Sudão do Sul/ Escolas encerradas após
alunos desmaiarem por calor extremo
Bissau, 21 fev 25 (ANG) - O Sudão do Sul anunciou
na quinta-feira o encerramento de todas as escolas durante duas semanas devido
a uma onda de calor extremo, que levou alguns alunos a desmaiarem.
Esta é
a segunda vez que o país - que enfrenta efeitos extremos das alterações
climáticas, incluindo inundações durante a estação das chuvas - encerra as
escolas durante uma vaga de calor em fevereiro e março.
O vice-ministro da Educação, Martin Tako Moi,
disse na quinta-feira que "uma média de 12 alunos por dia tinha desmaiado
na cidade de Juba".
A maior parte das escolas do Sudão do Sul tem
estruturas improvisadas feitas com chapas de ferro e não dispõe de eletricidade
que possa alimentar os sistemas de refrigeração.
Na quinta-feira, a ministra do Ambiente,
Josephine Napwon Cosmos, exortou os residentes a permanecerem em casa e a beberem
água, uma vez que se prevê que as temperaturas subam até 42 graus.
Napwon propôs que os funcionários públicos
"trabalhassem por turnos" para evitar golpes de calor.
Os trabalhadores do setor da educação
instaram o Governo a considerar a possibilidade de alterar o calendário
escolar, de modo a que as escolas fechem em fevereiro e voltem a funcionar em
abril, quando as temperaturas descerem.
Abraham Kuol Nyuon, reitor da Faculdade de
Pós-Graduação da Universidade de Juba, disse à agência Associated Press (AP)
que o calendário deveria ser feito com base no clima dos 10 estados.
Um grupo da sociedade civil, Integrity South
Sudan, acusou o Governo de falta de planeamento adequado e de planos de
contingência, afirmando que o encerramento de escolas durante as ondas de calor
demonstra uma "incapacidade de dar prioridade à educação das crianças do
Sudão do Sul".
O sistema de saúde do país é frágil devido à
instabilidade política. Cerca de 400.000 pessoas foram mortas entre 2013 e
2018, altura em que foi assinado um acordo de paz entre o Presidente Salva Kiir
e o seu rival Riek Machar, que se tornou deputado.
As eleições no Sudão do Sul, previstas para o
ano passado, foram adiadas por dois anos devido à falta de fundos.
O Sudão do Sul, um dos países mais pobres do
mundo, que se tornou independente em 2011, tem vivido uma situação muito
difícil exacerbada por inundações a uma escala não vista há décadas e por um
afluxo em massa de refugiados do vizinho Sudão, devastado pela guerra.
O país tem enfrentado uma crise económica
devido à interrupção das exportações de petróleo após a rutura de um importante
oleoduto no vizinho Sudão, devastado pela guerra.ANG/Lusa
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