Cimeira
EAC/SADC/ Kigali aplaude
declaração, Kinshasa desiludida
Bissau, 10 Fev 25 (ANG) - A cimeira conjunta EAC/SADC decorreu ,
sábado(08) na Tanzânia, e terminou com um apelo unânime a um “cessar-fogo
imediato e incondicional” e ao fim das hostilidades no leste congolês.
Para o ministro ruandês dos Negócios
Estrangeiros, Olivier Nduhungirehe, o encontro representou
uma cimeira “histórica e um sucesso”,
uma vez que propôs “medidas imediatas, a médio e longo termo,
para o restabelecimento da paz e segurança no leste da RDC”.
Em declarações à televisão nacional, o chefe da diplomacia de
Kigali mostrou-se satisfeito pelo apelo de cessar-fogo imediato e pelas
soluções apresentadas pelos dois blocos que correspondem segundo o ministro à
posição defendida por Kigali mesmo antes da cimeira.
O governo ruandês reclamava nomeadamente a abertura de
negociações directas entre o M23 (Movimento 23 de Março) e as autoridades
congolesas e as duas organizações regionais, pedem no comunicado final,
negociações entre todas as partes do conflito, incluindo com o grupo armado, no
quadro dos processos fusionados de Luanda e Nairobi.
Outro motivo para o regozijo do Ruanda reside na ausência de
condenação do país pelo seu envolvimento no conflito.
Em Dar es Salam, os dirigentes da África Oriental e da
África Austral limitaram-se a reafirmar o apoio à RDC na luta pela “preservação da sua independência, soberania
e integridade territorial"
e pediram a elaboração de medidas para a retirada do território congolês das
forças armadas estrangeiras não convidadas.
Kinshasa gostaria que EAC e SADC tivessem ido mais longe: “Sabemos que, neste tipo de cimeira, as
palavras são cuidadosamente escolhidas. Lamentamos profundamente essa
abordagem, porque estamos a falar da vida de milhares de congoleses”, palavras de Tina Salama, porta-voz do Presidente da RDC, Félix Tshisekedi.
“Trata-se de uma agressão [do
Ruanda], que já foi provada e que dura há três décadas. Mas mantemos a
esperança, sabemos que as coisas estão a mudar”, acrescentou.
Apesar de decepcionada, em comunicado, a presidência congolesa
sublinha que da reunião saíram “uma série de decisões importantes que
respondem à emergência humanitária” e à “necessidade premente de uma desescalada".
Desde a queda de Goma, na semana passada, depois de combates
sangrentos e da degradação da situação humanitária que já era catastrófica, que
o conflito se tem vindo a alastrar da região do Kivu norte para o Kivu sul.
Vários países vizinhos da RDC temem a escalada regional do
conflito, caso não cheguem a uma rápida solução diplomática. ANG/RFI
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