terça-feira, 15 de março de 2022

             Invasão/Ucrânia e Rússia voltam à mesa de negociações

 Bissau, 15 Mar 22 (ANG) - Ao 20º dia da invasão russa à Ucrânia, as delegações de Kiev e Moscovo voltam à mesa de negociações, um dia após os trabalhos terem sido suspensos.

Negociações difíceis. É assim que Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, classifica a quarta ronda de negociações com a Ucrânia, que irá continuar esta terça-feira. Apesar disso, o responsável russo admite que é positivo que as conversações continuem.

Na madrugada desta terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também garantiu que as negociações irão continuar, contudo, dirigiu duras palavras a Moscovo, numa mensagem publicada nas redes sociais.

O Presidente da Ucrânia falou primeiro em ucraniano e depois em russo para apelar às tropas russas que se rendam e garantiu que os ucranianos continuarão a resistir, o que irá provocar muitas baixas de ambos os lados.

Este discurso acontece numa altura em que os militares russos continuam a cercar Kiev, bem como outras cidades ucranianas.

Na madrugada de hoje, voltaram a ouvir-se as sirenes de alerta que antecederam fortes explosões na capital ucraniana. De acordo com os serviços de emergência da Ucrânia, há registo de pelo menos dois mortos, após ataques contra edifícios residenciais.

Perante este cenário de violência, o autarca de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou um confinamento de 35 horas que começa às 20 horas locais desta terça-feira e se estende até às 8 horas da manhã de quinta-feira.

Esta terça-feira, Kiev vai ainda ser palco de um encontro entre os primeiros-ministros da Polónia, Mateusz Morawiecki, da República Checa, Petr Fiala e da Eslovénia, Janez Jansa, que viajam enquanto representantes do Conselho Europeu, para se reunirem com os representantes ucranianos. O objectivo: demonstrarem o seu apoio à Ucrânia.

O Conselho da União Europeia adoptou hoje formalmente o 4º pacote de sanções contra a Rússia. Estas novas sanções vão afectar o oligarca russo Roman Abramovich, que tem também nacionalidade portuguesa.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse hoje, numa mensagem publicada na rede social Twitter que este pacote de sanções vai “afectar a capacidade de Putin financiar uma guerra injustificada” e garantiu que a União Europeia e respectivos parceiros irão continuar a exercer pressão sob Moscovo, de modo a tentar travar este conflito.

Esta mensagem acontece no dia em que a Ucrânia conseguiu acordar a abertura de 9 corredores humanitários para permitir a saída de civis das cidades que estão a ser bombardeadas pela Rússia.

A Ucrânia, pela voz do Ministério da Defesa ucraniano, garantiu que, até ao momento, morreram 13.500 soldados russos.

Apesar disso, a Rússia está em vantagem, tanto no que diz respeito ao número de militares, como ao nível de equipamento técnico e, como tal, está a aumentar a sua ofensiva na Ucrânia. A Rússia já garantiu, por exemplo, que controla totalmente a cidade de Kherson.

Por sua vez, o cerco está também a apertar na cidade estratégica de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, onde ainda existem cerca de 350 mil pessoas presas. Até ao momento, só cerca de 150 mil pessoas conseguiram abandonar a cidade.

O aeroporto de Dnipro foi bombardeado durante a noite de ontem e parte da estrutura acabou mesmo por ser destruída, de acordo com o responsável regional de Dnipro, Valentyn Reznichenko. Segundo este responsável, o local foi alvo de uma “destruição maciça”.

Na próxima semana, o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, planeia viajar para Bruxelas para se encontrar com os líderes da NATO com o objectivo de discutir a guerra na Ucrânia, de acordo com fontes norte-americanas ouvidas pela Reuters.ANG/RFI

 

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