Lisboa/PR de Portugal espera que ida a Bissau contribua para Cimeira da CPLP com todos em Luanda
Bissau, 24 Mai 21 (ANG) – O Presidente da República de Portugal afirmou sexta-feira esperar que a sua ida a Bissau contribua para uma Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com todos os chefes de Estado presentes em Luanda.
No programa da Antena 1
“Geometria Variável”, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a sua visita oficial
à Guiné-Bissau entre segunda e terça-feira, a convite do Presidente guineense,
Umaro Sissoco Embaló, “valeu imenso a pena”.
“Nomeadamente também
valerá ainda mais a pena se na Cimeira de Luanda estivermos todos os chefes de
Estado da CPLP, coisa que não tem acontecido”, acrescentou.
Questionado sobre a
situação em Cabo Delgado, Moçambique, o Presidente da República respondeu: “Os
últimos tempos têm mostrado passos muito positivos na resposta da CPLP, como se
verá depois em Luanda, mas também da comunidade internacional”.
“Estamos mais próximos
daquilo que é uma nova fase de uma solução do que estávamos há seis meses, há
quatro meses, há três meses”, adiantou, sem dar detalhes.
Ainda sobre a CPLP, o
Presidente da República congratulou-se com “o passo que vai ser dado agora na
Cimeira de Luanda” quanto à mobilidade no espaço da lusofonia.
No seu entender, “é
determinante” para o objectivo de ter uma CPLP que vá “mais longe na vida
concreta das pessoas”.
“Havia Estados menos
abertos, por razões de integração regional ou por idiossincrasias próprias, e
houve que fazer a quadratura do círculo e ir para uma solução que fosse muito
flexível, mas tivesse um núcleo duro”, descreveu.
Marcelo Rebelo de Sousa
salientou que “quem quiser integrar o núcleo duro, integra, é livre de
integrar; quem não integrar o núcleo duro tem um regime mais flexível no tempo
e no conteúdo – que, permite, não obstante, não deixar ninguém de fora”.
Em resposta às críticas
à sua visita oficial à Guiné-Bissau, começou por dizer que Portugal dialoga
“com imensos Estados do mundo” e países “irmãos na CPLP” que têm “regimes
políticos muito diferentes: partido único, partido não único, partido
liderante, multipartidarismo condicionado”.
O chefe de Estado
argumentou que “a melhor forma de contribuir para a aceitação de determinados
princípios não é a ausência”, que “deixar de conviver é deixar de criar
condições de diálogo para o reforço da democracia, do Estado de direito
democrático”.
Por outro lado, destacou
que se reuniu em Bissau com os representantes dos partidos políticos e
sustentou que “esse simples facto mostrou que continua a haver um
pluri-partidarismo, uma oposição que pensa muito diversamente da chamada
situação”.
Neste programa da
jornalista Maria Flor Pedroso participam o antigo ministro da Defesa Nuno
Severiano Teixeira e o ex-eurodeputado social-democrata Carlos Coelho.
Quando visitou Bissau,
perante o seu homólogo guineense, Marcelo Rebelo de Sousa disse-lhe: “Do mesmo
modo que Portugal tudo tem feito na medida das suas possibilidades para
valorizar a CPLP, tem a certeza de que vossa excelência será na Guiné-Bissau um
intérprete da mesma vontade”.
A próxima cimeira da
CPLP está agendada para 16 e 17 Julho, em Luanda. Cabo Verde preside actualmente
a esta comunidade, seguindo-se a presidência angolana.
Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP. ANG/Inforpress/Lusa
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