e 7 indivíduos foram dados como recuperados.  

Durante essa semana, conforme o boletim informativo semanal do Alto Comissariado para a Covid-19, de 10 a 16 de Maio, as regiões de Bolama, Bafatá, Farim, Oio, Quinara e Tombali não registara
m nenhum caso de infecção por covid-19.

Em relação aos pacientes internados no país, conforme os mesmos, actualmente há 1 paciente internado por covid-19.

Segundo os dados do Alto Comissariado, os homens continuam a ser os mais afectados por covid-19, com  2.260  casos contra 1.486 das Mulheres.

O país testou um  total acumulado de  65.679 pessoas dos quais 3.746 deles acusaram positivos, 3.451 indivíduos recuperados, 222 casos activos da covid-19, 67 óbitos devido a covid-19 e um acumulado de 236 casos activos.ANG/LPG/ÂC//SG

 

Visita do Presidente português/PAIGC diz que   serve apenas para alimentar o ego de gente que pretende implantar ditadura no país

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – O Grupo Parlamentar do Partido Africano da  Independência da Guiné e Cabo-Verde(PAIGC), afirmou que a visita do Presidente de Portugal à Guiné-Bissau que devia ser de celebração, se concretiza num momento em que só servirá para branquear a realidade politica vigente no país e alimentar o ego de gente que pretende implantar a ditadura na Pátria de Amílcar Cabral.

A critica do Grupo Parlamentar dos libertadores veio numa nota de protesto contra a vinda de Marcelo Ribeiro de Sousa à Guiné-Bissau  entregue a Embaixada de Portugal  em Bissau e à  que a ANG teve acesso hoje.

Na missiva os libertadores apelam ao povo português “que também sofreu com a ditadura de Salazar e Caetano” para que compreenda a posição dos deputados do PAIGC e não se deixe ludibriar por esta acção de propaganda desnecessária e prejudicial às relações de amizade e cooperação entre os dois povos.

Entre os motivos que os deputados alegam para justificar o porquê de estarem contra a vinda do Presidente Português ao país, está a tomada de posse para o cargo do Presidente da República pelo então candidato à segunda volta das Eleições Presidenciais de 2019, Umaro Sissoco Embaló, antes do pronunciamento sobre o contencioso eleitoral em curso no Supremo Tribunal de Justiça violando a Constituição do país, as leis internas e tratados internacionais assinados pela Guiné-Bissau.

“Subsequentemente ele demitiu o Governo Constitucional do PAIGC saído das eleições legislativas de Março de 2019 dirigido por Aristides Gomes, tendo nomeado um novo governo, e desencadeou uma onda de violência e de perseguições políticas, o que levou o então Primeiro-ministro a abandonar a sua casa forçosamente e procurar refúgio junto a sede das Nações Unidas em Bissau”, lê-se na nota.

Ainda na nota, os deputados do PAIGC referem que a Guiné-Bissau é um Estado independente, onde a soberania é uma conquista do povo proclamada, unilateralmente, a 24 de Setembro de 1973 e que adotou como regime politico a Democracia Pluralista, desde 1994, ano em que se realizaram as primeira eleições multipartidárias  .

Na carta, o Grupo Parlamentar do partido de Cabral salienta que a Guiné-Bissau e Portugal têm mantido boa e frutuosa relação de cooperação na base do respeito mútuo, mas reconhecem, no entanto que a situação política do país tem conhecido momentos “bastante conturbados”, há mais de uma década, vivendo neste momento a sua pior fase, com ondas de violações sobre cidadãos nunca antes vistas ou experimentada.

Acrescentam  que todos estes factos são de conhecimento público e muitos deles foram denunciados por organizações da sociedade civil nacional e internacional.

Os libertadores, na sua comunicação dirigida ao Presidente Português, numa carta com a data de 17 de Maio enviada ao Embaixador de Portugal em Bissau ,consideram de “inoportuna
” a vista do Presidente Marcelo à Guiné-Bissau, pelo quadro pandémico provocado pela Covid-19, a prevalência do estado de calamidade com fortes restrições impostas à população, “mas que agora serão ostensivamente ignoradas e violadas com o vosso patrocinio”.ANG/MSC/ÂC//SG

 

 

 

Ensino/Presidente da República ordena fim das greves dos professores e retoma das aulas

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, ordenou segunda-feira o fim das greves dos professores e a retoma imediata das aulas nas escolas públicas, anunciou Bacar Daramé, um porta-voz das associações estudantis.

Daramé citava as orientações dadas por Sissoco Embaló numa reunião que segunda-feira presidiu entre o Governo, alguns sindicatos dos professores em greve desde dezembro de 2020, e associações juvenis.

“O Presidente disse que a partir de segunda-feira a greve acabou e deu orientações para que as aulas sejam retomadas imediatamente”, declarou Bacar Daramé, da confederação nacional das associações estudantis guineenses.

Daramé indicou que dois dos quatro sindicatos dos professores em greve faltaram à reunião por se manterem fiéis à greve geral na Função Pública convocada pela central sindical UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné).

A UNTG tem convocado, desde dezembro, ondas de greves gerais na Função Pública, entre outros, para exigir do Governo a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo dos atuais 50.000 francos cfa (76 euros) para o dobro.

Segundo a Lusa, fonte do Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof), um dos que não estiveram presentes na reunião com Umaro Sissoco Embaló, disse  que “a greve continua [nas escolas] enquanto não for levantada pela UNTG”.ANG/Lusa

 

                        Economia/França propõe "New Deal para África

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) - A França organiza esta terça-feira a Cimeira para o Financiamento das Economias Africanas que conta com a presença de 17 chefes de Estado africanos, líderes europeus e grandes instituições bancárias, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

A iniciativa do Presidente francês é apresentada como o New Deal para África e pretende encontrar uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de covid-19.

Mais de um dezena de líderes africanos, europeus e representantes de organizações internacionais estão reunidos em Paris para encontrar uma solução para a falta de liquidez das economias africanas.

A iniciativa do Presidente francês é apresentada como o New Deal para África e pretende encontrar uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de covid-19.

A cimeira pretende criar um "pacote de ajuda massiva" para o continente africano e, ao mesmo tempo, lançar as bases de um novo ciclo de crescimento, que passa pelo apoio ao sector privado.  

Em Março, face à crise económica provocada pela pandemia de Covid-19, o Fundo Monetário Internacional ofereceu aos seus membros os Direitos de Tiragem Especial. 

Os Direitos de Tiragem Especial são mecanismos que todos os países membros do FMI têm direito, baseados no princípio que as reservas do FMI podem ser usadas para emitir liquidez em tempos de crise ou em situações mais excepcionais. 

Em toda a sua história, o FMI usou quatro vezes os DTS, a última vez foi durante a crise financeira de 2008.

Desta vez, os 183 países membros do FMI vão receber um total de DTS equivalentes a 650 mil milhões de dólares. A África vai receber 34 mil milhões desse montante. 

A ideia do Presidente Emmanuel Macron e de outros dirigentes é de alocar os Direitos de Tiragem Especial - uma ajuda do FMI concedida aos países em termos de liquidez e que se podem aplicar em tempos de crise - e fornecê-los aos países mais pobres.

Carlos Lopes, antigo secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, diz que "estas medidas não vão resolver os problemas de fundo do continente, que precisaria de 200 mil milhões de dólares para poder voltar ao nível de actividade económica que existia antes da crise".

A dívida pública africana atingiu 58% do PIB global em 2020, um aumento de 6% comparado ao ano anterior e a taxa mais elevada dos últimos 20 anos. Em 2020, 17 países estavam numa situação de elevado sobreendividamento.

A questão do perdão da dívida africana será igualmente abordada, mas essa decisão cabe aos países do G20, que no ano passado adoptaram um novo Quadro Comum incluindo credores não pertencentes ao Clube de Paris, como a China.

Três países africanos já pediram o reescalonamento da dívida: o Chade, Etiópia e Zâmbia. ANG/RFI

 

 

Visita do Presidente português/Marcelo Rebelo de Sousa pede aos portugueses na Guiné a se empenharem mais nas suas actividades

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – O Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa pediu a comunidade portuguesa  a se dedicarem ainda mais nas suas actividades em diversas áreas dea vida económica e social na Guiné-Bissau.

O Presidente português falava, segunda-feira num encontro com a comunidade lusófona residente no país, logo após a sua  chegada à Guiné-Bissau para uma visita oficial de 24 horas.

Disse que  esteve no país várias vezes ou seja em regimes e com chefes de Estado diferentes, com situações económicas e sociais igualmente distintas, acrescentando que, contudo, houve um denominador comum, que foi para além da amizade fraternal entre os dois povos, que é a capacidade de resistência de afirmação, coragem e  determinação dos portugueses e lusoguineenses ao longo destas décadas.

“Como é sublinhado pelo vosso porta voz, em áreas muitos diferentes que vão desde a educação à saúde, da actividade empresarial, às organizações não governamentais, do relacionamento bilateral ao multilateral, e essas várias actividade têm contribuído, de modo excepcional para a presença portuguesa na Guiné-Bissau”, afirmou o Chefe de Estado português.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que há um desafio terrível, que é o combate a covid-19, frisando que, este é o primeiro que Portugal tem que vencer e que Guiné-Bissau terá igualmente de superar.

Adiantou que, foi nesta pesperctiva que estão a pressionar a Covax para disponibilizar as vacinais, o mais depressa possível, e  acompanhar sanitariamente aquilo que cá se faz, na formação e nas outras formas de apoio.

 Rebelo de Sousa disse que a sua pretensão é que o renascer do futuro económico e financeiro  social  que se verifica  em Portugal,  chegue à Guiné-Bissau, o mais rápido possível após a pandemia da Covid-19.

O chefe de Estado português reconheceu que houve  momentos difíceis  para todos,  mas, mesmo assim, garante apoio para os sectores da educação, saúde e outros domínios sociais.

Para Rebelo de Sousa  há muitas coisas para fazer e que têm que ser feitas, para além das circunstância de cada instante.

O Embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, José Caroço  afirmou na ocasião que os portugueses residentes na Guiné-Bissau contribuem quotidianamente para actividade económica deste país em todos os sectores.

Disse acreditar que a comunidade  portuguesa e lusoguineense responderão sempre, positivamente, e que pautarão a sua actuação neste país pelos mais dignos valores de humanidade, sã convivência, franca amizade e solidariedade de bem fazer e trabalhar que lhe tem granjeado o respeito que justamente merece.

A caravana presidencial portuguesa chegou ao país com uma hora e meia de atraso em relação a hora prevista  no programa da visita, e foi recebida pela ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das comunidades da Guiné-Bissau, Suzi Carla Barbosa.

Uma enorme multidão de pessoas  afluiu a Avenida dos Combatentes da Liberdade Pátria para  saudar Marcelo Rebelo de Sousa, fazendo ao chefe de Estado português demorar pouco mais de duas horas a assanar à todos que lhe estenderam as mãos em gesto de saudação.

O chefe de Estado português inaugurou no meio da manha de hoje a nova sede da RTP-África em Bissau e no período da tarde irá deslocar ao parlamento guineense para um encontro com o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassama e de seguida com o primeiro ministro Nuno Gomes Nabiam antes de partir de regresso à Lisboa(Portugal).ANG/LPG/ÂC//SG

Covid-19/“África enfrenta uma divergência perigosa com o resto do mundo” diz o  FMI

Bissau,  18 Mai 21(ANG) – O director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que o continente enfrenta uma “divergência perigosa” face ao resto do mundo em termos de vacinas e de crescimento económico decorrente da pandemia.

“A recuperação é mais anémica do que gostaríamos, temos um crescimento de 6% no mundo, e na África subsaariana é de 3,4% este ano, queríamos que fosse ao contrário, porque esta é uma divergência perigosa”, afirmou Abebe Aemro Selassie, durante a Cimeira da Paz, que decorre na véspera da realização da cimeira sobre o financiamento das economias africanas, ambas em Paris.

Nas declarações feitas a partir de Paris, Selassie salientou que “a média do crescimento era de 5 ou 6% nos últimos anos, por isso uma contracção de cerca de 2% é mesmo severa, e é uma média, o que significa que nalguns países, como os arquipélagos dependentes do turismo, houve uma recessão de dois dígitos”, como foi o caso das Seicheles ou de Cabo Verde.

Questionado sobre o que está o FMI a fazer para ajudar estes países, Selassie disse que o primeiro passo é garantir mais espaço orçamental, obtido através de vários instrumentos, entre os quais a emissão dos Direitos Especiais de Saque (DES), no valor de 650 mil milhões de euros, cerca de 550 mil milhões de euros.

“O que estamos a fazer é continuar a apoiar os países para terem mais espaço orçamental, não só através de empréstimos, mas também recorrendo ao Fundo de Crescimento e Apoio à Pobreza [PRGT, na sigla em inglês], mas o mais vital de tudo é haver uma distribuição global de vacinas, em todo o mundo”, vincou o responsável.

O continente africano, apesar de albergar 14% da população mundial, vacinou até agora apenas 1,5%, devido às dificuldades de compra de vacinas, e também por causa dos desafios logísticos de administração das vacinas.

Na conversa em que participaram também outros intervenientes, como académicos e activistas, o responsável do departamento africano do FMI explicou que África deverá receber cerca de 33 mil milhões de dólares provenientes dos DES tendo em conta as quotas de cada Estado-membro, mas salientou que este valor pode ser maior se os países menos necessitados destas verbas concordarem em canalizar o reforço orçamental para os países mais necessitados.

“A injecção de reservas que vão receber pode ser usada para comprar vacinas que depois importam, ou bens de investimento que depois são usados internamente, mas certo é que será mais fácil para os governos terem os recursos para comprar esses bens”, respondeu, quando questionado sobre como vão os cidadãos beneficiar desta alocação de capital.

Sobre a distribuição, Selassie disse que “há várias propostas sobre como podem os países com liquidez suficiente disponibilizar alguns dos DES, sendo um deles o reforço do PRGT, uma abordagem que já foi usada, e que é um fundo financiado pelos países, que emprestam os DES ao FMI, que depois os empresta a custo zero aos países” que mais deles necessitam.ANG/Inforpress/Lusa

 

 

      
        Desporto-futebol
/Sport Bissau e Benfica é líder isolado da Serie “B” do campeonato nacional

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – O Sport Bissau e Benfica terminou a 7ª e última jornada da primeira volta, da maior prova de futebol guineense no comando da Serie “B”, depois de ter conseguido mais  vitória no último fim-de-semana por 2-1, frente ao FC de Pelundo.

As restantes partidas da mesma série, a contar igualmente para a 7ª jornada, ditaram os seguintes resultados: Nuno Tristão de Bula-1/UDIB-2, Atlético de Bissaorã-0/Flamengo de Pefine-0, e o FC de Cantchungo esteve de repouso.

Na Serie “A” da mesma prova de futebol, o Sporting Clube da Guiné-Bissau continua líder com menos um jogo,  apesar da  igualdade de pontuação com  o Sporting Clube de Bafatá. As duas  equipas dispõem de  15 pontos.

A jornada ficou marcada com a vitória dos leões de Leste por 4 a zero sobre os Balantas de Mansoa, no reduto desta formação nortenha.

Os restantes encontros da Séria “A” produziram os seguintes resultados: FC. de Cuntum-1/Portos de Bissau-0, CDR de Gabú-0/FC de Sonaco-0. O FC de Canchungo esteve de repouso.

Eis a  tabela classificativa das duas Séries “A” e “B”:

Série “A”

1º - Sporting Clube da Guiné-Bissau – (15) pts

2º - SC de Bafatá – (15) pts

3º - Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa - (10) pts

4º - FC de Cuntum – (07) pts

5º - Portos de Bissau – (06) pts

6º - FC de Sonaco – (05) pts

7º - CDR de Gabú – (02) pts

Série “B”

1º - Sport Bissau e Benfica – (14) pts

2º - FC de Canchungo – (09) pts

3º - UDIB – (09) pts

4º - Flamengo de Pefine – (07) pts

5º -FC de Pelundo – (06) pts

6º - Atletico de Bissorã – (04) pts

7º - Nuno Tristão de Bula – (03) pts.ANG/LLA/ÂC//SG

   Covid-19/China anuncia que  apoia quebra de patentes de vacinas

Bissau, 18 mai 21 (ANG) - A República Popular da China anunciou que entende e apoia o pleito de países em desenvolvimento para a quebra de patentes das vacinas contra a covid-19.

Em entrevista colectiva, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, fez a declaração, informação divulgada pela agência oficial Xinhua.

Observando que as vacinas são uma arma poderosa na luta contra a pandemia, Zhao disse que, como o maior país em desenvolvimento e um membro responsável da comunidade internacional, a China fará de tudo para ajudar os parceiros a vencer a crise sanitária.

A postura é um passo adiante pela retirada dos direitos sobre propriedade intelectual dos imunizantes, depois que, na última semana, o Governo chinês posicionou-se no sentido de estar aberto a discutir o tema na Organização Mundial do Comércio (OMC). Na ocasião, Pequim defendeu a caracterização dos imunizantes como produto público Mundial.

O debate sobre o tema ganhou força depois que o Governo dos Estados Unidos endossou a suspensão das normas de propriedade intelectual dos profiláticos. A proposta dividiu a comunidade internacional, com Alemanha argumentando que pode ser prejudicial à inovação e ao combate à crises sanitárias futuras.

A União Europeia pediu a Casa Branca para virar as suas atenções para a abertura de exportações de vacinas.ANG/Angop

 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

 Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Dia Mundial de Telecomunicação/“A Guiné-Bissau é único país no mundo sem  empresa pública de telecomunicações”, diz PCA da GUINETEL

Bissau, 17 Mai 21 (ANG) – O Presidente do Conselho de Administração da empresa de telecomunicações Guiné-Telecom e GUINETEL disse que a Guiné-Bissau é o único país do mundo que não tem a sua própria empresa de telecomunicações, o que segundo ele, não abona a favor de segurança do país.

João António Fonseca Mendes que falava esta segunda-feira em exclusivo à ANG, no quadro da celebração hoje do Dia Mundial de Telecomunicações, sustenta que as fronteiras têm que ser securizadas e isso só pode ser quando o Estado tem a sua própria empresa de telecomunicação.

“Hoje em dia, as fronteiras não são físicas, mas sim virtuais,  porque basta só pegar um aparelho smartfone na mão já temos as fronteiras nas mãos. Portanto devem ser securizadas, e isso só pode ser quando o Estado tem a sua própria empresa de telecomunicação”, disse.

Fonseca Mendes referiu que em Outubro do ano passado, numa das sessões do Conselho de Ministros, o governo decidiu assumir a responsabilidade de relançamento das duas empresas, nomeadamente a GUINETEL e Guiné Telecom.

“Desde 2010 que o governo tem em carteira o projeto de restruturação e reorganização dessas duas empresas, mas devido à muitas perturbações não foi possível a conclusão desse processo. E em Outubro de 2020 o governo decidiu assumir oficialmente a responsabilidade de relançamento das empresas onde adotou o relatório de um estudo feito previamente por um gabinete de consultoria financiado pelo Banco Mundial que ajudou o governo em saber quais as soluções que devem ser adotadas para poder relançar essas empresas”, informou Mendes.

Adiantou que o governo adotou disposições para relançamento da empresa Guiné Telecom e  que foi criada uma Comissão que já está a trabalhar nesse processo.

Acrescentou  que assim  que a referida Comissão terminar o trabalho de elaboração do caderno de encargo vai remetê-lo ao governo, a fim de se fixar a data do lançamento de concurso para escolher um parceiro estratégico que vai juntar com o governo para fazer funcionar as duas empresas.

Aquele responsável disse que, em termos técnico, o país está a acompanhar ,na medida do possível, a evolução tecnológica que a  demanda do mercado exige.

Sustentou que tecnologicamente as operadoras que estão a operar no mercado, nomeadamente a MTN e Orange têm estado  a acompanhar a evolução técnica, mas que ainda existe um handicap, explicando que a saída em termos  de comunicações internacionais continua  muito limitada.

Por isso, de acordo com João António Mendes, o governo aderiu ao projeto OARSI (que significa cabo-sub marinho que liga Europa à África) e que a Guiné-Bissau irá ter a oportunidade de conetar , o que vai permitir um escoamento de tráfico ainda maior.

Relativamente a bipularização de duas operadoras de telecomunicação, António Fonseca Mendes afirmou que a população está a queixar-se de tarifários elevados
, salientando que em termos de consumo de telecomunicação a população continua a ser refém dessas duas companhias e sobretudo com os impostos implementados pelo governo..

“Porque, parecendo que não, as tarifas dessas duas companhias são similares. A telecomunicação no país é cara, contudo, sabemos que quando se faz a telecomunicação é através da energia, que é um dos elementos fundamentais para fazer funcionar os equipamentos, mas os preços praticados não justificam”, disse.

Fonseca Mendes disse que daí, há toda a necessidade de relançar empresas de telecomunicações do Estado,  e sustenta que, independentemente do aspeto da soberania que vai preservar a segurança do território nacional, tem também a componente social, porque “se existir  a terceira operadora, automaticamente, a tarifa vai baixar”.

Foi escolhido o dia 17 de Maio para Dia Internacional das Telecomunicações porque  foi nessa data que no ano de 1865  se criou a União Telegráfica Internacional.

A partir de 1932 esta entidade passou a chamar-se de União Internacional das Telecomunicações (UIT). Os objetivos da celebração da data passam por assinalar  o progresso nas tecnologias de informação e por chamar a atenção das pessoas para as mudanças que acontecem na sociedade, com o poder da internet e das restantes formas de telecomunicações. ANG/DMG/ÂC//SG

 

 

 

Telecomunicações/Guineenses insatisfeitos com a má prestação de serviço das empresas de rede móvel

Bissau, 17 Mai 21 (ANG) – Os cidadãos guineenses manifestaram a insatisfação com a má qualidade de serviço das duas empresas de telecomunicação em funcionamento nos país, nomeadamente a MTN e ORANGE, e com a inoperância da GUINETEL.

Numa auscultação feita hoje pela ANG aos cidadãos, alusiva ao Dia Internacional das telecomunicações que se assinala hoje, 17 de Maio, os cidadãos exortaram o Estado guineense a criar condições para que a Empresa Nacional de Telecomunicações , a Guinetel retome o funcionamento para garantir segurança e autonomia ao setor.

Augusto Có, criticou  a incapacidade da Orange e MTN de assegurar cobertura plena e de qualidade em todo o território nacional, e  responsabilizou o Estado guineense e em particular a  Agência Reguladora Nacional de Telecomunicações ARN, por não estar a fazer o seu trabalhos como deve ser, para regular e fiscalizar o funcionamentos dessas empresas.

De acordo com a Dacia Nancassa, a prestação de serviço da MTN e ORANGE, está a quem da espectativa, com tarifas altas, fraca cobertura da rede a nível nacional e péssimas condições de funcionamento da  internet , constituem problemas graves nos processos comunicacionais dos cidadãos a nível nacional e internacional.

Por sua vez, Eunicia Biague, denunciou o que diz ser “péssimo” atendimento dos agentes dessas empresas, constantes problemas de créditos desaparecidos nas contas dos clientes, que, em muitos casos, acabam sem soluções, e os cidadãos acabam perdendo o seu dinheiro.

Acrescenta que , apesar de várias  denúncias e até então o Estado, através da ARN não assumiu a sua responsabilidade para pôr cobro à essa situação.

Eniedson Correia dos Reis, pelo contrário, agradece as referidas empresas pelo o que considera   “avanços feitos no setor de telecomunicações”, e que diz ter facilitado ligações inter-pessoal, e serviços de transferência de dinheiro.

Segundo Eniedson,  a operação das empresas de telecomunicações  têm trazido inovações mas  apresentam séries de dificuldades nomeadamente, falta de cobertura da rede de qualidade, em todo o território, e ausência de empresa nacional no setor de telecomunicações, já há décadas, o que na sua opinião, tornou vulnerável a segurança interna do país.

Na opinião de Edgar Martinho Cunha, as empresas de telecomunicações que operam no país no país, não estão a servir devidamente o país, e quem de direito como a ARN, está mais a colaborar com as empresas ao invés
de estar ao lado dos consumidores.

Cunha exortou o Estado guineense a reunir condições para que a Guinetel volte ao mercado para proporcionar a concorrência e  a qualidade de serviços.ANG/CP/ÂC//SG

 

 

 

Política/Presidente  da República nomeia novos secretários de Estado para a  Cooperação Internacional e a Ordem Pública

Udé Fati
Bissau, 17 Mai 21 (ANG) – O Presidente da República nomeou  novos secretários de Estados, para  a Cooperação Internacional e Ordem Pública, na pessoa da ex-diretora da ONG Voz de Paz, Udé Fati e do ex-Inspector  Geral do Ministério do Interior, Alfredo Malú,
respetivamente.

A informação consta no Decreto Presidencial nº35/2021 tornado público no dia 16, enviado à ANG.

De acordo com o mesmo Decreto, Ude Fati substitui nessas funções, Augusto Gomes, nomeado, recentemente, ministro de Transportes e Comunicações, e Alfredo Malú vai substituir Mário Fambé, o actual ministro das Pescas.

Está prevista para esta segunda-feira a tomada de posse dos dois novos  secretários de Estados .ANG/AALS/ÂC//SG

 

Diplomacia/ Marcelo Rebelo de Sousa  visita Guiné 31 anos depois de Mário Soares

Bissau, 17 Mai 21(ANG) – Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar a Guiné-Bissau entre segunda e terça-feira, 31 anos e seis meses depois de Mário Soares, o último Presidente português a fazer uma visita oficial a este país, em 1989.

António Ramalho Eanes esteve, em 1978, na Guiné-Bissau, para uma Cimeira Luso-Angolana, e voltou em 1979, em visita de Estado, e em 1982, em visita oficial. Soares, depois da visita de 1989, regressou a Bissau para a posse de ‘Nino’ Vieira como Presidente guineense eleito nas primeiras eleições multipartidárias, em 1994.

Jorge Sampaio não fez nenhuma deslocação como chefe de Estado a este país lusófono, enquanto Aníbal Cavaco Silva esteve em Bissau para participar numa cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2006.

A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada, de imediato reconhecida pelas Nações Unidas (6 de Outubro de 1973) e, por Portugal, um ano mais tarde, a seguir ao 25 de Abril, em 10 de Setembro de 1974.

O general Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, tomou posse em Julho de 1976, no rescaldo da guerra colonial e do processo de descolonização. Deslocou-se à Guiné-Bissau em Junho de 1978, para uma Cimeira Luso-Angolana e, em Fevereiro de 1979, voltou, em visita de Estado.

“Volto a pisar o chão de Bissau num ato histórico que transcende a minha pessoa. A visita que hoje início consagra o entendimento fraterno e exemplar de dois Estados soberanos que mutuamente se respeitam. Mas confirma sobretudo o reencontro de dois povos cuja amizade e compreensão a degenerescência colonial foi incapaz de destruir”, afirmou à chegada.

Eanes, que como militar tinha prestado serviço na Guiné-Bissau, entre 1966 e 1971, onde estabeleceu relações com Spínola e Otelo, apontou como principal objectivo desta sua visita “o de sublinhar o carácter exemplar das relações entre dois países que sofreram juntamente, embora de modos diferentes, os efeitos da degenerescência colonial”.

“O rápido estabelecimento de laços de estreita amizade entre a Guiné-Bissau e Portugal só pode ter surpreendido os que persistiam em ignorar que a cooperação fraterna – e não a guerra que, como já disse, foi um acidente histórico – é que verdadeiramente exprime os sentimentos de um povo em relação ao outro”, considerou, já no final da visita, a convite do primeiro Presidente da Guiné-Bissau independente, Luís Cabral, que Eanes já tinha recebido em Lisboa, em Janeiro de 1978.

Ramalho Eanes visitaria ainda a Guiné-Bissau em Dezembro de 1982 e, em Junho de 1984, recebeu em Lisboa o Presidente guineense João Bernardo ‘Nino’ Vieira, que esteve no poder em regime de partido único até 1994.

Mário Soares, Presidente da República entre 1986 e 1996, fez uma visita oficial à Guiné-Bissau em Novembro de 1989.

“Esta é a primeira visita que efectuo à Guiné. Com ela fecho, simbolicamente, o ciclo que se iniciou em 1974, logo após a Revolução dos Cravos, quando, em nome de Portugal, como ministro dos Negócios Estrangeiros, iniciei o processo de descolonização, estabelecendo os primeiros contactos oficiais com o Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), e negociando em Dakar, Londres e Argel o cessar-fogo e a independência”, referiu Mário Soares, na altura.

Num discurso durante um banquete oferecido por ‘Nino’ Vieira, Soares acrescentou: “É, assim, para mim, particularmente emocionante pisar neste momento a vossa terra, cujo indómito espírito de independência sempre admirei e respeitei, único país africano de expressão oficial portuguesa que ainda não tivera a honra de visitar, e poder transmitir a todo o povo guineense, em nome de Portugal, uma mensagem sincera de fraterna amizade, apreço e compreensão”.

“Têm sido frequentes, e muito frutuosos, os contactos que, a todos os níveis, têm sido estabelecidos entre os nossos dois países nos últimos anos. Exorcizados os fantasmas criados pela guerra colonial, saradas as feridas que esta provocou em ambos os povos, conseguimos substituir um clima de desconfiança e de mútuos ressentimentos por uma atmosfera de são convívio e de estreita cooperação, de que muito têm beneficiado os nossos dois países”, defendeu o então Presidente português.

Mário Soares regressou à Guiné-Bissau em Setembro de 1994 para assistir à cerimónia de posse de ‘Nino’ Vieira como Presidente da República eleito em Agosto desse ano na segunda volta das presidenciais, que disputou com Kumba Ialá.

Recebido pelo Presidente guineense eleito à chegada, Soares congratulou-se com o processo eleitoral “perfeitamente livre e sério” na Guiné-Bissau e observou: “Quanto mais disputadas são as vitórias, melhores e mais saborosas elas são, e eu sei alguma coisa a esse respeito”.

O Presidente guineense ‘Nino’ Vieira realizou depois uma visita de Estado a Portugal em Julho de 1996, no primeiro ano de mandato de Jorge Sampaio como chefe de Estado. Sampaio recebeu o Presidente guineense interino Henrique Rosa, em Novembro de 2003, mas até ao final do seu mandato, em 2006, não se deslocou à Guiné-Bissau.

Cavaco Silva, Presidente da República entre 2006 e 2016, recebeu em audiências ao longo dos seus dois mandatos os Presidente guineenses ‘Nino’ Vieira, o interior Raimundo Pereira, e José Mário Vaz, e em visita oficial Malam Bacai Sanhá, em Fevereiro de 2010.

Como chefe de Estado português, Cavaco Silva não fez nenhuma visita oficial à Guiné-Bissau, onde esteve, contudo, para participar na 6.ª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Bissau, em Julho de 2006.

Marcelo Rebelo de Sousa, que assumiu a chefia do Estado em 09 de Março de 2016, visitou no seu primeiro mandato a maior parte dos países lusófonos: Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Brasil.

Em 08 de Outubro do ano passado, recebeu no Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que se deslocou a Portugal em visita oficial.

Perante Sissoco Embaló, o chefe de Estado português considerou que “há um pano de fundo de fraternidade” nas relações bilaterais e “um mundo de iniciativas a desenvolver” na cooperação nos sectores da educação e cultura e também no plano económico.

Marcelo Rebelo de Sousa saudou a comunidade guineense em Portugal, e destacou o contributo dos portugueses residentes na Guiné-Bissau para o desenvolvimento desse “país irmão”.

Reeleito Presidente da República em 24 de Janeiro deste ano, com 60,67% dos votos expressos, Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse para um segundo mandato perante a Assembleia da República em 09 de Março passado e três dias depois visitou o Vaticano e Madrid. ANG/Inforpress/Lusa

PR Portuguesa/ Marcelo visitou o país várias vezes enquanto líder do PSD

 Bissau, 16 Mai (Inforpress) – Marcelo Rebelo de Sousa esteve na Guiné-Bissau em 1988 para a reactivação da Escola de Direito, e visitou o país várias vezes na década de 1990 enquanto líder do PSD, que aproximou do PAIGC.

Em Maio de 1988, Marcelo Rebelo de Sousa era presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e deslocou-se a Bissau para conversações com autoridades guineenses sobre a reactivação da Escola de Direito. Acompanharam-no, entre outros, os professores universitários Jorge Quintas e António Lobo Xavier.

Em Fevereiro de 1997, quando liderava o PSD, Marcelo Rebelo de Sousa visitou Bissau, em escala de Cabo Verde para Lisboa, e teve uma audiência com o então Presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo ‘Nino’ Vieira, a quem foi apresentar condolências pela morte do seu filho Vladimir Vieira.

Nesse encontro, que durou cerca de 30 minutos, estiveram também o então líder da bancada social-democrata, Luís Marques Mendes, e os dirigentes da Comissão Política Nacional do PSD Pedro Passos Coelho, futuro primeiro-ministro, e José Luís Arnaut, noticiou na altura a agência Lusa.

“Desde a minha moção de estratégia no Congresso [do PSD] de Santa Maria da Feira, que defendo uma presença muito forte de Portugal no mundo lusófono, em termos de cooperação recíproca, respeitando a soberania dos outros Estados”, realçou, em declarações aos jornalistas, no final do encontro.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, para o PSD, essa aposta constituía a “prioridade das prioridades” e sustentou que, sem uma presença forte no espaço da lusofonia, “Portugal perde a sua grande mais-valia europeia”.

Nessa ocasião, criticou o funcionamento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considerando que tinha gerado “um conjunto de expectativas muito grandes”, mas que depois “arrancou e parou logo de seguida”.

No mês seguinte, Março de 1997, o presidente do PSD regressou a Bissau, desta vez acompanhado pela social-democrata Teresa Gouveia, que então fazia parte da Comissão de Relações Internacionais e da Comissão Política Nacional do partido, para uma visita de dois dias, a convite do Presidente da República guineense, João Bernardo ‘Nino’ Vieira.

O programa dessa visita incluía uma reunião com o Presidente da Guiné-Bissau, o lançamento de um livro do jurista guineense, cumprimentos ao arcebispo de Bissau, a abertura das jornadas da Faculdade de Direito de Bissau com uma intervenção sobre a integração na União Europeia, reuniões com o Clube de Gestores e Empresários Portugueses com representantes das forças políticas da oposição, e uma visita à Escola Portuguesa, entre outros pontos.

Como presidente do PSD, assinou com o Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), no poder, um protocolo de colaboração política, parlamentar e autárquica, bem como ao nível das organizações de juventude, dos trabalhadores e de quadros, que previa duas cimeiras anuais ao mais alto nível entre os dois partidos.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a intenção de apoiar o Movimento da Resistência da Guiné-Bissau/Movimento Bafatá (RGB/MB) “em tudo o que possa ser feito para reforçar o estatuto democrático da oposição e no fortalecimento do pluripartidarismo na Guiné-Bissau”.

Voltou a Bissau em Janeiro de 1998 e, em vésperas dessa visita, foi criticado por Kumba Ialá, que presidia ao Partido da Renovação Social (PRS), por ter qualificado ‘Nino’ Vieira como “único garante da unidade e estabilidade” da Guiné-Bissau, sem o qual o país corria “riscos de desagregação”.

Em declarações à Lusa, na altura, o presidente do PSD apelidou PSD e PAIGC de “dois partidos irmãos”, e enquadrou esta sua visita de dois dias a Bissau – que antecedia a ida do então primeiro-ministro guineense, Carlos Correia, a Lisboa, a convite do chefe do Governo português, António Guterres – “numa perspectiva de interesse nacional”.

“Em Portugal existe um carinho muito especial pela Guiné-Bissau, e, portanto, tudo o que pudermos fazer, Governo por um lado e oposição por outro, estamos dispostos a fazê-lo para o bem dos dois países”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que relativizou críticas que recebeu pelas suas palavras sobre “Nino” Vieira, que reiterou.

Durante essa visita, Marcelo Rebelo de Sousa surpreendeu, ao deslocar-se à sede do PRS em Bissau para justificar, ao presidente deste partido, Kumba Ialá, as suas declarações sobre o papel do Presidente guineense no plano institucional como garante da estabilidade.

De acordo com o relato da agência Lusa, o líder do PSD esperou pacientemente sentado pela chegada de Kumba Ialá e, terminado o encontro, o presidente do PRS disse que “o mal-entendido que havia a propósito dessas declarações ficou esclarecido”.

Em Junho de 1998, quando começou a guerra civil na Guiné-Bissau, que duraria perto de um ano, Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com o então ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Delfim da Silva, para fazer “o melhor acompanhamento possível da situação” naquele país, e referiu que mantinha “contactos regulares” com o Presidente ‘Nino’ Vieira.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou, pouco depois, a liderança do PSD, em 1999.

Agora, como Presidente da República, fará a sua primeira visita oficial à Guiné-Bissau, entre segunda e terça-feira.

“Vou na sequência de uma eleição presidencial [de Umaro Sissoco Embaló, em Dezembro de 2019], que foi reconhecida por missões da União Europeia e outras missões internacionais”, declarou, em entrevista à RTP, na quinta-feira.

Respondendo a protestos contra a sua visita, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “Nunca tive dúvidas nenhumas em ir”.

“Se a política externa circunscrevesse o relacionamento entre Estados àqueles que perfilham sempre e apenas a nossa concessão de sistema político económico e social, eu não tinha ido a muitos países a que fui – eu e os meus antecessores todos -, nem tinha recebido chefes de Estado de países que foram recebidos por mim e pelos meus antecessores. Por maioria de razão, sendo um país da CPLP”, argumentou. ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Migrações/ONG resgata 323 migrantes em cinco operações no Mediterrâneo

Bissau, 17 Mai 21 (ANG) – O navio Sea-Eye 4, da organização alemã Sea-Eye, resgatou 323 migrantes em cinco operações nas últimas horas no Mediterrâneo central e os membros da tripulação estão a trabalhar “no limite” das suas forças, declarou hoje a organização.

“A tripulação trabalha no limite”, disse a organização não-governamental (ONG) nas suas redes sociais após vários resgates em menos de 12 horas, o último na manhã de hoje, quando resgatou 99 pessoas que estavam a bordo de um barco, quase todas da Síria.

Durante a madrugada de hoje, resgataram outros 172 migrantes, que viajavam a bordo de duas barcaças, incluindo muitas crianças, e em outra operação resgataram 50 pessoas que viajavam num pequeno barco.

Anteriormente, a tripulação havia transferido para seu o navio dois líbios que navegavam num pequeno bote de borracha e que acabaram por ter que receber tratamento médico.

O Sea Eye-4 é actualmente o único navio humanitário a navegar na área, num momento em que o bom tempo facilita a saída de navios da costa da Líbia.

No último fim-de-semana, mais de 2.000 migrantes chegaram à pequena ilha de Lampedusa, na Itália, em menos de 48 horas.

Neste ano, 13.131 migrantes chegaram à costa italiana, em comparação com 4.237 no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior italiano . ANG/Inforpress/Lusa