Mali/França ameaça retirar
tropas se o país se enveredar por
islamismo radical
Bissau, 31 Mai
21 (ANG) - O Presidente francês, Emmanuel Macron, declara numa entrevista
concedida ao semanário "Journal du Dimanche", que a França
retirará as suas tropas do Mali, se o país africano se orientar politicamente para um islamismo radical.
Com cerca de 5.100 militares envolvidos na
operação Barkhane, a França apoia o Mali confrontado desde 2012 com uma
rebelião jihadista no norte, que mergulhou o país numa crise de segurança
e que agora se alarga ao centro do Estado africano.
O governo francês, bem como a União
Europeia denunciaram no dia 25 de Maio de 2021 "o golpe de Estado inaceitável",
depois da detenção do Presidente Bah Ndaw e do Primeiro-ministro, Moctar Ouane,
decidida pelo homem forte do país, o coronel Assimi Goïta.
Na sua entrevista ao semanário
"Journal du Dimanche" (JDD), o Presidente Emmanual Macron realçou que
tinha dito ao seu homólogo maliano, Bah Ndaw, agora destituído, que se o Mali
enveredasse pelo islamismo radical, a França retiraria as suas tropas da
operação Barkhane.
O chefe de Estado francês sublinhou que
existe actualmente no Mali a tentação por um islamismo radical e que
perante tais circunstâncias, a França repatriará os seus militares.
Emmanuel Macron afirma também
ter transmitido a mensagem aos dirigentes da África ocidental, segundo a
qual, a França não continuará a apoiar um país em que a legitimidade
democrática e a transição deixaram de existir.
Os chefes de Estado e de Governo
oeste-africanos reuniram-se domingo, 30 de Maio de 2021, em Acra numa cimeira
extraordinária, para debater exclusivamente a situação no Mali.
A CEDEAO (Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental) convidou o coronel Assimi
Goïta a deslocar-se ao Gana para consultas.
Nas suas declarações ao JDD, o Presidente francês,
destacou igualmente que a França decidiu apoiar um Estado soberano,
o Mali, para que este último não seja desestabilizado ou invadido por
grupos de rebeldes armados, mas como apoiante ela pede que a transição e
a inclusividade políticas sejam respeitadas no Mali.
Emmanuel Macron sublinhou que na
cimeira do G5 Sahel, em Janeiro de 2020 em Pau, no sudoeste da França,
ele tinha preparado um "caminho
de saída " do Mali, mas que a pedido dos chefes de
Estado africanos decidiu manter a operação Barkhane.
Todavia, segundo o Presidente francês, o
seu país não pode manter eternamente as suas tropas no Mali. Uma questão que
agora se coloca com mais acuidade, depois dos golpes de força dos militares
malianos a 18 de Agosto de 2020 e a 25 de Maio de 2021. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário