Sudão/Guerra civil provocou a pior crise humanitária do mundo
Bissau, 11 Fev 25 (ANG) - A guerra que assola o
Sudão desde abril de 2023 provocou a "pior crise humanitária do
mundo", com centenas de milhares de crianças a sofrer de desnutrição aguda
grave, lamentou hoje a União Africana (UA).
Enquanto o exército controla o leste e o
norte do Sudão, os paramilitares mantêm o seu domínio em quase todo o Darfur,
uma vasta região no oeste do país onde vive um quarto dos 50 milhões de
habitantes do país.
"Os combates incessantes no Sudão desde
o início da guerra, em 15 de abril de 2023, dificultaram o acesso à ajuda
humanitária, conduziram à escassez de alimentos e agravaram a fome, com
crianças e mulheres a serem continuamente maltratadas e os idosos e doentes a
carecerem de assistência médica", afirmou o presidente do painel da UA
sobre o Sudão, Mohamed Ibn Chambas.
"Esta é a pior crise humanitária do
mundo", continuou.
Para a UA, só um "diálogo político, e
não a opção militar, pode pôr fim a esta guerra".
Segundo a organização pan-africana, cerca de
431.000 crianças foram hospitalizadas em 2024 devido à desnutrição aguda grave,
um número 44% superior ao registado em 2023.
Na segunda-feira, as Nações Unidas acusaram
as RSF de obstruir a entrega de ajuda vital à região do Darfur, que está
ameaçada pela fome.
A fome já afeta cinco regiões sudanesas,
incluindo três no Darfur do Norte, e deverá estender-se a cinco outros
distritos do estado até maio, segundo as agências da ONU, com base num
relatório recente do sistema de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, na
sigla em inglês).
De acordo com o IPC, 24,6 milhões de pessoas,
cerca de metade da população do Sudão, deverão enfrentar "níveis elevados
de insegurança alimentar aguda" até maio.
No início de fevereiro, um atentado bombista
atribuído a paramilitares contra um mercado em Omdourman, nos arredores de
Cartum, matou pelo menos 50 pessoas. ANG/Lusa
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