Vaticano/Papa Leão XIV oferece mediação para "silenciar as armas" no mundo
Bissau, 14 Mai 25 (ANG) - O Papa Leão XIV exortou hoje os líderes
mundiais a sentarem-se e a negociarem para "silenciar as armas" e
ofereceu a mediação do Vaticano a todas as partes beligerantes.
"A Santa
Sé está disponível para que os inimigos se encontrem e se olhem nos
olhos", afirmou Leão XIV, ao discursar na audiência no Vaticano aos
representantes das 23 Igrejas Católicas do Oriente.
O Papa disse ser necessário que "os
povos possam redescobrir a esperança e a dignidade a que têm direito", a
dignidade da paz.
"O povo quer a paz e eu, com o coração
na mão, digo aos dirigentes do povo: encontremo-nos, falemos, negociemos! A
guerra nunca é inevitável, as armas podem e devem ser silenciadas, porque não
resolvem os problemas, mas aumentam-nos", afirmou.
O apelo do Papa norte-americano surge na
véspera de possíveis negociações na cidade turca de Istambul sobre a guerra da
Rússia contra a Ucrânia.
Desconhece-se ainda se as conversações de
quinta-feira poderão incluir um encontro entre os presidentes russo, Vladimir
Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Outras guerras têm causado sofrimento noutras
latitudes, como no Médio Oriente, em África ou na Ásia.
Leão XIV disse na Sala Paulo VI, perante
milhares de pessoas que se deslocaram para o Jubileu de países como a Síria, a
Ucrânia, o Líbano e o Iraque, que as Igrejas Orientais conhecem "em
primeira mão os horrores da guerra".
"Ao ponto de o Papa Francisco ter
chamado mártires às vossas Igrejas", afirmou, citado pela agência de
notícias espanhola EFE.
"É verdade: da Terra Santa à Ucrânia, do
Líbano à Síria, do Médio Oriente a Tigray [Etiópia] e ao Cáucaso, tanta
violência", lamentou.
O Papa, aplaudido pela audiência, disse que o
horror da guerra e "dos massacres de tantas vidas jovens" deviam
provocar indignação, "porque em nome da conquista militar morrem
pessoas".
Pediu que se rezasse pela paz, que descreveu
como "reconciliação, perdão, coragem para virar a página e começar de
novo".
"Para que esta paz se difunda, farei
tudo o que estiver ao meu alcance", prometeu.
"A Igreja não se cansará de repetir:
'Que as armas se calem'", afirmou.
Leão XIV disse que os outros não são
inimigos, mas seres humanos, "não são pessoas más a odiar, mas pessoas com
quem dialogar".
O Papa pediu que se fuja "das visões
maniqueístas típicas das narrativas violentas, que dividem o mundo entre bons e
maus".
Leão XIV rezou pelos cristãos, orientais e
latinos, que, especialmente no Médio Oriente, "resistem nas suas terras,
mais fortes do que a tentação de as abandonar".
Lançou ainda um novo apelo para que seja dada
aos cristãos a oportunidade de permanecerem onde vivem "com todos os
direitos necessários para uma existência segura".
Robert Prevost, 69 anos, nascido nos Estados
Unidos mas com dupla nacionalidade norte-americana e peruana, lidera a Igreja
Católica desde 08 de maio, sob o nome de Leão XIV.
Sucedeu ao papa argentino Francisco, que
morreu em 21 de abril, com 88 anos.ANG/Lusa

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