segunda-feira, 31 de maio de 2021

Pescas/Presidente da ANAPA pede ao governo que faça cumprir período de repouso biológico em relação à pesca industrial

Bissau, 31 mai 21 (ANG) – O Presidente da Associação de Armadores da Pesca Artesanal (ANAPA) pediu ao governo para que faça cumprir o  período de repouso biológico à pesca industrial, tal como se faz no Senegal ou na Mauritânia.

Em entrevista exclusiva esta segunda-feira à ANG, Augusto Djú afirmou que há 47 anos da independência não houve repouso biológico na pesca industrial, acrescentando que o referido repouso não se deve verificar só em relação a pesca  artesanal  mas também em relação a pesca industrial, “porque os barcos estragam mais, até o habitat e depois deitam no mar os peixes que não querem”.

“O período biológico é o tempo em que os pescadores param de pescar para deixar os peixes crescerem”, referiu.

Explicou que em Buba e outras zonas, os pescadores suspendem actividades pesqueiras  de Junho à Setembro para permitir que os peixes se multiplicarem e só começam a prática em Outubro.

Djú disse que, se esse período de repouso for respeitado o país terá peixes a todo o tempo.

Disse  que esse período devia ser implementado este ano mas não foi o caso porque não há meios para a fiscalização marítima.

Pediu igualmente ao governo, através do Ministério da Pesca, a colaborar com associações de pescadores, sobretudo as da pesca artesanal, ouvindo as suas opiniões antes de assinar acordos com outros parceiros.

“Não estamos contra as assinaturas de acordos que os sucessivos governos têm feito, mas queremos que nos chamam para darmos as nossas opiniões. Muitas vezes, só quando decidirem é que nos chamam para assistir a assinatura de acordos, o que para mim não está bem”, referiu Djú.

Aquele responsável relaciona o escassez do pescado no mercado com a elevada temperatura que se regista no país, e que, segundo Djú, terá estado a provocar a fuga de peixes para zonas mais profundas do mar.

 “Se decidimos ir atrás dos peixes  vai ser um risco de vida para nós, porque as nossas canoas não têm capacidades para aguentar ondas fortes de quatro  metros de altura. Só os barcos ou os nossos vizinhos senegaleses que têm embarcações maiores  e têm mais técnicas na área de pesca”, salientou.

Nesse período, Maio à Junho, de acordo com Djú,  verifica-se a redução de embarcações das pescas porque a maioria dos pescadores se dedica a agricultura e tem plantações de caju, pelo que, as vezes preferem ir colher a castanha de caju a se dedicar a pesca. ANG/DMG//SG

 

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