Roménia/Presidente Klaus Iohannis demitiu-se
Bissau, 11 Fev 25 (ANG) - Sob a
ameaça de uma destituição, o Presidente romeno Klaus Iohannis, sob a ameaça de
uma destituição, anunciou , segunda-feira a sua demissão, depois de semanas de
protestos de uma parte da população descontente após a anulação das
presidenciais em Dezembro, depois de terem sido levantadas suspeitas de
ingerência russa no escrutínio.
“Para poupar a Roménia e aos cidadãos romenos uma
crise, vou deixar o meu cargo" a
partir de quarta-feira, disse o Chefe de Estado demissionário numa declaração
solene esta segunda-feira em Bucareste, numa altura em que estava prestes a ser
destituído.
O mandato de Klaus Iohannis devia
inicialmente terminar em finais de 2024, logo depois das presidenciais. Mas
logo após a primeira volta das eleições em que o candidato de extrema-direita,
Câlin Georgescu ficou na dianteira, o escrutínio foi anulado por suspeita de
interferência russa. As autoridades acreditam que Georgescu beneficiou de uma
campanha ilícita na rede TikTok, algo que a Comissão Europeia anunciou estar a
investigar.
Perante este cenário inédito, o líder liberal
e pró-europeu de 65 anos, decidiu permanecer no poder até à eleição do seu
sucessor em Maio.
Desde então, dezenas de milhares de romenos
saíram às ruas para denunciar o que qualificaram de "golpe".
Depois de várias tentativas da oposição, o
Parlamento tinha previsto reunir-se esta semana em sessão plenária antes de um
possível referendo sobre a sua destituição.
"Dentro de alguns dias, o Parlamento romeno
vai pronunciar-se sobre a minha destituição e a Roménia vai mergulhar na crise
(...) com repercussões no país e infelizmente também fora das nossas
fronteiras",
disse hoje Iohannis.
No poder desde 2014, o chefe de Estado
impopular e criticado por uma alegada falta de carisma, deve ser agora
substituído interinamente pelo Presidente do Senado e líder dos liberais, Ilie
Bolojan, até à realização de um novo escrutínio cuja primeira volta está fixada
para o dia 4 de Maio. Uma segunda volta está prevista para o dia 18 de Maio no
caso de nenhum candidato alcançar mais de metade dos votos na primeira volta.
Reagindo à demissão presidencial, centenas de
apoiantes da extrema-direita concentraram-se no centro da capital e
envolveram-se em confrontos com as forças da ordem.
"Klaus Iohannis demitiu-se! Agora é tempo de
voltar ao estado de direito. Vamos retomar a segunda volta", disse o vencedor da primeira volta, o
candidato de extrema-direita Câlin Georgescu.
Eurocéptico, admirador confesso do Presidente
russo, Câlin Georgescu é conhecido pelas suas posições conspiracionistas e a
sua oposição a qualquer apoio militar à Ucrânia.
Ele apresentou vários recursos para o
processo eleitoral ser retomado na fase em que se encontrava antes da sua
anulação, até agora sem sucesso.
Numa altura em que faltam algumas semanas
para terminar a 15 de Março o prazo para a apresentação de novas candidaturas,
o líder de extrema-direita ainda não esclareceu se pretende entrar novamente na
corrida.
Seja qual for o caso, o autarca de Bucareste,
Nicusor Dan, já anunciou a sua intenção de se candidatar como independente.ANG/RFI
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