segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Economia/Guiné-Bissau encerra campanha de comercialização da castanha de caju 2025 com resultados acima das previsões

Bissau 29 dez 25 (ANG) – A campanha de comercialização da castanha de caju de 2025 na Guiné-Bissau encerrou com resultados considerados positivos, registando níveis de exportação e escoamento acima das previsões iniciais.

O  anuncio foi feito esta semana pelos responsáveis governamentais e representantes do setor privado.

O ato oficial de encerramento foi presidido pelo  ministro do Comércio e Indústria, Jaimentino Có, na presença dos  responsáveis da administração comercial.

Segundo os dados apresentados, pelo Diretor geral do comércio Lassana Fati, foram escoadas cerca de 252 mil toneladas de castanha de caju do interior do país para Bissau, um aumento de cerca de 25% em relação às previsões iniciais.

Do total escoado, cerca de 210 mil toneladas foram efetivamente exportadas, envolvendo 61 empresas, após cerca de oito meses de trabalho.

Revelou que o processo de exportação foi concluído a 4 de novembro de 2025, com a coordenação dos serviços de báscula da APGB e do Ministério do Comércio e Indústria.

O ministro Jaimentino Có destacou que a eliminação das barreiras não tarifárias, na sequência de medidas adotadas pelo Governo, foi determinante para o sucesso da campanha, permitindo o escoamento quase total da produção nacional.

Sublinhou ainda que o preço base da castanha fixado em  410 atingiu  600 francos CFA por quilograma, enquanto os contratos de exportação atingiram, em média, 1.250 dólares por tonelada.

Para 2026, o governante manifestou expectativas “encorajadoras”, defendendo que a experiência adquirida em 2025 permitirá identificar e corrigir dificuldades.

 Afirmou que, as reformas em curso, nomeadamente ao nível da monitorização do setor e do acesso ao financiamento bancário, deverão contribuir para uma campanha ainda mais eficiente, com impacto positivo nos rendimentos dos produtores e nas receitas do Estado.

O secretário-geral da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Saliu Ba, considerou que os resultados da campanha demonstram o papel estratégico do setor privado, sobretudo num contexto político marcado por um Governo de Transição.

Defendeu que o setor da castanha de caju, principal produto de exportação do país, é assegurado maioritariamente por agricultores, intermediários e empresários nacionais e estrangeiros, que assumem riscos financeiros significativos.

Saliu Ba sublinhou ainda que, apesar do esforço do setor privado, o Estado continua a ser o principal beneficiário através da cobrança de impostos, taxas e direitos associados à exportação, defendendo por isso uma maior acompanhamento e valorização do setor, à semelhança do que acontece noutros países da sub-região.

O responsável lembrou que várias reformas estruturantes no setor do caju resultaram de iniciativas do próprio setor privado, incluindo a criação da Agência Nacional do Caju (ANCA), do Conselho Nacional de Carregadores (CNC) e do Fundo de Promoção Industrial (FUNPI), instrumentos que contribuíram para a organização do mercado, a criação de emprego e a estabilidade económica.

A CCIAS apelou ao Governo de Transição para o reforço da parceria público-privada, a revisão do quadro legal das associações e uma maior inclusão do setor privado na conceção e execução dos projetos económicos, visando potenciar o desenvolvimento sustentável do país.

ANG/LPG

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