Venezuela/Presidente Maduro acusa opositora de conduzir "campanha fascista"
Bissau, 16 Dez 25 (ANG) - O
Presidente venezuelano acusou a líder da oposição, María Corina Machado, de
conduzir uma "campanha fascista" contra o país, afirmando que a
opositora é "amplamente rejeitada" pelos venezuelanos devido às suas
ações e declarações, divulgou hoje a imprensa local.
"[María Corina Machado] disse uma coisa gravíssima, gravíssima, que não sei se o Ministério Público ouviu. Declarou que 60% da população venezuelana está envolvida com o narcotráfico. Ou seja, que seis em cada 10 venezuelanos estão envolvidos com o narcotráfico", afirmou Nicolás Maduro, em declarações divulgadas pela televisão estatal VTV.
Maduro firmou que 89% dos venezuelanos
repudiam Machado por ter incitado uma "invasão imperialista gringa"
durante a sua viagem à Noruega para receber o Prémio Nobel da Paz, na semana
passada, mas que não chegou a tempo para a cerimónia de entrega do galardão.
"Lá [na
Noruega] dizem que ela tem uma vértebra partida, mas o que está partido é seu o
cérebro e a sua alma, porque é um demónio, odeia a Venezuela, odeia-vos,
manipulando os quatro seguidores que lhe restam", enfatizou o Presidente
venezuelano, referindo-se às notícias sobre a líder opositora ter fraturado uma
vértebra enquanto fugia da Venezuela para Oslo na semana passada.
Além disso, Maduro
afirmou que quase toda a população "rejeita o ato de pirataria do Governo
dos Estados Unidos" contra um petroleiro venezuelano e lamentou que
Washington continue a atacar embarcações no mar das Caraíbas e no oceano
Pacífico sob o pretexto de fortalecer a sua "luta contra o
narcotráfico".
Neste sentido, o
Presidente venezuelano afirmou que fará "tudo o que for necessário para
salvaguardar o comércio livre, o respeito pelo direito internacional e a defesa
do país", questionando também o Alto-Comissário das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Volker Türk, pelo seu "silêncio" em relação ao caso
da embarcação intercetada em águas das Caraíbas, uma apreensão anunciada pelo
próprio Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Machado terá fugido
de Caracas disfarçada e com uma peruca, chegando à costa do país onde embarcou
num navio em direção à pequena ilha de Curaçau. Foi durante este troço da
viagem que a líder da oposição terá sofrido a lesão. Posteriormente, apanhou um
avião para Oslo, com escala nos Estados Unidos.
O Ministro dos
Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yvan Gil, também teceu duras críticas a
Machado pelas suas declarações sobre o narcotráfico.
"Imagino que
nesta percentagem estejam incluídos a sua mãe, filhos, amigos e associados. As
oligarquias entrincheiradas na Venezuela sempre desprezaram o povo a níveis
grotescos. A sua única opção é recorrer à violência extremista e implorar ajuda
aos seus amos no Norte para tomar o poder político. Já sabemos que isso não se
dá por amor ao povo", afirmou Gil, em comunicado, na rede social Telegram.
"Expressões
vulgares como estas explicam a rejeição e o repúdio dos bons venezuelanos a
esta criminosa, que fez acordos com grupos de narcotráfico da Colômbia, com os
paramilitares de (Álvaro) Uribe e (Iván) Duque, e que pretende entregar o
Essequibo e distribuir as riquezas da Venezuela. Nós, os bons venezuelanos,
somos muito claros sobre esta classe fascista podre. Eles não voltarão!",
concluiu Gil.ANG/RFI

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