quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

EUA/Administração Trump processa Estado de Nova Iorque por "proteger migrantes"

Bissau, 13 fev 25 (ANG) - A Ministra americana da Justiça, Pam Bondi, anunciou, quarta-feira, o lançamento de uma acção judicial contra o Estado de Nova Iorque por considerar que as suas autoridades protegem os migrantes ilegais.

Já na semana passada, as autoridades centrais de Washington empreenderam um acção semelhante contra o Estado de Illinois, considerado outro "santuário" de clandestinos.

"Nova Iorque escolheu dar prioridade aos estrangeiros ilegais sobre os cidadãos americanos. Isso acaba hoje. Como é sabido, nós processamos o Estado do Illinois e Nova York não prestou atenção. Então são os próximos", disse ontem a Ministra americana da Justiça em conferência de imprensa.

Pam Bondi lamentou, em particular, que a polícia não tenha acesso ao estatuto de imigração das pessoas que controla, sendo que a administração Trump considera que este pelouro é uma competência do governo federal.

Desde o seu regresso à Casa Branca, Donald Trump, tem colocado na dianteira das suas prioridades uma vasta campanha de expulsões de migrantes ilegais, alguns deles tendo sido reconduzidos para os seus países de origem, enquanto outros foram levados para a base militar de Guantánamo.

Ontem, várias organizações de defesa dos Direitos Humanos e refugiados, a American Civil Liberties Union (ACLU), o Center for Constitutional Rights e o International Refugee Assistance Project (IRAP) lançaram uma acção contra a administração Trump para obter o acesso aos migrantes detidos na conhecida prisão militar aberta em Cuba depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001.

Na semana passada, o Presidente americano anunciou que pretende doravante enviar para Guantánamo 30 mil criminosos e imigrantes ilegais que ele coloca no mesmo plano, a sociedade civil referindo não ter informações sobre a duração e condições destas detenções.

Ao enviar migrantes "para uma ilha isolada dos advogados, das suas famílias e do resto do mundo, a administração Trump mostra que o estado de direito não significa nada para ela", disse em comunicado uma das organizações queixosas.

Ainda na passada terça-feira, o Papa Francisco, também crítico em relação a esta política, considerou que a expulsão de "pessoas que, em muitos casos, deixaram o seu país por razões de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do ambiente, atenta contra a dignidade de muitos homens e mulheres".

A resposta da Casa Branca não se fez esperar, o Sumo Pontífice tendo sido convidado a "concentrar-se na Igreja católica" e a deixar as autoridades americanas "cuidar das suas fronteiras". ANG/RFI

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