Saúde pública/Eficácia dos ensaios da nova
vacina contra as malária é "muito boa notícia"- Investigador
Bissau, 14 Set 22 (ANG) - Um estudo divulgado há
poucos dias dá conta que a vacina que está a ser criada pelos investigadores da
Universidade de Oxford mantém uma alta eficácia após reforço da
imunização, prolongando assim até dois anos uma protecção de cerca de 80%,
aumentando a esperança de uma forma verdadeiramente eficaz de prevenir
esta doença.
A malária é
ainda hoje a sexta causa de morte no Mundo, com grande incidência em
África e sobretudo nas crianças com menos de cinco anos
Miguel Prudêncio, investigador principal
do Instituto de Medicina Molecular, que também está a desenvolver uma
vacina contra malária, considera em entrevista à RFI que os avanços de Oxford
são "uma muito boa notícia" no combate contra esta doença.
"É uma boa indicação que se consegue uma boa
resposta imunitária duradoura e sobretudo uma protecção também duradoura contra
a malária, é obviamente uma muito boa notícia", indicou o
investigador.
A nova fase do estudo desta nova vacina
foi publicada no final da semana passada na revista da especialiadade Lancet e
veio reforçar os primeiros resultados desta nova vacina, conhecidos em 2021,
que já davam conta d euma imunização após um ano de cerca de 80%. Assim, após
três imunizações de reforço, passado mais um ano, as crianças que estão a
participar no estudo apresentam ainda uma protecção que se situa a cerca de
80%.
"Aquilo que este artigo agora pubicado nos vem mostrar confirma um
resultado que já era bastante positivo no primeiro ensaio que foi feito com
esta vacina modificada, que dava conta de uma protecção na ordem dos 75-80% ao
fim de um ano após a vacinação. O que foi feito agora, foi que as acrianças
sujeitas a este esquema inicial de vacinação, com três imunizações separadas de
um mês, passado um ano desse processo, receberam um reforço vacinal e foi-se analisar
a proteção depois deste reforço e dois anos depois do esquema inicial, o
que o dados nos mostram é que esta protecção permanece elevada na ordem do 78%",
explicou Miguel Prudêncio.
Atualmente existe uma vacina contra a
malária aprovada pela Organização Mundial da Saúde em Outubro de 2021, a
RTS,S/AS01 que apesar da sua fraca imunização é uma das vacinas mais eficazes
encontrada até agora. Já terão sido criadas cerca de 140 vacinas desde 1910,
altura em que um artigo científico sobre uma vacina foi publicado, mas o
facto de o parasita que causa esta doença ser "complexo" tem
dificultado a vida dos investigadores.
Só em 2020 matou mais de 640 mil pessoas
no Mundo, entre elas muitas crianças, especialmente abaixo dos cinco anos.
ANG/RFI
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