Sociedade/ Presidente de ANAPROMED afirma que oito em cada 10 empregadas domésticas são vitimas de assédio Sexual no país
Bissau 29 Dez 25 (ANG) - O Presidente da Associação Nacional da Proteção dos Trabalhadores Domésticos (ANAPROMED), Sene Bacai Cassamá, denunciou, este fim de semana, que oito em cada dez trabalhadores domésticos são vítimas de assédio sexual no local de trabalho no país.
Citado pela
Rádio Sol Mansi Bacai Cassamá fez esta revelação durante as celebrações dos 11
anos de existência da organização, onde explicou que os casos de assédio sexual
tornaram-se recorrentes e sistemáticos, afetando sobretudo mulheres e jovens
que trabalham em condições de elevada vulnerabilidade.
O difensor
das empregadas domésticas no país, alertou que muitos episódios permanecem no
silêncio por parte das vitimas com medo de represálias, desemprego ou
estigmatização social.
Para fazer
face a este problema, ANAPROMED anunciou o lançamento, em janeiro de 2026, de
uma campanha nacional para a ratificação de uma convenção internacional que
visa combater o assédio e proteger os direitos dos trabalhadores domésticos.
Segundo Sene
Bacai Cassamá a iniciativa pretende pressionar as autoridades a criarem um
quadro legal mais eficaz e mecanismos de denúncia seguros.
Apesar das
dificuldades, Cassamá destacou que, ao longo de mais de uma década, a ANAPROMED
alcançou avanços significativos, nomeadamente, o apoio à formação académica dos
associados, promoção da dignidade e valorização social do trabalho doméstico,
assistência a vítimas de abusos e exploração.
No entanto,
o presidente da ANAPROMED reconhece que os desafios continuam enormes,uma vez
que a situação dos trabalhadores
domésticos na Guiné-Bissau continua a gerar sérias preocupações, sobretudo
devido a salários baixos e pagos com atraso.
“A ausência
de contratos formais, falta de proteção social e laboral são condições, segundo
a ANAPROMED que contribuem para o aumento dos abusos e da exploração”,disse.
Como medida
concreta, Cassamá anunciou a construção de um novo centro de atendimento às
trabalhadoras domésticas, que servirá como espaço de acolhimento, orientação
jurídica e apoio psicológico às vítimas de assédio e outras formas de
violência.
A ANAPROMED apela ao Governo, parceiros
internacionais e à sociedade civil para que o combate ao assédio sexual no
trabalho doméstico seja tratado como uma prioridade nacional.
ANG/MSC/LPG

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