terça-feira, 18 de maio de 2021

                        Economia/França propõe "New Deal para África

Bissau, 18 Mai 21 (ANG) - A França organiza esta terça-feira a Cimeira para o Financiamento das Economias Africanas que conta com a presença de 17 chefes de Estado africanos, líderes europeus e grandes instituições bancárias, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

A iniciativa do Presidente francês é apresentada como o New Deal para África e pretende encontrar uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de covid-19.

Mais de um dezena de líderes africanos, europeus e representantes de organizações internacionais estão reunidos em Paris para encontrar uma solução para a falta de liquidez das economias africanas.

A iniciativa do Presidente francês é apresentada como o New Deal para África e pretende encontrar uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de covid-19.

A cimeira pretende criar um "pacote de ajuda massiva" para o continente africano e, ao mesmo tempo, lançar as bases de um novo ciclo de crescimento, que passa pelo apoio ao sector privado.  

Em Março, face à crise económica provocada pela pandemia de Covid-19, o Fundo Monetário Internacional ofereceu aos seus membros os Direitos de Tiragem Especial. 

Os Direitos de Tiragem Especial são mecanismos que todos os países membros do FMI têm direito, baseados no princípio que as reservas do FMI podem ser usadas para emitir liquidez em tempos de crise ou em situações mais excepcionais. 

Em toda a sua história, o FMI usou quatro vezes os DTS, a última vez foi durante a crise financeira de 2008.

Desta vez, os 183 países membros do FMI vão receber um total de DTS equivalentes a 650 mil milhões de dólares. A África vai receber 34 mil milhões desse montante. 

A ideia do Presidente Emmanuel Macron e de outros dirigentes é de alocar os Direitos de Tiragem Especial - uma ajuda do FMI concedida aos países em termos de liquidez e que se podem aplicar em tempos de crise - e fornecê-los aos países mais pobres.

Carlos Lopes, antigo secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, diz que "estas medidas não vão resolver os problemas de fundo do continente, que precisaria de 200 mil milhões de dólares para poder voltar ao nível de actividade económica que existia antes da crise".

A dívida pública africana atingiu 58% do PIB global em 2020, um aumento de 6% comparado ao ano anterior e a taxa mais elevada dos últimos 20 anos. Em 2020, 17 países estavam numa situação de elevado sobreendividamento.

A questão do perdão da dívida africana será igualmente abordada, mas essa decisão cabe aos países do G20, que no ano passado adoptaram um novo Quadro Comum incluindo credores não pertencentes ao Clube de Paris, como a China.

Três países africanos já pediram o reescalonamento da dívida: o Chade, Etiópia e Zâmbia. ANG/RFI

 

 

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