EUA/Administração Trump processa Estado de Nova Iorque por "proteger migrantes"
Bissau, 13 fev 25 (ANG) - A
Ministra americana da Justiça, Pam Bondi, anunciou, quarta-feira, o lançamento
de uma acção judicial contra o Estado de Nova Iorque por considerar que as suas
autoridades protegem os migrantes ilegais.
"Nova Iorque escolheu dar prioridade aos
estrangeiros ilegais sobre os cidadãos americanos. Isso acaba hoje. Como é
sabido, nós processamos o Estado do Illinois e Nova York não prestou atenção.
Então são os próximos",
disse ontem a Ministra americana da Justiça em conferência de imprensa.
Pam Bondi lamentou, em particular, que a
polícia não tenha acesso ao estatuto de imigração das pessoas que controla,
sendo que a administração Trump considera que este pelouro é uma competência do
governo federal.
Desde o seu regresso à Casa Branca, Donald
Trump, tem colocado na dianteira das suas prioridades uma vasta campanha de
expulsões de migrantes ilegais, alguns deles tendo sido reconduzidos para os
seus países de origem, enquanto outros foram levados para a base militar de
Guantánamo.
Ontem, várias organizações de defesa dos
Direitos Humanos e refugiados, a American Civil Liberties Union (ACLU), o
Center for Constitutional Rights e o International Refugee Assistance Project
(IRAP) lançaram uma acção contra a administração Trump para obter o acesso aos
migrantes detidos na conhecida prisão militar aberta em Cuba depois dos
atentados do 11 de Setembro de 2001.
Na semana passada, o Presidente americano
anunciou que pretende doravante enviar para Guantánamo 30 mil criminosos e
imigrantes ilegais que ele coloca no mesmo plano, a sociedade civil referindo
não ter informações sobre a duração e condições destas detenções.
Ao enviar migrantes "para uma ilha isolada dos advogados, das
suas famílias e do resto do mundo, a administração Trump mostra que o estado de
direito não significa nada para ela", disse em comunicado uma das organizações queixosas.
Ainda na passada terça-feira, o Papa Francisco,
também crítico em relação a esta política, considerou que a expulsão de "pessoas que, em muitos casos, deixaram o
seu país por razões de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição
ou
grave
deterioração do ambiente, atenta contra a dignidade de muitos homens e
mulheres".
A resposta da Casa Branca não se fez esperar, o Sumo Pontífice tendo sido convidado a "concentrar-se na Igreja católica" e a deixar as autoridades americanas "cuidar das suas fronteiras". ANG/RFI
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