quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

EUA/Governo vai  comprar aviões para auxiliar deportação em massa de imigrantes

Bissau, 11 Dez 25 (ANG)  - O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) anunciou hoje que vai adquirir a sua própria frota de aviões Boeing para reforçar a política de deportação em massa de imigrantes da administração do Presidente Donald Trump.

"As aeronaves permitirão que o ICE [Serviço de Imigração e Alfândega] funcione de forma mais eficiente, especialmente com voos mais frequentes", afirmou a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, na rede social X, confirmando informações avançadas pelo jornal The Washington Post.

Segundo o jornal norte-americano, o Departamento de Segurança Interna chegou a um acordo para a compra de seis Boeing 737 por um valor de cerca de 140 milhões de dólares (cerca de 120 milhões de euros) com a empresa Daedalus Aviation, especializada em serviços de aviação comercial e 'charter'.

Contactada pela agência de notícias France-Presse (AFP), a Boeing não quis comentar a informação.

A porta-voz do DHS acrescentou que "esta medida irá poupar 279 milhões de dólares [cerca de 239 milhões de euros] aos contribuintes americanos", em comparação com o preço de aeronaves novas compradas à Boeing, cujas carteiras de encomendas estão, de qualquer forma, cheias pelo menos até 2030.

No início de novembro, um juiz federal do Texas ordenou o arquivamento das acusações contra a Boeing, após os acidentes com o seu modelo 737 MAX 8 em 2018 e 2019.

A decisão decorria de um acordo assinado entre o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) e a Boeing, anunciado em 23 de maio, com o objetivo de pôr fim aos processos judiciais relacionados com acidentes, que provocaram a morte a 346 pessoas.

Uma condenação poderia ter comprometido a capacidade da Boeing de obter contratos com o Governo federal dos Estados Unidos, um cliente importante para os seus negócios aeroespaciais e de defesa.

Donald Trump canalizou múltiplos esforços para a deportação em massa de imigrantes ilegais, tarefa que confiou a agentes do ICE, que operaram frequentemente com a cara tapada por máscaras ou lenços.

De acordo com a organização não-governamental (ONG) norte-americana Human Rights First, mais de 1.700 voos deste tipo ocorreram desde janeiro, com destino a dezenas de países.ANG/Lusa

 

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