Qatar/Governo diz que o futuro de Gaza é uma "questão palestiniana"
Bissau, 18 fev 25 (ANG) - O Qatar, que atua como
mediador entre Israel e o Hamas, afirmou esta terça-feira que o futuro de Gaza
é uma questão palestiniana, quando Israel insiste na necessidade de eliminar o
Hamas e na desmilitarização total do território palestiniano.
Tudo o que acontecer na
Faixa de Gaza, após o conflito, é "uma questão palestiniana", disse o
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari,
numa conferência de imprensa.
"A questão de quem representa oficialmente os palestinianos
e que grupos devem estar presentes na esfera política" cabe aos próprios
palestinianos, disse Al-Ansari, em resposta a uma pergunta sobre o desejo de
Israel de erradicar o movimento islamita palestiniano que governa a Faixa de
Gaza.
"Não cabe a nós nem aos outros responder a essa
pergunta", insistiu o porta-voz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar,
disse hoje que as negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo entre Israel
e o Hamas, que deverá permitir a libertação de todos os reféns mantidos em Gaza
e o fim definitivo da guerra, começariam "esta semana".
"Exigimos uma desmilitarização completa de Gaza. Não
aceitaremos a presença contínua do Hamas ou de qualquer outro grupo terrorista
em Gaza", enfatizou Saar.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, propôs assumir o
controlo do território palestiniano e deslocar os seus 2,4 milhões de
habitantes para o Egito e para a Jordânia, um plano rejeitado pelos países
árabes, que se preparam para propor um plano alternativo.
O plano dos Estados Unidos agravou as tensões sobre o frágil
cessar-fogo em Gaza estabelecido em 19 de janeiro, após uma guerra devastadora
desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023.
A primeira fase da trégua, que termina em 01 de março, já
resultou na libertação de 19 reféns israelitas e 1.134 palestinianos presos por
Israel, de um total planeado de 33 reféns e 1.900 palestinianos.
Deverá também permitir a entrada de mais ajuda humanitária na
Faixa de Gaza, que está cercada por Israel. Mas o Hamas acusa os israelitas de
bloquearem o envio para Gaza de edifícios pré-fabricados e de equipamentos de
remoção de entulho.
"A ajuda que entra hoje na Faixa de Gaza é insuficiente,
mesmo que multipliquemos por dez o que foi acordado. Usar a ajuda humanitária
como carta nas negociações é um crime em si mesmo", disse Majed al-Ansari.
ANG/Lusa
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