Covid-19/China condena decisão de Biden de ordenar investigação à origem do vírus
Bissau, 28 Mai 21 (ANG) - A China criticou quinta-feira o Governo dos Estados Unidos, após o Presidente Joe Biden ter dado 90 dias aos serviços de informação do país para produzir um relatório sobre a origem da pandemia da covid-19.
"Desta vez, os
Estados Unidos estão a tentar usar os serviços de informação para conduzir uma
alegada investigação, mas a história sombria dos serviços de informação
norte-americanos é conhecida há muito pelo mundo", disse o porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian.
"A equipa de
investigadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) considerou extremamente
improvável a teoria de que o vírus (Sars-coV-2, que provoca a doença da
covid-19) tenha escapado de um laboratório", apontou, sublinhando que essa
"é uma conclusão oficial, formal e científica".
Os primeiros casos
de covid-19 foram identificados, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan,
antes de o vírus se espalhar pelo mundo, tornando-se uma pandemia e provocando
a morte de cerca de 3,5 milhões de pessoas.
A teoria, descartada
pela OMS, de que o vírus vazou de um laboratório na cidade chinesa, voltou a
vigorar nas últimas semanas no debate norte-americano, após os serviços de
inteligência terem revelado que três pesquisadores do Instituto de Virologia de
Wuhan adoeceram, no Outono de 2019, com sintomas semelhantes aos provocados pela
covid-19.
Joe Biden lembrou
que o trabalho da inteligência norte-americana, que se focou em duas hipóteses
- origem animal ou vazamento de laboratório - não permitiu até agora chegar a
"uma conclusão definitiva".
"Os Estados
Unidos continuarão a trabalhar com os seus parceiros em todo o mundo para
pressionar a China a participar de uma investigação internacional completa,
transparente e baseada em evidências", acrescentou o presidente
norte-americano, lamentando a atitude de Pequim sobre o assunto.
A embaixada chinesa
nos Estados Unidos acrescentou que a decisão de Joe Biden constitui
"manipulação política".
"Algumas forças
políticas ficaram obcecadas com a manipulação política e o jogo da culpa,
ignorando a necessidade urgente do seu povo de combater a pandemia e a procura
internacional por cooperação nesta frente, que causou a trágica perda de muitas
vidas", apontou a embaixada, em comunicado.
"A campanha de
difamação e acusação está de volta e a teoria da conspiração sobre uma 'fuga do
laboratório' está a ressurgir", observou.
A informação de que
três investigadores chineses do Instituto de Virologia de Wuhan adoeceram no
Outono de 2019 foi difundida esta semana pelo jornal norte-americano The Wall
Street Journal, que citou um relatório entregue ao Departamento de Estado
norte-americano pelos serviços de informações.
O documento
ressalvou que os sintomas dos investigadores eram também consistentes com
doenças sazonais comuns, segundo o jornal.
A China informou a
OMS de que o primeiro paciente com sintomas semelhantes aos da covid-19 foi
detectado em Wuhan em 8 de Dezembro de 2019.
No entanto, vários
epidemiologistas e virologistas acreditam que o novo coronavírus começou a
circular na cidade de Wuhan, no centro da China, em Novembro de 2019.
O jornal observou
que o Instituto de Virologia de Wuhan não partilhou dados brutos, registos de
segurança e laboratoriais sobre o seu extenso trabalho com novos coronavírus
detectados em morcegos, que muitos consideram a fonte mais provável do vírus.
O relatório dos serviços
de informações dos Estados Unidos considerou mais plausível a teoria de que o
vírus terá tido origem natural, a partir do contacto entre animais e seres
humanos. No entanto, não excluiu a possibilidade de que a sua disseminação em
Wuhan tenha sido resultado de uma fuga acidental do Instituto de Virologia de
Wuhan.
A China tem negado
repetidamente que o vírus tenha escapado de um dos seus laboratórios.ANG/Angop
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