Polónia/ Segunda volta opõe pró-europeu a nacionalista
Bissau, 19 Mai 25 (ANG) - Os polacos voltam às urnas
no próximo dia 1 de Junho para escolher o próximo Presidente da República, numa
eleição que pode redefinir o rumo político do país num momento particularmente
tenso para a Europa.
O liberal Rafal Trzaskowski,
presidente da câmara de Varsóvia e figura destacada da coligação governamental
liderada por Donald Tusk, liderou a primeira volta com uma ligeira vantagem
sobre o seu adversário nacionalista, Karol Nawrocki.
Com cerca de 31,2% dos votos, Rafal
Trzaskowski superou com uma margem reduzida Karol Nawrocki, apoiado pelo
partido populista de direita Lei e Justiça (PiS), que recolheu 29,7% dos votos.
A taxa de participação cifrou-se em 66,8%, revelando um interesse dos eleitores
num escrutínio considerado crucial para o futuro político da Polónia.
A corrida eleitoral decorre num contexto
marcado pela guerra na Ucrânia, pela ascensão de forças de extrema-direita na
Europa e pelas tensões nas relações transatlânticas. Ambos os candidatos
representam visões opostas: Trzaskowski defende a integração europeia, os
direitos das mulheres e da comunidade LGBTQ+, enquanto Nawrocki, admirador
assumido de Donald Trump, promete um regresso aos valores conservadores,
assente na soberania nacional e na contenção migratória.
A chave para a segunda volta pode estar nos
votos dos candidatos derrotados, em particular Slawomir Mentzen, da
extrema-direita eurocética, que arrecadou cerca de 15% dos votos. As suas
posições anti-imigração e anti-aborto podem favorecer o campo conservador.
Também Grzegorz Braun, figura da ultradireita antissemita, e Adrian Zandberg,
da esquerda, assumem papéis indirectos no desfecho da eleição, ao influenciarem
a escolha dos eleitores para a segunda volta.
O cargo de Presidente da República na Polónia
tem funções sobretudo moderadoras, o direito de veto presidencial pode
condicionar ou bloquear legislações-chave. Desde 2023, quando a coligação
pró-europeia chegou ao poder, várias medidas governamentais foram travadas pelo
actual presidente conservador cessante, Andrzej Duda.
Por um lado, uma vitória de Rafal Trzaskowski
pode permitir avanços na normalização das relações com a União Europeia e no
reforço do Estado de Direito. Por outro lado, uma vitória de Nawrocki pode
significar um retorno da linha política populista. ANG/RFI

Sem comentários:
Enviar um comentário