Visita do Presidente português/PAIGC diz que serve apenas para alimentar o ego de gente que pretende implantar ditadura no país
Bissau, 18 Mai 21 (ANG) – O
Grupo Parlamentar do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo-Verde(PAIGC), afirmou que a visita do Presidente
de Portugal à Guiné-Bissau que devia ser de celebração, se concretiza num
momento em que só servirá para branquear a realidade politica vigente no país e
alimentar o ego de gente que pretende implantar a ditadura na Pátria de Amílcar
Cabral.
Na missiva os libertadores apelam
ao povo português “que também sofreu com a ditadura de Salazar e Caetano” para
que compreenda a posição dos deputados do PAIGC e não se deixe ludibriar por
esta acção de propaganda desnecessária e prejudicial às relações de amizade e
cooperação entre os dois povos.
Entre os motivos que os
deputados alegam para justificar o porquê de estarem contra a vinda do
Presidente Português ao país, está a tomada de posse para o cargo do Presidente
da República pelo então candidato à segunda volta das Eleições Presidenciais de
2019, Umaro Sissoco Embaló, antes do pronunciamento sobre o contencioso
eleitoral em curso no Supremo Tribunal de Justiça violando a Constituição do
país, as leis internas e tratados internacionais assinados pela Guiné-Bissau.
“Subsequentemente ele
demitiu o Governo Constitucional do PAIGC saído das eleições legislativas de
Março de 2019 dirigido por Aristides Gomes, tendo nomeado um novo governo, e
desencadeou uma onda de violência e de perseguições políticas, o que levou o
então Primeiro-ministro a abandonar a sua casa forçosamente e procurar refúgio
junto a sede das Nações Unidas em Bissau”, lê-se na nota.
Ainda na nota, os deputados
do PAIGC referem que a Guiné-Bissau é um Estado independente, onde a soberania
é uma conquista do povo proclamada, unilateralmente, a 24 de Setembro de 1973 e
que adotou como regime politico a Democracia Pluralista, desde 1994, ano em que
se realizaram as primeira eleições multipartidárias .
Na carta, o Grupo Parlamentar
do partido de Cabral salienta que a Guiné-Bissau e Portugal têm mantido boa e
frutuosa relação de cooperação na base do respeito mútuo, mas reconhecem, no
entanto que a situação política do país tem conhecido momentos “bastante
conturbados”, há mais de uma década, vivendo neste momento a sua pior fase, com
ondas de violações sobre cidadãos nunca antes vistas ou experimentada.
Acrescentam que todos estes factos são de conhecimento
público e muitos deles foram denunciados por organizações da sociedade civil
nacional e internacional.
Os libertadores, na sua
comunicação dirigida ao Presidente Português, numa carta com a data de 17 de
Maio enviada ao Embaixador de Portugal em Bissau ,consideram de “inoportuna
” a
vista do Presidente Marcelo à Guiné-Bissau, pelo quadro pandémico provocado
pela Covid-19, a prevalência do estado de calamidade com fortes restrições
impostas à população, “mas que agora serão ostensivamente ignoradas e violadas
com o vosso patrocinio”.ANG/MSC/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário