Médio Oriente/Hamas propõe "congelar" armamento em troca de trégua a longo prazo
Bissau, 11 Dez 25 (ANG) - Um dirigente do Hamas propôs hoje o congelamento do armamento do movimento em troca de uma trégua duradoura em Gaza, e mostrou-se aberto a uma força internacional de manutenção da paz na fronteira do território com Israel.
"A ideia de um desarmamento total é inaceitável para a resistência [o Hamas, N.d.R.], O que se propõe é um congelamento ou um armazenamento [das armas] (...) para dar garantias contra qualquer escalada militar proveniente de Gaza com a ocupação israelita", declarou Khaled Mechaal, antigo líder do movimento islamista palestiniano, numa entrevista à cadeia do Qatar Al Jazeera.
"É essa a ideia que estamos a
discutir com os mediadores, e penso que, com uma abordagem americana pragmática
(...) tal visão poderia ser aceite pela administração americana", afirmou.
A primeira fase do
plano do presidente americano, Donald Trump, para pôr fim à guerra,
desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas em Israel a 7 de outubro de
2023, previa, com a entrada em vigor de uma trégua a 10 de outubro, a
restituição dos reféns mortos e vivos, detidos em Gaza, em troca de centenas de
prisioneiros palestinianos detidos em Israel.
Desde quarta-feira
só resta um único corpo de um refém em Gaza.
O Primeiro-Ministro
israelita Benjamin Netanyahu esperava domingo passar "muito em breve"
para a segunda fase, e anunciou um novo encontro com Donald Trump a 29 de
dezembro.
Esta segunda fase,
em três etapas, prevê, nomeadamente, a retirada das tropas israelitas do
território palestiniano e o rápido destacamento de uma força internacional de
estabilização, enquanto o Hamas deporia as armas.
"O
desarmamento, para um palestiniano, equivale a arrancar-lhe a própria
alma", insistiu M. Mechaal.
O Hamas,
acrescentou, que "não tem qualquer objeção a que forças internacionais, ou
forças internacionais de estabilização, sejam destacadas ao longo da fronteira,
como a UNIFIL", a força de manutenção da paz da ONU destacada no sul do
Líbano, perto da fronteira israelita.
Estas forças
"separariam Gaza da ocupação [Israel, NDLR]", acrescentou, esclarecendo
que recusa que atue dentro do território palestiniano, como previsto pelo
acordo de cessar-fogo, porque, segundo aquele dirigente do Hamas, isso
"equivaleria a uma ocupação".
Os mediadores, bem
como os países árabes e islâmicos, disse, podem agir como "garantes"
para evitar uma escalada a partir do território palestiniano. "O perigo
vem da entidade sionista, não de Gaza", acrescentou, referindo-se a
Israel.ANG/Lusa

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