França/Revista Jeune Afrique perdeu
o seu emblemático fundador Ben Yahmed
Bissau, 04 Mai 21 (ANG) - O fundador da revista Jeune Afrique, o franco-tunisino Béchir Ben Yahmed, faleceu, segunda-feira em Paris, vítima da Covid-19 e tinha 93 anos.
Ele privou de perto com grande número de vultos da luta anti-colonial de África, mas também da Ásia ou da América.
Oriundo da ilha tunisina de Djerba Béchir Ben Yahmed lançou em 1960 em Tunes a revista que se viria a tornar na panafricana Jeune Afrique, uma referência francófona em África.
Esse ano foi o ano, por excelência, das independências das antigas colónias francesas em África, precisamente.
Desde então a revista, sedeada em Paris, viria a ser, mesmo, alvo de 4 atentados ou tentativas de atentados, a começar em 1961 por um atribuído à OAS, Organização do exército secreto, favorável à presença francesa na Argélia.
A luta pela descolonização, nomeadamente da África lusófona, teve muito eco por parte do semanário que, desde o início dos anos 2000 acabou por ficar sob as rédeas de dois dos seus filhos e de François Soudan.
Ben Yahmed não deixava indiferente e foi frequentemente acusado de condescendência em relação a certos regimes autoritários africanos.
Ele acabaria por influenciar, porém, toda uma geração de jornalistas, tendo privado com figuras da luta anti-colonial como Bourgiba, da Tunísia, o marroquino Ben Barka, o antigo presidente argelino Ben Bella, ou ainda o egípcio Nasser, o ganês Nkrumah ou Lumumba do antigo Congo belga; ou ainda Che Guevara em Cuba ou o vietnamita Hô Chi Minh. ANG/RFI
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