Política/PR guineense não cumpriu o que prevê a Constituição por falta de dinheiro
Bissau, 02 Mai 24 (Lusa) – O porta-voz do Presidente da Guiné-Bissau justificou hoje em Lisboa a não marcação de eleições gerais pelo chefe de Estado guineense no decreto de dissolução do parlamento, conforme exige a Constituição, com a falta de dinheiro.
“Nunca as eleições na Guiné-Bissau foram feitas sem apoio internacional. O Presidente só pode anunciar eleições quando assegurar a sua viabilidade mediante os apoios que o país possa conseguir”, afirmou António Óscar Barbosa.
"Estamos a desenvolver esforços
nesse sentido. Já solicitámos à União Europeia, que tem sido um parceiro
fundamental, Já solicitámos a Portugal. Já solicitámos a muitos outros países
ajuda para a efetivação das eleições”, justificou.
O porta-voz e conselheiro do
Presidente Umaro Sissoco Embaló acrescentou que “o dinheiro faz falta à
Guiné-Bissau para por a funcionar a saúde, a educação, a administração pública.
Mesmo elementos fundamentais para a boa governação, depende muito da ajuda
internacional”, frisou.
A atual crise política na Guiné-Bissau
espoletou-se depois de o Presidente Sissoco Embaló ter decretado em 04 de
dezembro de 2023 a dissolução do parlamento, eleito seis meses antes, antes do
prazo constitucional para o poder fazer.
Sissoco Embaló justificou a dissolução
com a alegação de que o parlamento guineense era foco de instabilidade no país.
Em seguida, o Presidente demitiu o
então primeiro-ministro, Geraldo Martins, depois deste recusar formar um
Governo de iniciativa presidencial, e nomeou, em substituição, Rui Duarte de
Barros, episódios de uma crise que começou a ser desenhada na sequência de
confrontos entre militares, nos passados dias 30 de novembro e 01 de dezembro.
Sissoco Embaló classificou esses
incidentes de tentativa de golpe de Estado.
Os confrontos ocorreram na sequência
da detenção de dois membros do Governo acusados de alegada corrupção no
pagamento de dívidas do Estado a empresas.
A Guiné-Bissau realizou eleições
legislativas em 04 de junho passado.
Na conferência de imprensa de hoje,
convocada pela Presidência da República da Guiné-Bissau “para esclarecimento
das razões que levaram à dissolução da Assembleia Nacional Popular e nomeação
de um Governo de iniciativa presidencial”, Óscar Barbosa começou por historiar
todo o processo.
“Logo que tenhamos os meios
necessários para as eleições, anunciaremos no seu devido momento”, garantiu,
salientando que a organização do processo eleitoral está em curso, com a
realização do recenseamento eleitoral pela Comissão Nacional Eleitoral.
Óscar Barbosa frisou ainda que Sissoco
Embaló “quer fazer as eleições o mais rápido possível”. ANG/Lusa
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