Portugal/Cientistas
confirmam existência de planeta que pode ter vida a 20 anos-luz da Terra
Bissau, 25 Fev 25 (ANG) - Uma equipa de
cientistas confirmou, no fim do mês de Janero, a existência do planeta HD 20794
d, que orbita à volta de uma estrela muito similar ao Sol, e que se situa
apenas a 20 anos-luz da Terra.
Este planeta é uma super-Terra e, em teoria,
poderá ter vida. A confirmação da existência deste planeta veio através da
utilização de um espectrógrafo, o Espresso, e a pesquisa poderá avançar ainda
mais com a utilização de um novo espectrógrafo, o ANDES.
Nuno Cardoso Santos, líder da equipa de Sistemas Planetários do
IA e Professor no Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências
da Universidade do Porto, que participou na confirmação da existência do HD
20794 d, explicou em entrevista à RFI como é este planeta.
"Está inserido num sistema
que tem algumas propriedades interessantes. Em primeiro lugar, é uma estrela
bastante brilhante e próxima de nós, o que permite fazer estudos complementares
mais à frente. Portanto, nesse sentido, é interessante. Depois é um sistema que
tem três planetas, todos eles à partida rochosos como a nossa Terra, embora não
necessariamente como a Terra, mas são um pouco mais massivos do que a Terra. E
depois um deles tem a particularidade de em parte da sua órbita em volta da
estrela estar naquilo a que se chama a zona de habitabilidade, ou seja, a zona
onde à partida poderá existir água líquida, o que nos dá perspectivas,
eventualmente de um dia detectar a presença de vida num destes planetas", explicou o cientista.
A estrela à volta da qual circula
o HD 20794 d é visível a partir da Terra a olho nú e esta não é uma
estrela muito diferente do nosso Sol. Apesar de conhecido desde 2011, esta
confirmação foi possível através da utilização do espectógrafo ESPRESSO.
"Aquilo que nós nós fizemos foi obter dados
únicos com o espectógrafo ESPRESSO que é o melhor no mundo para fazer estes
estudos. E o acumular dos dados ao longo de todos estes anos permitiu então
concluir sobre aquilo que estamos a observar. É um aparelho que faz arco
íris das estrelas e a partir da análise deste arco íris, ou seja, um arco íris
não é mais do que a luz da estrela que é decomposta nas suas várias cores. E ao
analisarmos este arco íris nós conseguimos, através de uma série de métodos,
determinar se a estrela tem ou não tem planetas à sua volta",
indicou Nuno Cardoso Santos.
A apenas 20 anos-luz da Terra, este
planeta vai agora continuar a ser estudado, especialmente com a chegada do novo
espectógrafo ANDES,que deverá ficar pronto até 2032, e que permitirá conhecer
mais a fundo estes exo-planetas, ou seja, planetas fora do nosso Sistema Solar.
Mais descobertas colocam também mais questões à Humanidade como um todo sobre a
possibilidade de se encontrar vida no Universo.
"Este género de descobertas está a começar a
abrir a porta para respondermos à pergunta se estamos sozinho no Universo. O
impacto que isso pode ter, creio que, além de científico, será também social",
concluiu o investigador. ANG/Lusa
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