Guiné-Conacri / Cerca de sete milhões de eleitores votam na Guiné-Conacri para eleger Presidente entre nove candidatos
Bissau,29 dez 25 (ANG) – Cerca de sete milhões de eleitores da Guiné-Conacri votaram este domingo, 28 de Dezembro, para escolher o próximo Presidente da República, entre nove candidatos, num sufrágio marcado pelo favoritismo do atual chefe de Estado, Mamady Doumbouya.
Segundo RFI, o general, no poder desde o golpe de 2021,
concorre como independente, perante uma oposição fragilizada. As eleições são
organizadas pelo Ministério da Administração Territorial, e não por uma
comissão eleitoral independente.
As eleição que decorre num contexto
político marcado por desequilíbrio entre os candidatos e por críticas quanto à
transparência do processo. O sufrágio, que conta com nove concorrentes, é
dominado pelo actual chefe de Estado, o general Mamady Doumbouya, considerado
favorito à vitória.
As mesas de voto abriram de manhã em
todo o país e estão abertas até às seis da tarde, hora local. Até ao momento,
as autoridades não indicaram uma data precisa para a divulgação dos resultados,
referindo apenas que os dados provisórios devem ser anunciados depois do apuramento
central.
O processo eleitoral está a ser organizado
pelo Ministério da Administração Territorial, e não por uma comissão eleitoral
independente, facto que tem suscitado reservas por parte de sectores da
oposição e de organizações da sociedade civil.
Mamady Doumbouya, que chegou ao poder
na sequência do golpe militar de Setembro de 2021, concorre como candidato
independente, apoiado pelo movimento Geração para a Modernidade e o
Desenvolvimento.
Durante a campanha, apresentou-se como
garante da estabilidade política e do desenvolvimento económico, defendendo a
continuidade das reformas iniciadas durante o período de transição,
nomeadamente nos sectores das infra-estruturas e da exploração mineira, num
país que detém algumas das maiores reservas mundiais de bauxite.
A oposição surge enfraquecida; entre
os principais adversários de Mamady Doumbouya figuram nomes conhecidos da
política guineense, como Faya Lansana Millimono, Bouna Keïta e Makalé Camara, a
única mulher na corrida presidencial. No entanto, vários líderes políticos
conhecidos ficaram de fora do processo, alguns por impedimentos legais e outros
por se encontrarem em exílio.
Estas eleições realizam-se depois da
aprovação de uma nova Constituição, adoptada em referendo, que redefiniu o
quadro institucional do país e permitiu ao actual chefe de Estado candidatar-se
à Presidência, além de alargar a duração do mandato presidencial. A reforma
constitucional foi contestada por parte da oposição, que a considera um
instrumento para consolidar o poder da liderança militar convertida em poder
civil.
ANG/RFI

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