Rússia/Governo propõe aos EUA restabelecimento de ligações aéreas diretas
Bissau, 28 Fev 25 (ANG) - A Rússia propôs na
quinta-feira aos Estados Unidos o restabelecimento das ligações aéreas entre os
dois países, interrompidas devido à ofensiva russa na Ucrânia, em conversações
realizadas em Istambul, anunciou hoje a diplomacia russa.
As duas partes discutiram formas de
ultrapassar os "numerosos inconvenientes" herdados das anteriores
administrações norte-americanas, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros
russo num comunicado citado pela agência francesa AFP.
"Especificamente, a parte americana foi
convidada a considerar a possibilidade de restabelecer ligações aéreas
diretas", acrescentou.
A reunião na Turquia, que ilustra a retoma
dos contactos iniciada pelos presidentes norte-americano, Donald Trump, e
russo, Vladimir Putin, centrou-se na facilitação do trabalho das respetivas
embaixadas.
De acordo com o ministério russo, as
"discussões decorreram de uma forma substantiva e profissional" e as
duas partes concordaram em prosseguir o diálogo da mesma forma.
Sobre o trabalho das embaixadas, "foram
acordadas medidas conjuntas para garantir o financiamento sem entraves das
atividades das missões diplomáticas", referiu.
As duas partes também discutiram a devolução
de "seis propriedades ilegalmente apreendidas entre 2016 e 2018" nos
Estados Unidos, pertencentes à Rússia, segundo Moscovo.
A reunião à porta fechada na cidade turca foi
o segundo encontro entre diplomatas dos dois países.
Uma primeira reunião ocorreu em 18 de
fevereiro na Arábia Saudita, após uma conversa telefónica entre Putin e Trump,
a 12 de fevereiro.
Moscovo e Washington afirmaram que pretendem
restabelecer totalmente as relações bilaterais, o que suscitou o receio de que
Kiev e os seus aliados europeus sejam marginalizados na resolução do conflito
na Ucrânia.
Após as conversações na Arábia Saudita, os
dois países afirmaram querer restabelecer o funcionamento normal das embaixadas
e consulados, após vários anos de expulsões de representantes das missões
diplomáticas dos Estados Unidos e da Rússia.
Putin ordenou a invasão da Ucrânia em
fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" Kiev, depois
de os Estados Unidos e os aliados ocidentais terem recusado garantir que a
antiga república soviética não se tornaria membro da NATO.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares de três anos de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.ANG/Lusa
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