Dia da África/Presidente da República lamenta que o continente africano ainda não atingiu as metas preconizas pelos fundadores da OUA
Bissau,26 Mai 21(ANG) – O
Presidente da República lamentou o facto de, até agora, o continente africano não tenha
atingido as metas preconizadas
pelos fundadores da Organização de Unidade Africana(OUA), em 1963, em termos de
desenvolvimento socioeconómico.
Umaro Sissoco Embaló falava terça-feira numa entrevista concedida à Televisão da Guiné-Bissau, Agência de Notícias da Guiné, Jornal Nô Pintcha, Rádio Difusão Nacional e a Rádio África FM, no âmbito da celebração do Dia de África, a efeméride que marca os 58 anos da fundação da OUA, em 25 de Maio de 1963, em Adis Abeba(Etiópia).
O chefe de Estado guineense
disse que a Organização da Unidade Africana desde a sua criação, conheceu
“altos e baixos” motivados por diversas clivagens internas, que levaram alguns
países a suspenderem as suas contribuições financeiras a organização, havendo outros que decidiram abandonar, casos de Marrocos,
liderado na altura por Rei Hassan II, um dos fundadores, devido ao
estabelecimento das relações
diplomáticas por certos países com a
Frente Polisário que reclama independência à Marrocos.
Umaro Sissoco Embaló
sublinhou que a partir de 2002, com a criação do ambicioso projecto de Nova
Parceria para o Desenvolvimento de África(NEPAD), na era dos Presidentes Abdulaie
Wad, do Senegal, Tabu Mbeky de África de Sul, Olussegun Obassanjo, da Nigéria,
Melhes ex. primeiro ministro da Etiópia, entendeu-se que a OUA deve evoluir para a União Africana, à semelhança da União Europeia.
“Tive a oportunidade de
assistir o acto constituinte da União Africana, numa cerimónia realizada em
Darbhan(África de Sul). Recordo que estive na companhia de ex.Presidente da
Líbia, Mhoamar El Kdafi”, explicou.
Perguntado sobre se, com as
independências políticas de seus países,
a África conseguiu, de facto, libertar-se
da influência colonial, Umaro Sissoco Embaló respondeu que os países africanos
tomaram as suas independência por duas formas: via pacífica e armada.
“Os únicos países africanos
que chegaram à independência por via armada são os lusófonos enquanto que os
anglófonos e francófonos obtiveram a independência
por meio de negociações
pacíficas, com excepção de Argélia que fez uma luta armada terrível e sangrenta para o efeito”, salientou.
Disse que, até hoje em dia,
a África não alcançou o desenvolvimento sonhado pelos líderes fundadores da
OUA, tendo em conta que até hoje os
países africanos continuam a depender de ajuda europeia, indicando, a título de
exemplo, que a própria União Africana vive do financiamento da União Europeia.ANG/ÂC//SG
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