RDC/Novos confrontos no leste depois de três dias de acalmia
Bissau, 12 Fev 25 (ANG) -Novos confrontos entre o
exército congolês e milicianos do M23 apoiados por tropas ruandesas no leste da
RDC estão atualmente a decorrer ,três dias após um apelo de líderes africanos
para um cessar-fogo que foi relativamente ouvido pelos beligerantes.
Depois de três dias de acalmia subsequentes a um apelo no
sentido de se apresentar um plano de trégua "incondicional" emitido
pelos líderes regionais reunidos em cimeira extraordinária no sábado passado na
Tanzânia, fontes locais e de segurança avançam que nesta terça-feira, o grupo
armado M23 e tropas ruandesas atacaram as posições do exército congolês perto
de Ihusi, a cerca de 70 km de Bukavu, capital do Sul Kivu, e a cerca de 40 km
do aeroporto provincial instalado em Kavumu.
As mesmas fontes que dão conta de "detonações de armas pesadas" referem
que o grupo armado e os seus aliados ruandeses tentaram nestes últimos dias
tomar o controlo dos territórios à volta da estrada principal que leva a Bukavu
e, deste modo, cortar as vias de abastecimento do exército congolês.
Fontes de segurança indicam que estes ataques têm sido contidos
até ao momento pelos militares que o Burundi destacou para reforçar as tropas
congolesas no terreno.
Cerca de 10 mil militares do Burundi encontram-se actualmente no
Sul Kivu, Bujumbura tendo enviado na passada sexta-feira pelo menos um batalhão
suplementar para aquela zona para onde se concentram doravante todas as
atenções, depois de os M23 e as tropas ruandesas terem tomado o controlo de
Goma, capital do Norte Kivu, ao cabo de uma ofensiva-relâmpago em finais de
Janeiro.
Segundo a ONU, a situação humanitária em Goma tem vindo a
deteriorar-se, designadamente com o aumento de casos de cólera. Confrontados
com a falta de água potável numa parte da cidade, os habitantes abastecem-se na
água do lago Kivu, onde foram resgatados cadáveres após os combates.
A crise no leste da RDC deve ser abordada numa reunião da União
Africana em Addis Abeba na próxima sexta-feira.
Apesar de diversas iniciativas diplomáticas, nomeadamente de
Angola, para se alcançar a paz naquela região, nenhuma mediação e nenhum apelo
foram ouvidos pelos beligerantes, a comunidade internacional receando que o
conflito possa resvalar para uma guerra regional.
Refira-se entretanto que pelo menos 51 pessoas foram mortas por
homens armados ligados à milícia Codeco no nordeste da RDC, região onde a
violência é também recorrente, informaram fontes locais e humanitárias.
De acordo com estas fontes mencionando que se trata de um "balanço provisório", nesta segunda-feira, milicianos da Codeco (Cooperativa para o
desenvolvimento do Congo) "mataram 51 pessoas, a maioria civis
deslocados, em três localidades vizinhas localizadas na província do
Ituri", a cerca
de 80 quilómetros da capital provincial, Bunia.
"Há 43 casas incendiadas, e outras vítimas foram queimadas dentro
das suas casas. Há uma dúzia de feridos", referem ainda as fontes locais ao indicar que apesar de os
capacetes azuis terem tentado intervir, os massacres não conseguiram ser
impedidos. ANG/RFI
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